"McLaren queria Piquet em 88; fui eu que sugeri Senna", revela Prost
Fonte: UOL 31/10/2013
No dia em que a conquista do primeiro título mundial de Ayrton Senna
completou 25 anos, uma importante informação revelada por Alain Prost,
em entrevista recente ao canal britânico "Sky Sports", trouxe à tona a
ideia de que a maior rivalidade da história da F1, iniciada justamente
na disputa pelo título daquele lendário campeonato de 1988, poderia
nunca ter existido. Ou, pelo menos, ter ocorrido de uma forma totalmente
diferente.Durante um quadro de longas entrevistas da rede,
chamado "F1 Legends", o tetracampeão francês declarou que o brasileiro(Ayrton Senna)
não era a primeira opção da McLaren para aquele ano. Segundo ele, o time
inglês estava de olho era em seu compatriota e então bicampeão Nelson
Piquet, que à época lutava pelo tri contra Nigel Mansell na Williams.Prost
garantiu ter atuado decisivamente para que a equipe desistisse de
Piquet e voltasse suas atenções a Senna, pois, em sua visão, o jovem da
Lotus seria uma melhor aposta para o futuro. "Eles queriam Nelson. E
Nelson era um bom amigo, sempre fomos próximos, enquanto eu mal conhecia
Ayrton. Mas eu falei: 'Por que Nelson? Se vocês querem uma equipe
forte, peguem o melhor e mais jovem para o futuro: peguem Ayrton'. Todos
olharam para mim e perguntaram por que eu queria Ayrton. E eu disse: 'É
pelo interesse do time'". relatou."Para mim, seria mais fácil
escolher Nelson, mas eu não vi nenhum problema (em ter Senna como
companheiro). Você sempre precisa tomar decisões que sejam favoráveis ao
interesse da equipe. A McLaren era minha família, todos eram meus
amigos. E eu nunca havia tido problema com companheiros antes. Sem
Ayrton (na equipe), eu poderia ter conquistado talvez mais dois ou três
campeonatos, é verdade, e minha vida poderia ter sido um pouco
diferente, mas (eu só cheguei a me arrepender) na época, não agora. Pelo
lado esportivo, humano, subimos a um nível diferente", seguiu...
A CHEGADA DA HONDA
....O
resto da história, todos sabemos: a negociação envolveu a chegada da
Honda e, juntos, escuderia, fornecedora de motores e pilotos formaram
aquela que talvez tenha sido a esquadra mais forte e explosiva da
história. Dominantes nas duas campanhas em que atuaram na mesma garagem,
os dois arquirrivais acumularam um título cada, muitas polêmicas e uma
inimizade que duraria até o fim de 93.Embora a situação só tenha
tomado proporções epopeicas em 1989, já no ano anterior havia sinais de
faísca em uma relação que sempre esteve na limiar entre o civilizado e a
guerra sem limites éticos. "Me lembro (do GP) de Portugal, em que (um
acidente) foi muito próximo (após tomar uma espremida de Senna na reta
principal. Assista ao vídeo logo abaixo). Vamos dizer que foi no
limite", avaliou. Em 1988 a Mc Laren troca os motores TAG Porsche turbo pelo motor Honda Turbo V6 . Ano que coincide com a chegada de Ayrton Senna.
PROST SUSPEITAVA DE FAVORECIMENTO À SENNA DENTRO DA MC LAREN
Outra preocupação de Prost naquele período era quanto a um possível
favorecimento da montadora japonesa ao seu companheiro(Prost achava que equipe favorecia Senna). Embora nunca
tenha tido certeza disso, o francês tinha sérias razões para suspeitar
e, por isso, aquele cenário acabou sendo prejudicial para o seu
psicológico. Consequentemente, afetou também seu desempenho em pista a
partir do ano seguinte."Em novembro (de 88), lembro de ter tido
uma estranha conversa com o presidente da Honda em um jantar, porque eu
disse que sentia que a Honda estava favorecendo Ayrton. Ele me
respondeu: 'Eu sei, eu sei. Temos uma nova geração de engenheiros que
gostam de Ayrton'. Eu questionei: 'Há uma forma de mudar isso? Para mim,
é muito difícil', e fiquei bastante confiante após essa conversa",
contou.
http://forum.esporte.uol.com.br/mclaren-queria-piquet-em-88-fui-eu-que-sugeri-senna-revela-prost_t_2781140
MC LAREN CONTRATA FISIOTERAPEUTA
Em 1988 a equipe da McLaren tinha contratado um fisioterapeuta austríaco, a fim de cuidar da parte física e mental de Ayrton Senna. O fisioterapeuta era Josef Leberer, que ainda atua na Formula 1 como profissional dessa área. Por ter sido contratado no fim da década de 80, Leberer chegou a participar das três vitórias consecutivas do piloto durante as competições.
Ele ficou responsável por elaborar a dieta do piloto, assim como os treinamentos que Senna teria que realizar antes e após as corridas, com o objetivo de reduzir o stress causado pela rotina.
A fisioterapia é fundamental para aqueles que têm o hábito de dirigir, especialmente por períodos longos. Nesses casos, a postura, assim como a distância do banco para o volante do veículo, devem estar bem posicionadas para que o motorista se sinta confortável na hora de dirigir.
http://www.centraldafisioterapia.com.br/dicas-de-saude/josef-leberer-auxiliava-na-parte-fisica-e-mental-de-ayrton-senna
Josef Leberer, ao centro, e Ayrton Senna
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A Temporada de Fórmula de 1988 foi a 39.ª realizada pela FIA , decorrendo entre 3 de Abril e 13 de Novembro de 1988 , com dezesseis corridas. Teve como campeão o brasileiro Ayrton Senna da equipe Mc Laren sendo vice-campeão o francês Alain Prost também da McLaren. O campeonato terminou com 90 pontos do brasileiro e 87 de Prost (Se todos os resultados fossem computados, o francês Alain Prost terminaria o ano com 105 pontos e Senna com 94), porém a regra da época permitia o descarte de piores resultados.Foi tido como um ano "monótono", onde a equipe McLaren venceu 15 dos 16 GPs, massacrando a concorrência (a Ferrari venceu em Monza, com Berger, após Senna ser atingido por um retardatário quando, líder, abria a penúltima volta). Mas o que foi mais impressionante foi a corrida de Mônaco onde Senna após colocar mais de 50 segundos de vantagem sobre Prost bater sozinho na entrada do túnel. Para muitos especialistas foi um divisor de águas na carreira do brasileiro, cujo após o episódio se tornou mais forte mentalmente passando assim a vencer várias corridas com performance superior ao francês e demais pilotos indo rumo ao título. Ficou também este campeonato marcado pela morte do comendador Enzo Ferrarii, e também foi marcado por ser o último ano na história dos motores turbo que comandaram as equipes nos anos 80, para abrir espaço para entrada dos motores atmosféricos na última década(1989), até a temporada de 2014 , onde foram legalizados os motores turbo novamente sob tecnologias sustentáveis, muito diferentes da época. Somente seis equipes adotaram a solução turbo em 1988, incluindo a campeã McLaren
Fonte: wikipedia
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PORQUE SENNA E PIQUET VIRARAM INIMIGOS
MC LAREN CONTRATA FISIOTERAPEUTA
Josef Leberer auxiliava na parte física e mental de Ayrton Senna
Em 1988 a equipe da McLaren tinha contratado um fisioterapeuta austríaco, a fim de cuidar da parte física e mental de Ayrton Senna. O fisioterapeuta era Josef Leberer, que ainda atua na Formula 1 como profissional dessa área. Por ter sido contratado no fim da década de 80, Leberer chegou a participar das três vitórias consecutivas do piloto durante as competições.
Ele ficou responsável por elaborar a dieta do piloto, assim como os treinamentos que Senna teria que realizar antes e após as corridas, com o objetivo de reduzir o stress causado pela rotina.
A fisioterapia é fundamental para aqueles que têm o hábito de dirigir, especialmente por períodos longos. Nesses casos, a postura, assim como a distância do banco para o volante do veículo, devem estar bem posicionadas para que o motorista se sinta confortável na hora de dirigir.
http://www.centraldafisioterapia.com.br/dicas-de-saude/josef-leberer-auxiliava-na-parte-fisica-e-mental-de-ayrton-senna
Josef Leberer, ao centro, e Ayrton Senna
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A Temporada de Fórmula de 1988 foi a 39.ª realizada pela FIA , decorrendo entre 3 de Abril e 13 de Novembro de 1988 , com dezesseis corridas. Teve como campeão o brasileiro Ayrton Senna da equipe Mc Laren sendo vice-campeão o francês Alain Prost também da McLaren. O campeonato terminou com 90 pontos do brasileiro e 87 de Prost (Se todos os resultados fossem computados, o francês Alain Prost terminaria o ano com 105 pontos e Senna com 94), porém a regra da época permitia o descarte de piores resultados.Foi tido como um ano "monótono", onde a equipe McLaren venceu 15 dos 16 GPs, massacrando a concorrência (a Ferrari venceu em Monza, com Berger, após Senna ser atingido por um retardatário quando, líder, abria a penúltima volta). Mas o que foi mais impressionante foi a corrida de Mônaco onde Senna após colocar mais de 50 segundos de vantagem sobre Prost bater sozinho na entrada do túnel. Para muitos especialistas foi um divisor de águas na carreira do brasileiro, cujo após o episódio se tornou mais forte mentalmente passando assim a vencer várias corridas com performance superior ao francês e demais pilotos indo rumo ao título. Ficou também este campeonato marcado pela morte do comendador Enzo Ferrarii, e também foi marcado por ser o último ano na história dos motores turbo que comandaram as equipes nos anos 80, para abrir espaço para entrada dos motores atmosféricos na última década(1989), até a temporada de 2014 , onde foram legalizados os motores turbo novamente sob tecnologias sustentáveis, muito diferentes da época. Somente seis equipes adotaram a solução turbo em 1988, incluindo a campeã McLaren
Fonte: wikipedia
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PORQUE SENNA E PIQUET VIRARAM INIMIGOS
Fonte: Paddock Info
Jamais
entendi por que o país se dividiu na idolatria entre Ayrton Senna e
Nelson Piquet. Seria anormal a identificação com a espontaneidade - às
vezes até azeda - de Piquet, ou a admiração pelo recato - até inexorável
- de Senna com os fãs. Mas surgirem legiões anti-Senna ou anti-Piquet,
sendo ambos tricampeões e brasileiros, é, no mínimo, algébrico.
Eu,
que estive em minoria como fã dessa dupla fantástica, acho que, mesmo
inconsciente, foram eles que animaram essa divisão com os dardos de suas
pirraças particulares. E, ironicamente, quanto tivemos a maior força na
Fórmula 1 nas pistas do mundo.
O
primeiro desentendimento entre Senna e Piquet surgiu em 1983, quando
Bernie Ecclestone, dono da Brabham e patrão de Piquet, quis conhecer
melhor Ayrton Senna. Ele era a grande revelação da época e Ecclestone,
como os demais donos de equipe, ficou de olho nele. Chamou Piquet e
propôs: "Eu gostaria de avaliar melhor esse brasileiro e fazer um
comparativo entre vocês. O que você quer para topar um teste justo, em
absoluta igualdade de condições?".
Piquet
garante que exigiu apenas a igualdade. Daria meia dúzia de voltas com
pneus velhos e acertaria o carro. Então colocaria pneus novos e faria a
tomada de tempo. Senna deveria ter as mesmas condições. "E se ele fizer o
mesmo tempo ou menos?", provocou Ecclestone.
"Bom, se isso acontecer, eu te pago 100 mil dólares. Mas se for o contrário, você é que me paga os 100 mil", propôs Piquet.
Ecclestone
riu, concordou com a cara de quem tem um ás na manga, e os dois pilotos
brasileiros foram para o circuito Paul Ricard, na França, fazer o
teste.
Piquet
seguiu o roteiro combinado, mas teve uma surpresa ao entrar no carro: a
mando de Ecclestone, a válvula de regulagem de potência do
turbocompressor estava lacrada num ponto imutável. Era uma artimanha do
patrão para que o teste fosse realmente justo. Afinal Piquet, além de
malandro, conhecia bem o carro e o motor com o qual tinha sido campeão.
Na
versão de Piquet tudo seguiu como o estabelecido: ele deu cinco voltas
com pneus usados, trocou-os por novos, fez o tempo de 1min7s (no pequeno
circuito de Paul Ricard) e entregou o Brabham. Ayrton Senna fez a mesma
coisa com os pneus velhos, mas usou mais jogos de pneus novos e não
conseguiu atingir a marca de Piquet.
Mesmo
assim o teste foi considerado muito bom e o próprio Piquet admite que
elogiou Senna para o patrão, que resolveu contrata-lo.
Mas, segundo Piquet, a Parmalat, multinacional italiana, patrocinadora da Brabham na época, não aceitou.
"Eles
queriam um italiano (no caso Riccardo Patrese), e não outro brasileiro.
Daí o Senna saiu dizendo que eu havia boicotado ele. Eu só ganhei 100
mil dólares", ironizava Piquet.
As
relações azedaram mais quando Piquet saiu da Williams para a Lotus, em
1988, e disse que a primeira providência que tomaria antes de entrar que
fora de Ayrton Senna seria desinfetá-lo bem.
Em
janeiro, porém, Piquet resolveu ser diplomático e jogar água fria na
briga, elogiando Senna: "Ele é um bom piloto, ainda não é campeão, mas
seguramente será. Tem tanto talento quanto eu, e não é lógico essa
história de ficar brigando, como se a torcida fosse obrigada a escolher
entre um e outro. Acho que ele só está errado em já se achar o melhor.
Isso é péssimo. É importante acreditar que alguém é melhor que você para
continuar progredindo".
Em
1988, quando a guerra travada entre os dois parecia terminada, Senna,
mesmo brincando, acendeu o estopim de uma explosão que nunca mais se
apagou. Depois de assinar com a McLaren, Senna isolou-se do mundo e só
reapareceu no dia 6 de março no circuito do Rio de Janeiro, onde várias
equipes, inclusive a Lotus, testavam pneus e fez uma declaração
publicada na íntegra no Jornal do Brasil: "Eu tinha que dar aos
outros uma chance de aparecer um pouco. Afinal, não tem sentido um cara
ser tricampeão e eu continuar sendo assunto. Já que ninguém gosta muito
dele, o único jeito era eu sumir para que ele pudesse aparecer um
pouco."
A
réplica, bem ao estilo Piquet, veio rápida e atingiu Senna em cheio:
"Senna desapareceu esses meses não foi para deixar eu aparecer. Foi para
não ter que explicar à imprensa brasileira por que não gosta de
mulher".
Estava
deflagrada a nova guerra. Senna - como já esperava Piquet - levou a
declaração muito a sério. Nem os conselhos do diplomático diretor da
McLaren, Creighton Brown, para que o comentário fosse aceito como
brincadeira, acalmou o piloto. Senna esbravejou, chamou Piquet de débil
mental, sugeriu que "um cara como esse deveria ser internado pelo resto
da vida num hospício para evitar falar tantas bobagens.".
Piquet,
certo de que tinha provocado um estrago, não mudou o tom. "Eu apenas
disse que ele não gosta de mulher, e ele não gosta mesmo. Mantenho o que
disse", reafirmou em 9 de março de 1988. No mesmo dia, os jornais
publicaram na íntegra um telegrama de Ayrton Senna, que examinava a
possibilidade - depois confirmada, por meio dos seus advogados, de
processar o detrator.
Quando
a oficial de justiça entregou a intimação a Nelson Piquet, no
autódromo, em 13 de março para comparecer num prazo de 48h à 22a Vara
Criminal, do RJ, onde deveria confirmar ou negar as suas declarações, o
bate-boca já era assunto mundial. Era pública a intenção dos advogados
de Senna em enquadrá-lo no crime de difamaçao e injúria (previa uma pena
de 1 ano e meio de detenção) no caso de confirmar a declaração de que
"Senna não gostava de mulher".
O L'equipe,
principal jornal francês de esportes, deu sob a manchete "Escândalo
Rio", que Piquet e Senna ultrapassaram o nivel de disputa, alcançando o
ódio. Para o jornal tratava-se de uma inevitável e dramática escalada
estimulada por certos jornais brasileiros. Criticavam Piquet por ter
levantado dúvidas sobre a vida sexual de Senna, como se faz num recreio
em colégio primário.
O Le Sport -
também francês - afirmava que Piquet pretendeu deixar claro que Senna
era homossexual e pergunta: "Como um tricampeão do mundo (Piquet) pôde
ter derrapado tão gravemente?". O jornal ainda criticou duramente Piquet
por suas "costumeiras brincadeiras, cada vez mais de mau gosto".
Os
outros brasileiros, presentes ao circuito carioca, eram requisitados
mais para opinarem sobre a briga do que pela performance na pista.
Thierry Boutsen, piloto belga da Benetton: "É um absurdo. Eu conheço bem
o Ayrton há tempo e sei que isso não é verdade. Talvez esse boato tenha
surgido porque ele é tímido."
Riccardo
Patrese, italiano da Williams: "É lamentável que a coisa tenha chegado a
esse ponto". Alain Prost, francês da McLaren: "sem comentários".
Alessandro
Nannini, italiano da Benetton: "Ainda que Piquet não tenha razão, Senna
não deve se preocupar. Metade da população mundial é gay". A discussão
entre Senna e Piquet deixava a McLaren e Lotus à margem dos treinos,
propiciando um condimentado prato à imprensa italiana.
A revista italiana Panorama, com
uma tiragem semanal de 800 mil exemplares, dedicou várias páginas à
irreverência do tricampeão Piquet que "pôs em dúvida a fama de don juan
que ostentam os pilotos de Formula 1".
Sob
o título "Fórmula homo, sexo e motores", a reportagem estampava várias
fotos de Senna e Piquet em belas companhias femininas, mas alertava que o
assunto é daqueles que não podiam passar desapercebidos e a revista
resolveu investigar a "afirmação" de Piquet. Os três autores da
reportagem interrogaram diversas pessoas. Entre elas uma bela modelo
morena italiana, que, embora insistisse em ficar incógnita, jura que
Piquet mentiu. Disse na época: "Vivemos juntos (Senna e eu) durante seis
mses, e não tenho dúvidas sobre a masculinidade de Ayrton".
Os
repórteres da revista mergulharam fundo nos bastidores da F1 e
publicaram que outras personalidades do circo foram mais longe,
informando à revista que "Katherine Valentim, modelo belga e
ex-funcionária da grife Boss, patrocinadora da McLaren, foi íntima
frequentadora de Senna, antes de ser companheira de Piquet". E nas
entrelinhas a suspeita: "Quem sabe o ciúme também entrou na pista?".
A
verdade é que Ayrton Senna nem Nelson Piquet imaginaram que suas
ofensas ecoassem tão longe. Se Senna jamais se livrou completamente da
aleivosia, Piquet ficou com a pecha de fofoqueiro, principalmente na
imprensa francesa que jamais o perdoou depois do episódio.
Sentindo
que a quarela tomava rumos incontroláveis, os advogados de Piquet,
tentaram minimizar o fato, com argumentos até cômicos. Primeiro Piquet
não teria falado em tom de entrevista. Disseram que houve um erro de
interpretação, conotando o "não gosta de mulher" como um mero pregão mal
interpretado. "No meio da F1, sempre acontecem atropelos e as perguntas
são lançadas sobre os profissionais ainda aturdidos e desgastados pelos
problemas de pista e que, por isso mesmo, têm necessariamente o
colorido da pressa."
E
continuavam: "Quando fizemos que o sr. Fulano não bebe, não estamos
garantindo que esse sr. Fulano, nas reuniões sociais que frequenta, ou
talvez em sua casa, recuse o copo de vinho ou se furte a preparar a sua
dose de uísque. Estamos apenas assegurando que o dito sr. Fulano não é
um alcoólatra", argumentaram os advogados.
No
dia 18 de março de 1988, Ayrton Senna, tentando dar fim ao rumoroso
caso, distribuiu uma nota oficial aos jornais declarando-se satisfeito
com as declarações prestadas por Nelson Piquet ao juiz de justiça na 22a
Vara Criminal do Rio de Janeiro.
Judicialmente
o caso foi encerrado, mas Senna e Piquet jamais voltariam a conversar. O
mais que se aproximaram foi nas festivas dobradinhas brasileiras em
três pódios. Curioso é que jamais tiveram qualquer problema em oito anos
de pista nos mais de 32 mil quilometros dos 146 GP's que se
enfrentaram. Ambos foram arrojados, determinados e sequiosos por
vitórias, mas éticos esportistas e estupendos tricampeões. Talvez a
culpa seja dos seus anjos da guarda, um tanto descuidados fora da pista.
http://paddockinfo.blogspot.com/2011/05/por-que-piquet-e-senna-viraram-inimigos.html
Texto extraído do livro
"Os Arquivos da Fórmula 1"
ed. Panda Books
LEMYR MARTINS
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