segunda-feira, 29 de outubro de 2018

.A opinião sobre o acidente fatal de Ayrton Senna


Diretor médico do GP do Brasil explica causa da morte de Ayrton Senna


Por Danielle Barbosa 
A morte de Ayrton Senna há 23 anos ainda é uma das maiores tragédias do esporte brasileiro e mundial. O piloto morreu no dia 1 de maio de 1994, durante o Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália, após perder o controle do carro e bater brutalmente em um muro de concreto. Diante de tantas teorias sobre o acidente, Dino Altmann, diretor médico do GP do Brasil, explicou o que, de fato, causou a morte do brasileiro. “No caso do Ayrton, apesar do braço de suspensão entrar no capacete e fazer um ferimento no cérebro dele, o que realmente foi a causa da morte dele foi o impacto da cabeça contra essa proteção que tem atrás do banco do piloto, e com isso ele teve uma fratura de base de crânio, uma gravidade maior do que a penetração do braço da suspensão”, explicou Altmann em entrevista para o UOL Esporte O diretor também falou sobre a evolução em alguns procedimentos no caso de acidentes graves na Fórmula 1. “Algumas coisas também caíram em desuso. Por exemplo: no caso do acidente Senna, foi feita uma traqueostomia. Hoje, teríamos tido algum outro acessório para a ventilação dele. Isso era usado no caso de alguém precisar de suporte respiratório e você não conseguir entubar. Hoje, você tem outras maneiras de entubar e acessar uma via aérea difícil. No entanto, ainda é uma ferramenta.” Altmann explicou ainda como a morte de Ayrton Senna contribuiu para algumas melhorias, sempre visando a segurança dos pilotos. “Quando o Ayrton morreu, isso trouxe a grande revolução. Hoje os cockpits são mais altos, envoltos em uma espuma deformável que é bem rígida. Temos o HANS que diminui as forças rotacionais no momento do acidente”, disse.
https://www.torcedores.com/noticias/2017/11/diretor-medico-do-gp-do-brasil-explica-causa-da-morte-de-ayrton-senna
 .....................................................................................................................

 AS RESPONSABILIDADES

Williams silencia sobre acidente
FLAVIO GOMES
DO ENVIADO ESPECIAL
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO 02/05/1994
A Williams silenciou sobre a morte de Ayrton Senna. Nenhum representante da equipe explicou as razões do acidente e nada foi dito sobre o futuro do time no campeonato.
A equipe é atual bicampeã mundial de F-1. Conquistou o título de 92 com Nigel Mansell e de 93 com Alain Prost. Antes, fora campeã mundial de construtores em 80, 81, 86 e 87.
O substituto de Senna no GP de Mônaco deve ser o escocês David Coulthard, atual piloto de testes da equipe. Não há, porém, nenhuma definição quanto às demais provas da temporada.
Senna foi contratado pela Williams em outubro do ano passado. Foi sua volta ao time que lhe deu a oportunidade de guiar pela primeira vez um carro de Fórmula 1, em 1983.
Naquela ocasião, Frank Williams "emprestou" o carro de Keke Rosberg a Senna, que fez um teste no circuito inglês de Donington Park. Ayrton impressionou, andando mais rápido que o primeiro piloto da equipe.
Desde o final de 91 que Senna desejava ir para a Williams. Sentia-se desgastado na McLaren e achava que a equipe adversária seria a melhor nos campeonatos seguintes porque era a que tinha o melhor motor e dominava como ninguém a tecnologia das suspensões ativas.
No final de 92 esteve perto de um acordo, mas foi atropelado pelo inimigo Alain Prost, que tinha boas relações com a fábrica de motores Renault. O francês vetou a presença de Senna na equipe.
No ano passado Ayrton negociou secretamente com a Williams de julho a setembro. Prost soube e resolveu parar de correr. A contratação foi oficializada antes do final da temporada.
Em 19 de janeiro deste ano Senna sentou-se pela primeira vez no carro da nova equipe. Foi um teste no circuito do Estoril, em Portugal. A máquina era um FW15, modelo de 93 adaptado às novas regras.
Ayrton não ficou bem impressionado com o que viu. Desde o come reclamava que a Williams, sem suspensão ativa, era um carro muito difícil de dirigir. Falou o mesmo quando testou pela primeira vez o FW16 em Silverstone (Inglaterra) e depois Paul Ricard (França).
O contrato de Senna com a Williams iria até o final de 95. Ayrton nunca falou em parar de correr. Seu sonho secreto era ganhar mais dois títulos para igualar-se a Juan Manuel Fangio e, então, encerrar a carreira. Via na Williams a chance de realizá-lo.
 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/02/caderno_especial/25.html

 ............................................................................................................................

ADRIAN NEWEY SE SENTE RESPONSÁVEL PELA MORTE DE SENNA MAS NÃO SE SENTE CULPADO


Adrian Newey era um dos responsáveis pelo carro de Senna na Williams e dá detalhes de como lida com a morte do piloto brasileiro em autobiografia.
Ayrton Senna morreu em 1994, depois de uma forte batida com a Williams que pilotava no Grande Prêmio de San Marino de Fórmula 1 . O acidente aconteceu por causa de uma falha no carro e, apesar de as investigações terem absolvido Patrick Head, diretor técnico da Williams à época, e Adrian Newey, responsável por desenhar o carro de Senna, o projetista ainda se sente responsável pela tragédia com o piloto brasileiro.  O sentimento depois da morte de Ayrton Senna está descrito no livro "Como Construir um Carro", autobiografia de Adrian Newey, que hoje trabalha na Red Bull Racing. Segundo o portal "F1i", na obra Newey dá detalhes do acidente e diz que "sempre se sentirá responsável pela morte de Senna, mas não culpado". O projetista tinha 36 anos na época do acidente. "Eu era um dos executivos sêniors em um time que desenhou um carro no qual um grande homem foi morto", escreve Newey no livro.
Depois do acidente, foi analisado se a coluna de direção tinha problemas no carro do piloto brasileiro. Entretanto, não é isso o que incomoda o engenheiro até hoje. "Não importa se essa coluna de direção causou o acidente ou não, é impossível esquecer que o eixo era uma peça má desenhada, que nunca deveria ser permitida em um carro".
Ele lembra também que havia notado o baixo rendimento da Williams de Senna nas duas primeiras corridas da temporada e como o brasileiro tentava levar o carro ao limite para ganhar a briga na pista com Michael Shumacher, rival da época. Mas por mais que Senna tentasse, provavelmente não iria ter sucesso.
"O que eu mais me sinto culpado é com o fato de que eu falhei com a aerodinâmica do carro. Fiz besteira na transição entre a suspensão ativa e o retorno à suspensão passiva e desenhei um carro que tinha uma aerodinâmica instável", afirma em outro trecho da autobiografia. "Senna tentava fazer coisas que o carro não era capaz de responder", completa Newey.
Fantasma do passado
Não é a primeira vez que o engenheiro fala da marca que a morte de Senna deixou em sua vida. Em 2013, por exemplo, em uma entrevista à BBC, ele comentou que o acidente ainda era um fantasma. "O que aconteceu aquele dia, o que causou o acidente, ainda me assombra até hoje", falou na época. "Acho que uma das coisas que me assustou na época foi que o Senna chegou a Williams porque nós tínhamos sido capazes de construir bons carros nos três anos anteriores e ele queria fazer parte do time que acreditava ter o melhor carro", lembrou Newey na entrevista.
A BBC ele também havia comentado sobre a possível falha na coluna e já falava que Ayrton Senna fazia coisas impensáveis na pista. "Era um talento nato".


https://esporte.ig.com.br/automobilismo/f1/2017-11-05/ayrton-senna-morte-adrian-newey.html
.......................................................................................................................................... 

`Carro parecia muito nervoso'
FLAVIO GOMES
DO ENVIADO ESPECIAL
O vencedor da corrida, Michael Schumacher, estava imediatamente atrás de Senna no instante do acidente.
O piloto da Benetton disse que na volta anterior percebera que a traseira do carro do brasileiro já havia batido no chão e ele quase saiu da pista.
"Seu carro me parecia muito nervoso. Na hora do acidente, me pareceu que a traseira abaixou e tocou no asfalto. Por isso ele perdeu o controle."
Até o ano passado, os carros das equipes de ponta usavam sistemas computadorizados de suspensão, as chamadas suspensões ativas, proibidas este ano pelo regulamento da F-1.
Esses equipamentos "liam" as irregularidades das pistas e corrigiam automaticamente o curso das molas, mantendo o carro a uma altura constante do solo.
Se o problema de Senna ontem foi mesmo na suspensão convencional, que usa amortecedores, o acidente talvez pudesse ter sido evitado com o uso do equipamento eletrônico.
As suspensões ativas, porém, também tinham seus problemas. Como elas eram controladas através de um software (programa de computador), podiam falhar, às vezes, sem dar qualquer tipo de aviso.
No GP de Portugal do ano passado, por exemplo, o sistema da Ferrari de Gerhard Berger estava programado para abaixar o carro a uma determinada velocidade. Berger saiu dos boxes depois de um pit stop acelerando demais.
Atingiu a velocidade que abaixaria o carro antes da saída dos boxes, onde há uma grande ondulação. A máquina "sentou" a traseira e bateu no asfalto.
Berger atravessou a pista e bateu no muro do outro lado. Por muito pouco não foi acertado em cheio pelo Footwork de Derek Warwick, que vinha a 250 km/h.
Como a morte de Senna ocorreu no final da tarde, não havia mais nenhum piloto no autódromo na hora do anúncio oficial. Só a equipe Simtek se manifestou.
Em comunicado de imprensa, o dono do time, Nick Wirth, lamenta a morte de Senna um dia após perder também seu piloto, Roland Ratzenberger.
(FG) 
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/02/caderno_especial/8.html
......................................................................................................................................... 

DAMON HILL CULPA O PRÓPRIO AYRTON SENNA PELO ACIDENTE FATAL POR CONTA DOS PNEUS

 Fonte: Agencia Estado 20/04/2004
O inglês Damon Hill, campeão mundial de Fórmula 1 em 1996, considera que o acidente que matou Ayrton Senna em Ímola, no dia 1º de maio de 1994, aconteceu por um erro do próprio tricampeão mundial. Hill, companheiro do brasileiro na equipe Williams na época do acidente, revelou sua opinião nesta terça-feira, quase 10 anos depois da morte de Senna, em sua coluna no jornal The Times. ?Nunca saberemos o que Ayrton pensava e o que realmente se passou, mas estou convencido de que ele cometeu um erro. Muitos nunca acreditarão que ele poderia errar. Por quê? Ele cometeu vários erros em sua carreira??, escreveu o ex-piloto. Hill diz não se convencer de que foi a ruptura da barra de direção da Williams que levou Senna a perder o controle do carro e bater na curva Tamburello. Ele sustenta que a barra não poderia se romper a não ser em conseqüência de um mau funcionamento da direção hidráulica. ?Não me convence o fato de a coluna poder ter se quebrado com a direção hidráulica funcionando normalmente, o que, acredito, estava nos dados do carro.?? O ex-piloto inglês garante que a barra de direção da Williams foi testada exaustivamente, mas reconhece, no seu artigo, que a coluna poderia ?não resistir por uma corrida inteira?? e admite que o carro ficou difícil de guiar com a modificação na barra de direção. O inglês dá a entender que o erro que, para ele, Senna teria cometido está relacionado aos pneus da Williams, que estavam frios, pois o acidente ocorreu na volta seguinte à saída do safety car da pista. ?Escutei e li muitas teorias sobre por que e como Senna podia ter batido em uma curva tão simples como a Tamburello??, disse. ?Ninguém mais do que eu e ele sabíamos como pilotar aquele carro, fazer aquela curva, naquela corrida, naquele dia, com pneus frios. Ninguém tem culpa se Senna manteve o pé fundo (no acelerador) quando poderia ter aliviado.?? Hill afirmou que por muito tempo considerou os homens que fizeram as regras da F-1 os culpados pelo acidente com Senna. Hoje, pensa de maneira diferente. ?Agora, eu consigo ver. Automobilismo é um esporte, entretenimento. Ninguém está obrigado a fazer as coisas. Ayrton não tinha de correr naquele dia. Tinha de fazer uma escolha naquele domingo e, lamentavelmente, fez a escolha errada.?? Não é assim que a Justiça italiana parece pensar. No mês passado, o processo que apura as causas da morte de Senna foi reaberto e Frank Williams, o dono da Williams, Patrick Head, o diretor técnico da equipe, além do projetista Adrian Newey, poderão voltar ao banco dos réus. 
https://esportes.estadao.com.br/noticias/velocidade,damon-hill-culpa-senna-por-acidente,20040420p38994 

Ps:  Apesar de Damon Hill alegar que Senna deveria ter aliviado o acelerador, Damon Hill fez o melhor tempo do fatídico GP de Ímola de 1994 com o tempo de  1:24.335 (na volta 10)conquistando a volta mais rápida da prova!!!! Ele não tirou o pé.
......................................................................................................................................... 
ENTREVISTA DE PIQUET AO PROGRAMA RODA VIVA NO DIA SEGUINTE À MORTE. PIQUET DEFENDE A TESE DE QUEBRA DA SUSPENSÃO TRASEIRA NO ACIDENTE FATAL DE SENNA

Roseli Tardelli:"o Senna não conseguiu dar uma banana pra morte por que? Problemas no carro, problemas no próprio Senna ou essa questão da pista que tá todo mundo reclamando agora?"
Piquet: "foi um acidente fatal,  muito parecido com o que aconteceu comigo, com um pouco mais sorte que ele. A grande diferença é que eu bati com a frente do carro pra onde eu vinha e pelo que eu vi bem do acidente dele, é que a roda dianteira bateu na cabeça dele porque realmente acontece isso, você bater de ângulo na parede, a primeira coisa que acontece é já ter a quebra do triângulo de baixo ela vira apoiado no triângulo de cima e e ela decolou. Comigo não aconteceu isso porque eu bati de ré, lateral mas andando pra trás então a roda dianteira foi pra frente .. é uma curva que eu nem posso falar que é uma curva que é uma reta, é uma curva que não é reta , é uma reta que não é uma curva , é uma reta torta praticamente e tiveram três acidentes nessa curva, sérios, o meu, o do Berger e o do Senna. O meu e o do Berger foram provados que foram falhas mecânicas e o do Senna eu também tenho certeza que foi uma falha mecânica.Existe muita polêmica e vai sempre existir porque ninguém vai admitir a culpa que tenha quebrado alguma coisa no carro ou estourado o pneu ou alguma coisa.. acho muito difícil errar, não teria maneira de errar aquela curva então a falha mecânica é a única coisa que pode ter acontecido.   
Roseli Tardelli:"a equipe já afastou essa possibilidade na tarde de hoje "
Piquet:"eles vão ter que falar isso sempre, eles não podem admitir a culpa mas sem dúvida não existe outra explicação"
Roseli Tardelli:"não faz parte do jogo do Fórmula 1 admitir culpa também?"
Piquet:"não em caso de morte"
José Emilio Aguiar(Estado de São Paulo) :"a coisa que tem se comentado que a causa mais provável do acidente teria sido a quebra da suspensão traseira, seria a causa mais provável?"
Piquet:" olha, pode ser, a quebra da asa dianteira acontece nenhuma coisa, ou a quebra da suspensão traseira, os carros são muito rígidos e com aquela pressão aerodinâmica,com  aquela asa que eles carregam atrás, qualquer coisa que quebre atrás, o carro abaixa a traseira e a frente fica inguiável. Eu sei disso porque aconteceu várias vezes comigo mas acontece em lugares diferentes, acontece no meio da reta, a reta que você não precisa de virar, o carro arreia a traseira e você perde o controle do carro. Quando você diminui a velocidade você consegue levar o carro até o box porque você perde a pressão aerodinâmica e você perde essa insegurança do carro as rodas encostam no chão e você  consegue guiar mas se aconteceu naquele momento, em alta velocidade, como aconteceu com o Berger que quebrou a asa dianteira, você vai em frente, sem nenhuma dúvida. Então eu acho que quebrou a suspensão traseira, não há duvida, você olhando pela filmagem do carro do Schumacher você vê que o carro(do Senna) ele vira um pouco pra direita e depois vai em frente. Difícil é você provar isso porque depois que o carro destrói tanto, o acidente arrancou duas rodas é muito difícil você provar que aconteceu uma coisa assim, mas pelo bom senso dá pra achar"
José Emilio Aguiar(Estado de São Paulo) :"pela câmera do Schumacher dá pra ver uma queda pra um dos lados, quando a suspensão quebra o carro iria pro lado que a suspensão quebrou, não teriam ficado marcas de pneu no chão?"
Piquet:"não , primeiro que o carro naquela velocidade anda praticamente  90 metros por segundo, então anda muito rápido, segundo  você vê pouco antes do carro virar, você vê faisca que sai do chão, mas isso é uma coisa normal porque no inicio da corrida o carro tá com  tanque está cheio e o pneu do carro está com uma calibragem um pouco mais baixa então sempre toca muito no chão mas você vê que depois que ele toca imediatamente ele vira pra direita e outra coisa, a câmera está muito longe, não foca muito bem e os carros andam no chão, praticamente no chão na reta a duzentos e tanto por hora que é uma velocidade superior a qualquer curva o carro anda praticamente no chão com uma diferença bem pouca, então se a suspensão quebrar ele vai variar um centímetro e meio a mais e naquela distancia você não vê"
Repórter:"você descarta totalmente uma falha humana?"
Piquet :"só se o Senna teve uma parada cardíaca ou coisa assim, ele são, com a saúde boa é impossível ter ocorrido um erro dele, ali é impossivel ter um erro humano"
Milton Coelho da Graça(TV Educativa) :"a Rai faz uma péssima transmissão, nem sequer  colocou uma boa câmera na Tamburello, apesar de ser uma curva de triste história, mas há uma testemunha importante, talvez até melhor que a câmera que estava atrás no carro do Schumacher que é o próprio Schumacher, ele disse, ele declarou que na volta anterior ele tinha notado, ele estava logo atrás, que o carro na Tamburello estava instável e tinha patinado um pouquinho, com esse depoimento você teria um diagnóstico maior pra fazer um depoimento do que aconteceu? Porque o Schumacher diz isso, a televisão disse o carro foi reto, o carro não foi reto, ele já estava fazendo a curva quando ele nitidamente inflete pra direita e vai reto, mas ele dá uma inflexãozinha , a tese do Piquet tem validade da suspensão traseira porque o carro realmente vira um pouquinho pra direita, é quase imperceptível mas ele vira pra direita.. mas porque o Schumacher diria aquilo?"
Piquet:"Ali é uma curva que se você fizer toda por dentro você faz, se for por fora você faz, então não é uma curva pra você se concentra, você vai sentir o carro balançar, não é isso, é uma reta mas faz uma curva, é difícil explicar isso, então quando você vê a câmera do carro do Schumacher, o Schumacher tá virando o tempo inteirinho e você vê que ele vai pra direita(Senna) mas ele vai pra direita porque ele vai reto, ele realmente vai reto porque é uma curva inteira, você não para de virar ali "
Milton Coelho da Graça(TV Educativa) :"e o depoimento que o carro(do Senna) tinha patinado?"
Piquet:" patinado é impossível porque o carro não perde tração numa velocidade daquelas, você já está embalado há 280 km/h e chega no fim da reta a 320 km/h, se o carro mexer ali você não consegue fazer as outras curvas do circuito porque ali não é uma curva"
Paulo Stein:"  você está culpando a morte do Senna a roda,nós estamos determinando a causa do acidente do porque o carro saiu da pista mas a roda  na sua opinião, e eu concordo plenamente, inclusive pelos laudos dos médicos poque não houve nada no tronco só na cabeça mas eu queria te fazer uma pergunta técnica, o triângulo que sustenta as rodas não é uma falha da projeção dos carros?"
Piquet:"eu só posso falar que a roda bateu na cabeça dele se o capacete estiver marcado de pneu, então pode ter sido a roda que bateu ou então ele bateu com a cabeça na parede, no meu caso eu vi meu capacete ele estava marcado, ele encostou na parede .. na minha época era mais seguro porque dizia que o piloto tinha que estar atrás do eixo dianteiro então toda vez que tinha um acidente desses, a roda passava atrás da gente. Quando fizeram esse regulamento que o eixo dianteiro, por segurança, pra ter mais segurança pros pés, botaram eixo dianteiro mais pra frente, esse perigo tornou-se maior. O problema do triângulo é o seguinte, quando você bate forte não tem triangulo que segure aquilo ali , aquilo é pra segurar a suspensão do carro, como ele é fixo embaixo, ele é o primeiro a quebrar mas em cima ele não é fixo então ele quebra e as rodas sobem mas sinceramente só vendo o capacete dele pra saber se o pneu bateu na cabeça dele ou foi na parede"
Marcus Zamponi(Auto Sport):"O novo regulamento da Fórmula 1 deixou os carros muito mais difícil de ser pilotado e tecnicamente bastante limitado, em compensação os motores a cada dia geram mais potencia, você acha que esse regulamento agiu decisivamente nessa tragédia desse fim de semana?""
Piquet:"você do ano passado pra esse ano ganhou quanto? 2%, 3%, não ganhou, o único motor que ganhou muita potencia do ano passado pra esse ano foi o motor Ford, que é um motor diferente que chegou um pouquinho no motor Peugeot mas não criou essa cavalagem, essa potencia máxima e outra coisa, o regulamento que tá hoje é o regulamento de três anos atrás, quatro anos atrás, cinco anos atrás, simplesmente eles tiraram duas coisas a suspensão ativa, porque eles tiraram? Pra igualar a Fórmula 1 e dar chance para os outros virem, de igualar a Fórmula 1,  meia dúzia de times tinha, três times tinham com meia dúzia de carros e os outros não tinham suspensão ativa e  custava muito dinheiro pra desenvolver  então eles  igualaram pra todo mundo e que mais eles igualaram? igualaram o problema do cambio, tinha um cambio que era totalmente programado, você não passava mais marcha  , agora mesmo no volante você passa as marchas .. o carro era todo programado, o carro  sabia aonde ele estava na pista, você freava ele reduzia as marchas, você fazia as curvas ele acelerava, ele trocava essas marchas todas automaticamente antes de chegar no limitador. Então você com isso poupava mais o motor , você não teria o problema do piloto errar a marcha e botar a marcha errada ou botar antes do tempo e que mais eles mudaram no regulamento? O controle de tração. Se é um campeonato para avaliar o talento dos pilotos, o campeonato mundial de pilotos estava ficando um negócio meio ridículo, você não passava mais a marcha, você não regulava mais a potencia que você usava, o computador dizia a potência que você tinha que usar na curva para não patinar então você estava tirando a graça da dirigibilidade do piloto, então o que mexeram no regulamento de maneira nenhuma afetou o que aconteceu no Domingo agora"
Mair Pena Neto(JB)"o próprio Senna reclamava desse excesso de tecnologia,  que estava perdendo a graça de guiar, vários pilotos lutaram para que mudasse o regulamento que acabou mudando, para que se tornasse uma coisa mais equilibrada , disputada no braço mesmo, agora houve uma mudança anterior quando eles estreitaram os pneus e o pessoal da Goodyear disse que os carros iam ficar muito perigosos, não aconteceu nada ano passado, talvez pela eletrõnica, e agora estão acontecendo uma série de acidentes. Você acha que esses pneus mais estreitos tem alguma interferência sem essa eletrônica ou isso precisaria ser revisto, voltar aos pneus como era antes? 
Piquet:"não, de jeito nenhum, o que eles tentaram fazer  foi o seguinte: diminuir a velocidade nas curvas com os pneus mais estreitos, justamente pra você não precisar de uma área de escape tão grande. Se você é capaz, se o carro tem os pneus grandes o suficiente, aderência na pista pra fazer uma curva ao invés de 120 km/h, fazer uma curva a 180 km/h, esse é um exemplo muito grande, se por acaso quebrasse alguma coisa no carro ou se o piloto errasse, você teria que ter uma área de escape muito maior, então os autódromos teriam que ser muito mais modificados, então o que fizeram, diminuíram a velocidade dos carros na curva, tentaram diminuir, diminuíram o cantato do pneu no chão. Isso o que aconteceu? o carro anda mais na reta, tudo bem, mas você tem que frear mais e fazer as curvas mais lentas. Você freando mais, você tem mais ultrapassagens, então se torna um show, mais competitivo pra Fórmula 1, mais difícil de se guiar. Então foi o que foi estudado pra Fórmula 1 ser mais interessante de se ver, o carro anda mais rápido na reta e fazer as curvas mais lentas. Se você comparar a F1 de hoje com o tempo do Fangio, velocidade de reta do tempo do Fangio era tão grande como agora mas nas curvas eram muito menores porque os pneus eram muito estreitos e não tinha aquela asa, aquela pressão aerodinâmica.e como a tecnologia, todo ano você melhora o carro,  melhora a condição dos pneus e melhora a condição da suspensão, cada vez a F1 vai ficando mais rápida nas curvas e só tem uma maneira de diminuir isso, diminuir a área de contato dos pneus no chão e diminuindo as asas"
Roseli Tardelli:" mais interessante e mais perigosa também?  
Piquet:" não necessariamente mas interessante  pra ter mais ultrapassagem e mais disputa"
Celso Miranda(TV Cultura):"você não acha que deveria ter mais preocupação com a construção do carro, na Fórmula Indy, você teve a oportunidade de dirigir carros por lá, 1992 e 1993, e o Raul(Boesel) estava comentando inclusive ontem, o piloto fica mais afundado dentro do carro e protegido mais lateralmente, na F1 o piloto fica mais exposto a partir do ombro. Você falou aí do capacete bater na mureta, você acha que um piloto de F1, mais afundado, tipo Fórmula Indy, protegeria o piloto nesse caso?"
Piquet:" Na Fórmula Indy, o carro feita àquela maneira com maior velocidade, você tem que ser enterrado muito mais pra proteger do vento, isso é uma coisa que faz na F1porque você chega a velocidades finais a 400 km/h e na F1 você não chega a isso, no pique, chega a 320km/h. Na Fórmula Indy você faz médias horárias de 360, 370 km/h, então você tem que estar muito mais protegido do vento, agora você vê aquele filipino que morreu em 1992, ele morreu porque ele bateu com o pescoço na proteção do carro, não dá pra um carro andar a 340km/h sem acontecer nada , é um esporte perigoso, então naquela curva(Tamburello) não tem pneu, não tem escape, não tem nada porque é impossível o piloto errar ali, ali só se tiver uma falha mecânica., então não se pode correr ali porque tem aquela parede? não se pode correr em Mônaco, não se pode correr na Austrália, em Interlagos, em Interlagos você sai da junção você tem aquela quebrada lá, aquela quebrada se o carro quebrar ali você vai no muro.. o circuito é perigoso porque tem esses pontos de velocidade de reta então você faz esse circuito que nem no Japão agora, vira pra esquerda, tipo mickey Mouse, aquela retinha curta, aí fica quase impossível de acontecer mas até pode, um carro subir no outro e a roda então bater "
 Celso Miranda(TV Cultura):"você não acha os carros são super seguros?"
Piquet:" eu acho que os carros são seguros, os monopostos são super fortes, você vê que uma pancada daquela a 300km/h tinha uma roda integral ali, ..
 Celso Miranda(TV Cultura):"e no caso do Ratzenberger que o carro foi perfurado?"
Piquet:"tudo bem mas os carros são super bem feitos"
Luiz Alberto Pandini (Jornal da Tarde): "a impressão que dá vendo a batida de frente é que ele não chegou a frear, não rodou as rodas, não chegou a ter nenhuma reação, o carro simplesmente foi em direção ao muro, não acharam nenhuma marca de pneu, nenhuma marca do carro raspar o chão, não acharam nada. Queria te perguntar, dfá tempo do piloto ter alguma reação de tentar virar o volante ou fazer qualquer coisa pra evitar a batida naquele ponto? 
Piquet:" aquela curva você deve virar o volante talvez um 5mm à esquerda, então é impossível, você vê o ângulo de câmera que nós vimos,não dá pra saber se ele virou ou se ele não virou, porque você não tem que virar mais do que isso(5mm)pra você ver como é uma curva aberta"
Luiz Alberto Pandini (Jornal da Tarde):  "mas é só isso? 5mm?"
Piquet:"não é só isso, mas  se você virou e não foi, não tem jeito de você virar mais .. você anda a 90 metros por segundo, então você virou e o carro não virou você tem menos de um segundo pro carro bater na parede"
Paulo Stein:"você que viveu lá dentro, um companheiro de profissão morreu, um compatriota o Barrichello  sofreu um acidente, caberia um momento o Senna dizer "eu não vou correr", como isso seria interpretado e armado dentro dos contratos, inventar algo pra não correr ou como em depoimentos dele que ele disse que não estaria bem pra correr aquela corrida?"
Piquet:"eu não acredito que o Senna faria uma coisa dessas porque ele sempre foi um profissional fantástico de querer correr, de querer competir e em primeiro lugar ele tinha o automobilismo na vida dele, se ele fosse um cara mais velho com filhos e dissesse não, essa corrida eu não quero correr, tudo bem, agora ele corria em corridas em muito piores condições, na chuva, aquelas são 10, 50 ou 100 vezes mais perigosas que essa corrida de Ímola"
Roseli Tardelli:"pergunta de seu Geraldo Rocha de Porto Alegre você poderia traçar um perfil dessa depressão de Senna antes da corrida? Ele pressentia, ele não poderia dizer eu não vou correr?"
Piquet:" ele tava preocupado, muito preocupado por duas razões,ele tinha  no Brasil um competidor muito forte  que era o Schumacher, na última corrida(Aida, Japão) ele não pôde nem competir com ele porque teve aquele problema na primeira volta, então ele estava realmente preocupado o que ia ser dessa corrida, porque se essa corrida o Schumacher ganhasse, ele ia ter problemas mas problemas no âmbito esportivo. Ele estava preocupado esportivamente, foi uma rápida classificação(pole) mas ele estava preocupado.Mas é lógico que o acidente do amigo dele o Rubinho, que ele foi pro hospital, aquilo choca, antes do acidente do Senna e antes do acidente do austríaco, o acidente do Rubinho foi impressionante, ele saiu da zebra numa catapulta e bateu nas telas e não teve um choque forte porque? muito mais lento mas se você olha, muito mais rápido"
Paulo Stein:"se ele não quisesse correr, o que teria acontecido com o relacionamento dele com a Williams?
Piquet;"se ele dissesse isso, ele ia pegar as malas, voltar pra casa, pronto, não quero mais correr, vou largar o automobilismo, tou com medo"
Roseli Tardelli:"o piloto não pode ter medo?"
Piquet:"pode mas ai ele para de correr.. ele pode fazer isso a qualquer momento, ele diz que chegou no limite dele e vai pra casa"
Milton Coelho da Graça: " essa William estava com problema, a proibição da suspensão ativa e a volta da suspensão convencional criou problemas estruturais no carro que foram sentidos nos treinos e nas duas primeiras provas, o Senna deu várias declarações disso"
Piquet:" declaração de que? que o carro derrapa? que o carro não tá bom?
Milton Coelho da Graça: "que o carro tá inseguro.."
Piquet:" e daí? Virou no mesmo tempo que o Schumacher no Brasil, como ele pode falar que o carro tá ruim? 
Milton Coelho da Graça:"você não admite que tenha havido um erro estrutural da equipe?"
Piquet:" que quebrou alguma coisa no carro não há dúvida nenhuma "
Milton Coelho da Graça:"mas quebrou porque essa nova suspensão possa .."
Piquet:"podia ter quebrado em outro lugar, no Brasil, treinaram no inverno,  quando você larga numa corrida larga com tudo novo, uma traseira novinha lá, motor, cambio, suspensão, tudo novinho , então fadiga de material não pode ter acontecido, agora que quebrou alguma coisa, quebrou"
https://www.youtube.com/watch?v=LvdPXbYXsaU


..............................................................................................................................
Para Piquet, o circuito deveria ser modificado
Ex-campeão teve acidente na mesma curva, em 1987
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Nélson Piquet, ex-campeão mundial de Fórmula 1, disse ontem em Florianópolis (SC) que a curva onde ocorreu o acidente com o piloto Ayrton Senna no circuito de Imola deveria ter sido modificada.
"Ali teria que mudar, fazer uma reta", disse Piquet, que se acidentou no mesmo local, em 1987. Ele não definiu o lugar como uma curva e sim como uma "reta torta".
Na opinião de Piquet, um problema mecânico foi a causa da batida. Piquet disse que, apesar do traçado, o local não apresenta dificuldades para os pilotos.
Piquet viu o acidente de Senna pela TV, no kartódromo Ronaldo Couto Daux, na praia dos Ingleses (SC), onde assistia a uma prova do Campeonato Sul-Americano de Kart.
Falando antes de saber da morte de Senna, Piquet disse: "Sabemos que o acidente foi muito grave e vai ser uma perda muito grande para o automobilismo."
Depois, ao saber da morte, Piquet deixou o kartódromo e foi para o hotel Costão do Santinho. Às 15h, conforme a portaria, ele saiu do hotel.
O ex-campeão disse não considerar o circuito de Imola mais perigoso e menos seguro que outros autódromos.
"Se for parar de correr em Imola, tem que parar de correr em Mônaco, em Adelaide (Austrália) etc.. A Fórmula-1 é um esporte perigoso". Ele afirmou que é impossível deixar os circuitos totalmente sem riscos.
"Quando um carro anda a mais de 300 km por hora, teria que ter área de escape em todos os locais com mais de cem metros, com caixa de brita, com tela. Isso é inviável de ser feito em todas as pistas do mundo".
Segundo Piquet, a área de escape do local do acidente de Senna tem de 30 a 40 metros.
"De onde saiu até onde bateu, ele (Senna) não demorou mais de um segundo. É um impacto muito forte".
O ex-piloto se acidentou na mesma curva em 1987. Sua Willians teve um pneu furado nos treinos. Ele não correu o GP de San Marino no dia seguinte.
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/02/caderno_especial/17.html
........................................................................................................................................

Wilsinho acredita que quebra causou acidente
MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O ex-piloto de Fórmula-1, Wilson Fittipaldi Jr., pai de Christian Fittipaldi, disse ter tido "a impressão de que a causa do acidente de Senna foi uma quebra na suspensão traseira esquerda".
Ele assistiu a corrida pela TV, em seu apartamento no Guarujá (SP). Wilsinho falou com o filho após o fim da corrida em Ímola.

Folha – Como você analisa o acidente de Ayrton Senna?
Wilson Fittipaldi Jr.– Tive a impressão de que houve quebra na suspensão esquerda traseira.
Quando isso ocorre, a tendência da roda traseira é abrir, dirigindo o carro para o lado direito. A suspensão quebrou antes da curva.
Folha – Você já falou com o Christian?
Fittipaldi – Ele ligou 15 minutos depois de encerrada a prova e disse que iria para o hospital ficar ao lado de Ayrton.
Ele ainda não sabia da morte dele. Ele não viu o acidente e pediu para que eu explicasse o que tinha visto pela TV.
Folha – Como o acidente com Rubens Barrichello e a morte de Senna repercutiram em você?
Fittipaldi – A minha vontade era mandar o Christian pegar um avião e voltar imediatamente ao Brasil. Estou muito abalado. Esse é um esporte muito desgraçado, que infelizmente a gente adora.
Folha – Existe algum culpado pelos acidentes em Imola?
Fittipaldi – Não existe nenhum autódromo 100% seguro. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) deve diminuir a velocidade dos carros nas curvas.
Deveria ser criada uma comissão de técnicos e pilotos para vistoriar os autódromos e melhorar as áreas de escape. Os acidentes foram uma contingência do esporte.
Os pilotos vão ter que ponderar muito sobre suas vidas. Será que vale a pena tudo isso? Não sei.
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/02/caderno_especial/16.html
......................................................................................................................................

Acidente de Ayrton Senna não seria fatal na F-1 de hoje, dizem especialistas

Fonte: Portal EBC  comentarista Flávio Gomes

As mudanças de segurança após o trágico GP de Ímola de 1994 fizeram com que alguns pilotos sobrevivessem a graves acidentes em corridas e treinos de Fórmula 1. E, para especialistas em automobilismo, Ayrton Senna também teria escapado com vida se o acidente do fatídico dia 1º de maio acontecesse, por exemplo, em 2014.
Os principais fatores que causaram a morte de Senna foram a violência da batida em uma parte da pista sem proteção de pneus e a falta da proteção à cabeça do piloto. De acordo com a perícia do acidente, a morte se deu após o choque da barra da suspensão dianteira do carro que, após atravessar a viseira do capacete, acertou a cabeça de Senna.
Flávio Gomes, comentarista de Fórmula 1 do canal de TV Fox Sports, diz ter certeza que mudanças como a maior resistência no capacete, o aumento da lateral do cockpit (parte em que o piloto está localizado), o reforço da conexão das suspensões ao carro e a mudança nas pistas garantiriam a sobrevivência de Senna se o acidente ocorresse com o carro atual da categoria.
“Um acidente igualzinho aquele do Senna não resultaria na morte do piloto. A proteção no pescoço é muito maior por causa do HANS (sistema de apoio à cabeça e ao pescoço). Os capacetes são mais resistentes. A dinâmica do acidente não ocorreria hoje. As pistas hoje são mais seguras. Aquele tipo de curva sem nenhum tipo de proteção no muro não existe mais. Então, hoje, 20 anos depois, aquele acidente não seria fatal”, explica.
O atual diretor de marketing da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) e ex-piloto de Stock Car, Paulo Gomes, reforça a ideia de que Senna teria saído vivo do acidente. “Hoje um acidente desses não seria fatal. Só em termos de desenvolvimento de capacete, ele já não teria falecido. Se ele tivesse o capacete de três anos depois do acidente, teria sobrevivido”, aponta.
Fábio Seixas, que cobre Fórmula 1 desde 1995, é mais cuidadoso em relação a um parecer sobre o acidente de Senna. Para ele, seria difícil precisar se ele sobreviveria mesmo na Fórmula 1 de hoje por se tratar de um caso muito peculiar. “O acidente do Senna foi uma fatalidade muito grande. Uma barra de suspensão quebrou e acertou a cabeça dele. Qualquer piloto hoje em dia estaria sujeito a essa fatalidade”, aponta.
Seixas, porém, levanta que outros acidentes gravíssimos aconteceram após 1994 e o fato de os pilotos terem sobrevivido provam que a Fórmula 1 está mais segura. “Vários pilotos que se acidentaram gravemente foram poupados por causa das mudanças na Fórmula 1. O Robert Kubica, por exemplo, sofreu um acidente no Canadá que se o teste de resistência (crash test) não fosse tão rigoroso, teria morrido. O Schumacher teve um acidente na Inglaterra em 1999 em que a vida dele poderia ter ficado sob risco. Ele só quebrou as pernas”, diz. 
 http://www.ebc.com.br/esportes/2014/05/acidente-de-ayrton-senna-nao-seria-fatal-na-f-1-de-hoje-dizem-especialistas
........................................................................................................................................... 
 PARA JORNALISTAS, A CATEGORIA TINHA A FALSA SENSAÇÃO DE SEGURANÇA EM 1994

Fonte: Portal EBC
Tanto Seixas como Flávio concordam no ponto que um dos motivos da morte de Senna e de Roland Ratzenberger (que morreu no mesmo fim de semana em Ímola) foi o excesso de confiança que se tinha nos dispositivos de segurança da Fórmula 1 na época.
Motivados pelos 12 anos sem mortes em corridas (a última vítima fatal havia sido Gilles Villeneuve, em 1982) e oito anos sem mortes em pistas (a última havia sido de Elio de Angelis, em 1986), os dirigentes da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) resolveram mudar as regras para equilibrar a categoria no início da temporada de 1994.
“A Fórmula 1 estava se achando segura demais quando, na verdade, os carros eram frágeis. Além disso, houve uma mudança muito radical no regulamento de 1993 para 1994, que deixou os carros muito complicados de serem pilotados. A junção de uma coisa com outra explica o final de semana tão trágico em Ímola”, diz Fábio Seixas.
Flávio Gomes acredita que a segurança não estava conseguindo acompanhar a velocidade dos carros. “No final da década de 1980, os carros aumentaram demais em velocidade. Também vimos muitos acidentes em que os pilotos saíram ilesos. Isso aconteceu mais por sorte do que por uma real segurança dos carros”, afirma.
Seixas ressalta que o acidente de Senna serviu para criar consciência na categoria. “O acidente do Ratzenberger já seria suficiente para fazer a F-1 rever toda a segurança. Mas é claro que o Senna potencializou isso”, diz Seixas.
O jornalista do canal Sportv aponta que a Fórmula 1 começou inclusive a negar a sua natureza no momento em que começou até a frear o desenvolvimento dos carros em prol da segurança: “Antes era uma categoria em que o objetivo era ver quem era o mais rápido, mas aí começou a perceber que estava indo rápido demais e a segurança não estava acompanhando”.
 http://www.ebc.com.br/esportes/2014/05/acidente-de-ayrton-senna-nao-seria-fatal-na-f-1-de-hoje-dizem-especialistas
 -------------------------------------------------------------------------------------------- 
........................................................................................................................... 


Projetista de Senna culpa pneu furado por acidente

Newey era responsável pelo Williams de 1994

DE SÃO PAULO

Projetista do Williams que Ayrton Senna pilotava no GP de San Marino em 1994, Adrian Newey aponta o furo de um pneu como uma possível causa do acidente que matou o piloto brasileiro.
"O carro saiu de traseira. O pneu traseiro direito provavelmente furou com os detritos da pista. Se tivesse que escolher uma única causa, seria essa", afirmou Newey, em entrevista ao "Guardian".
O projetista diz que nunca ninguém saberá o que realmente aconteceu antes da batida na curva Tamburello.
"Não há dúvidas de que a coluna de direção se rompeu. A grande questão é se foi pelo acidente ou o que causou o acidente", disse o projetista de maior sucesso na F-1.
Ele projetou o Red Bull que domina o atual Mundial, e seus carros conquistaram 119 GPs, sete títulos de Construtores e seis de Pilotos.
Newey afirmou que quase interrompeu a carreira após o acidente com Senna.
Ele conta que, ao lado de Patrick Head, diretor técnico da Williams, ficava se perguntando se eles gostariam de permanecer no automobilismo. "Nós gostaríamos de nos envolver em um esporte no qual pessoas morrem em algo que você criou?"
Newey foi acusado, e considerado inocente, pela morte de Senna pela Justiça da Itália. Em 2007, a Suprema Corte do país apontou Head como responsável por homicídio culposo (sem intenção) pela morte de Senna.
O dirigente, no entanto, não cumpriu pena porque o crime já estava prescrito.
............................................................................................................................

Na Garagem: Investigador do acidente de Senna sugere quebra da barra de direção

Até então apenas uma hipótese mais aceita, a quebra da barra de direção do carro da Williams se tornou a principal tese para o acidente que provocou a morte do tricampeão Ayrton Senna quando o investigador Enrico Lorenzini falou a respeito em uma entrevista. Anos mais tarde, no entanto, a falta de evidências desacreditou a teoria para a justiça

Fonte: Na garagem Renan do Couto 
Tão logo se percebeu a gravidade do acidente sofrido por Ayrton Senna na curva Tamburello, começaram a surgir as teorias a respeito da causa da batida. Inicialmente, uma falha na suspensão era a tese mais provável, mas, com o tempo, outra surgiu: a quebra da barra de direção. E, em 9 de dezembro de 1994, aquela se tornou a “versão oficial”.
 Naquele dia, há exatos 21 anos, o investigador Enrico Lorenzini deu uma entrevista na qual revelou suas conclusões a respeito da batida que provocou a morte do tricampeão.
  “A barra separando a direção das rodas estava virtualmente cortada ao meio. Ela havia sido mal soldada e não resistiu ao desgaste na corrida. Parecia que o trabalho fora feito de forma apressada, mas não tenho como dizer quanto tempo antes da corrida. Alguém tentou ‘lixar’ a superfície sobre a solda. Nunca vi nada do tipo”, disse o italiano.
 E, por anos, a Williams se defendeu disso. A alegação da equipe inglesa, que só teve seu diretor-técnico, Patrick Head, inocentado cinco anos mais tarde, era de que a barra de direção quebrara com o impacto, e não antes.
 De fato, o tribunal não aceitou a tese de Lorenzini, defendida com afinco pelo promotor público Maurizio Passarini. Após a decisão que inocentou Head e o projetista Adrian Newey, a defesa ainda apelou e fez com que, no relatório final do caso, a quebra da barra de direção não aparecesse como a causa do acidente.
https://www.grandepremio.com.br/f1/noticias/na-garagem-investigador-do-acidente-de-senna-sugere-quebra-da-barra-de-direcao
.................................................................................................................  

Cobra culpa estado da pista
ALINE SORDILIE; MÁRIO MAGALHÃES
DA REDAÇÃO E DA SUCURSAL DO RIO
Muito emocionado e chorando, Nuno Cobra Ribeiro, 55, treinador físico de Ayrton Senna, atribui a morte do piloto às más condições da pista.
"Ayrton não queria correr. A pista não tinha caixa de brita e a batida foi em um paredão de concreto sem proteção de pneus", disse Nuno Cobra.

Para ele, o risco na Fórmula 1 aumentou quando a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) decidiu pela retirada da suspensão eletrônica e pelo estreitamento dos pneus.
Para Nuno Cobra, a FIA não pensa na segurança do piloto. E desabafou: "O homem, mais uma vez, fica como meio da avareza e da ganância. Fico revoltado com isso".
Ele treinava Senna há dez anos e três meses. Na sua opinião, Senna estava no seu melhor momento profissional. "A morte dele é uma perda irrecuperável para o Brasil".
Nuno Cobra soube do acidente pela televisão, enquanto assistia a corrida. "Não acreditei. É muito difícil para eu aceitar tudo isso. Estivemos juntos por muito tempo", afirmou.
Ele acredita que Senna era um ídolo para a juventude. "Ele era um exemplo de coragem, dedicação, trabalho e aplicação".
Parreira
Ayrton Senna havia prometido ao técnico Carlos Alberto Parreira, na semana retrasada, ir à Copa do Mundo torcer para o Brasil.
O encontro dos dois foi em Paris, onde a seleção jogou dia 20. Senna esteve no estádio Parc des Princes para assistir à partida. Deu o pontapé inicial.
"Conheci-o fugazmente, mas fiquei impressionado com seu carisma", disse o técnico. "Fico sem acreditar. Ele era um ídolo. Jovem, morreu de maneira estúpida.
O piloto afirmou em entrevista em Paris que aproveitaria a viagem para o GP do Canadá para ver algumas partidas do Mundial de futebol nos Estados Unidos.
(Aline Sordili e Mário Magalhães) 
 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/02/caderno_especial/12.html
.......................................................................................................................... 

Piquet e Berger já bateram na curva
DO BANCO DE DADOS
O piloto brasileiro Nelson Piquet e o austríaco Gerhard Berger também sofreram acidentes graves na curva de Tamburello, a primeira depois da largada de Imola.
Em acidentes de menores consequências, o italiano Ricardo Patrese e o brasileiro Roberto Pupo Moreno foram vítimas da mesma curva.
Piquet corria a 200 km/h quando perdeu o controle de sua Williams, rodou e bateu de lado no muro de concreto.
Era o primeiro treino oficial do GP de San Marino, em 1º de maio de 87, exatos sete anos antes do acidente de Senna.
O piloto sofreu traumatismo craniano, torceu o joelho esquerdo e teve escoriações no peito e nos braços.
Berger estava a 280 km/h em sua Ferrari, deixou de fazer a curva e bateu contra o muro de proteção. O carro pegou fogo.

Berger estava em 5º lugar no GP de 89, a 9s do líder e depois vencedor da prova, Senna.
O carro queimou por 15,7s até o salvamento chegar. Mais 6s, se estimou, e o fogo atingiria sua roupa. Berger sofreu queimaduras nas mãos, costas e pescoço e fraturou uma costela.
Moreno bateu sua Eurobrun a 240 km/h em 90. O choque não teve consequências graves.
Nos testes em 92, Patrese bateu e destruiu o lado esquerdo de sua Williams. O piloto desmaiou na hora, mas foi retirado já consciente do carro.
 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/02/caderno_especial/23.html
......................................................................................................................... 

Lauda pede segurança
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O tricampeão mundial Niki Lauda disse ontem que a Fórmula 1 perdeu o sentido depois das mortes de Senna e Ratzenberger.
"Senna era o melhor piloto que já existiu. A F-1 é um esporte muito perigoso e devemos nos perguntar se tudo isso tem sentido. Para mim, não tem, sobretudo quando dois pilotos morrem num mesmo fim-de-semana", afirmou Lauda.
O ex-piloto ainda disseque "agora, mais do que nunca, é necessário fazer algo para melhorar a segurança nesse esporte".
Lauda disse que Senna seria a pessoa ideal para liderar um grupo para discutir questões de segurança no esporte formado por pilotos.
"É preciso uma pessoa com personalidade forte. Senna é o número 1 e deveria fazer isso", afirmou. 
 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/02/caderno_especial/26.html
......................................................................................................................... 

Regazzoni diz que carro virou `avião'
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O ex-piloto suíço Clay Regazzoni disse ontem que não se deve creditar ao circuito de Imola a culpa pela morte de Ayrton Senna.
"É inútil culpar o circuito de Imola quando o problema está nos carros", disse Regazzoni.

"Enquanto continuarmos mandando às pistas veículos que se assemelham mais a aviões do que a carros, os riscos serão sempre enormes", disse.
Ainda segundo Regazzoni, "os carros andam rápido demais e os circuitos não se desenvolvem com a mesma velocidade".
O ex-piloto suíço, que ficou paraplégico em consequência de um acidente na Fórmula 1, acrescentou: "É preciso repensar a F-1 em termos estritamente esportivos".
Roberto Moreno
O ex-piloto de F-1 Roberto Pupo Moreno também creditou a um problema no carro o acidente de Senna. "Pelo que conheço da pista, alguma coisa no carro quebrou", disse. 
 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/02/caderno_especial/28.html
......................................................................................................................... 
ULTIMOS SEGUNDOS, A MORTE DE AYRTON SENNA
POR NATIONAL GEOGRAFIC

Porque o melhor piloto do mundo bateu de um modo tão repentino e horrível? Mauro Fornielle foi um dos investigadores especialistas.
Mauro Fornielle: "na minha opinião o acidente foi causado pela decisão do Senna de que havia alguma coisa errada com a direção, porque a direção de mexia demais

A Williams F16 de Senna estava carregando uma câmera em miniatura aqui e  bem atrás e à esquerda da cabeça do piloto. Ela era capaz de ver a frente do carro e alguns detalhes dentro dele como este botão amarelo, pequeno e brilhante e adaptado à direção. A medida que a direção de move, o piloto se move com ela, permitindo que o computador mapeie com precisão cada momento o movimento da direção. Parece que esse botão se move de um modo inesperado quando Senna perde o controle. Ao se aproximar da Tamburello, ele vira para a esquerda, jogando o carro no vértice da curva, pegando a linha mais rápida da curva. Essa reconstituição mostra que a direção se move significativamente, não só em seu ponto central como seria normal mas verticalmente também. Foi esse movimento que levou à teoria de que a coluna da direção teria quebrado.

Mauro Fornielle:" ele queria saber se tinha alguma coisa errada acontecendo , então ele decidiu parar o carro. Se você está dirigindo o seu carro e sente que a direção está se mexendo e acredita que tem alguma coisa errada, o que que você faz? Você para o carro. Mas ele estava parando o carro a 320 km/h. Essa é a diferença.

A coluna da direção foi feita, em sua maior parte, de um tubo de aço de 22 mm, mas foi modificada a pedido do piloto, para que ficasse mais longa. Uma seção extra de um tubo de 18 mm  foi adicionada e soldada em ambos os lados. Nos destroços do carro de Senna a coluna foi encontrada quebrada. Mas será que ele quebrou causando o acidente ou quebrou por causa do acidente?A resposta está no computador de bordo da Williams FW16.

O carro do Senna tinha a direção monitorada. Por causa disso uma das coisas que eles estavam medindo no carro era a força de torção que ele estava aplicando  na coluna de direção. Pelo fato deles medirem isso todas as vezes. No impacto pudemos conferir  isso fora do carro, na caixa preta, e ver que no momento do impacto, ela não estava quebrada.

Esses são os dados dos últimos 1.4 segundos antes do impacto. Os números em verde se referem a força da torção que ele estava tendo. Se a coluna tivesse quebrada, seria impossível aplicar uma força de torção nela. Então o número final, 7.18N/M2 , prova que a coluna estava intacta.Então porque a direção do Senna parece se mover pra cima e pra baixo dentro do carro? Bem, porque foi projetada assim. Essas imagens exclusivas vistas aqui pela primeira vez, mostram a quantidade do movimento vertical da direção disponível em um carro da Williams de Fórmula 1, idêntico. A quantidade de esforço requerida para dobrá-la desse jeito é bem considerável.Mas temos que nos lembrar que o piloto está sendo sujeito à força G, três vezes mais forte e sem nada, exceto o volante, para suportar o peso dos braços do piloto no projeto permitido para esse movimento. Então se não foi a coluna de direção que quebrou, o que mais pode ter causado o acidente de Senna? Há exatos 11 segundos na 7ª volta de Senna, alguma coisa reduziu a altura da pista da Williams. Espectadores viram pela TV uma explosão de  fagulhas indicando que, sem dúvidas, o carro estava tocando o chão no meio de uma das curvas mais rápidas do mundo da Fórmula 1. Mas o que fez o carro de Senna sair do chão naquele dia em 1994?

No caso do acidente do Senna, houve um incidente ruim no começo, então decidiu-se que a corrida recomeçaria atrás do carro de segurança. O carro de segurança é um carro que vai a uma velocidade razoável porém menor que a de qualquer um de corrida.

A corrida em Ímola foi a segunda vez que um carro de segurança foi usado em uma pista seca  e ele destruiu os carros se arrastando atrás dele.  Os pneus esfriaram comparados ao seu aquecimento normal nas corridas e se contraíram. Foi isso que causou uma queda tão critica na altura da pista.


"Ele normalmente apenas estaria patinando, só tocando o solo naqueles lugares mais levantados. É claro que com  pressão dos pneus para baixo, talvez de 25%, o movimento  dos pneus era de  4 a 5 mm e quando o metálico atinge o solo, em vez de ter uma grande aderência, que as borrachas dos pneus nas corrida tem, quando são apontados na direção correta pelo motorista, foi como se fosse com um esqui"



Portanto o problema não foi só a grande quantidade de força para baixo removida do carro prejudicando a corrente de ar por baixo dele, mas também o fato do carro ter ficado parado nesse segundo somente com os calços  de metal por baixo dele . O carro de repente, ficou incapaz de gerar a aderência necessária para fazer a curva. Há 11.2 segundos, a parte de trás do carro saiu. Com reações rápidas, Ayrton Senna girou o carro 1 décimo de segundo mais tarde. A frente do carro travou e virou o carro para a direita. O computador registrou que o freio estava  apertado. O carro estava agora desacelerando o quanto podia mas Ayrton Senna saiu da pista


No final, a parte realmente trágica sobre o acidente de Ayrton Senna que se não fosse por um detalhe, ele teria conseguido pular do carro, voltar um carro reserva e recomeçar. Esse detalhe foi que quando seu carro bateu no muro, a roda da frente ficou presa entre o muro e o chassis. Enquanto a suspensão quebrava enquanto ia raspando contra o muro . A direção presa saltou no momento errado e atingiu ele na cabeça. Se não fosse por isso não teria se ferido. 
https://www.youtube.com/watch?v=wecOmHSp1B8
................................................................................................................................ 
Emerson Fittipaldi
"Uma falha mecânica. Dois, três meses depois eu fui jantar com o David Couthard, ele era piloto de testes da Williams na época e ele teve uma falha no volante testando uma Williams, ele ficou sem volante, eu acho que repetiu.."


Martin Brundle
"É realmente difícil  fazer comentários sem ter informações suficientes. Acho que o carro talvez estivesse um pouco baixo demais. E bateu no chão. Quando vi em um documentário sobre o Senna, as imagens no Cockpit na volta anterior à batida, fiquei surpreso com a boa dirigibilidade do carro à medida que a temperatura dos pneus subia. Fiquei surpreso. Conversei com o Damon Hill sobre a coluna de direção, ele me disse:" se a coluna de direção tivesse quebrado, você veria as mãos dele assim"(mostra um braço pra um lado e outro pro outro, cruzados). Damon Hill não acha que isso tenha acontecido. Enfim, a gente pode apenas debater. Não sei o suficiente para fazer um comentário definitivo. Se você me pedir para adivinhar, acho que o carro estava muito baixo e bateu no solo

Polêmicas sobre o Safety Car
Gehrard Berger: "O Safety Car não era veloz. Então se especulou muito:"como os carros andaram muito devagar atrás dele? a temperatura dos pneus diminuiu, o que os deixou muito baixos, com pouca distância do solo. Eu o vi saindo da pista. Eu estava passando na hora. Está muito claro que foi falha mecânica. Você não sai da pista ali sem ser por falha mecânica. Exceto com pista molhada. É claro que alguma coisa não funcionou direito. Mas eu não sei o que foi "

Giordio Piola Jornalista
Quando modificaram o carro para ajustar a posição do volante e deixar Senna mais confortável,  acho que o fizeram em Ímola. E numa garagem. Então não foi muito preciso. E eu ainda acho que a modificação foi feita sem o conhecimento do engenheiro-chefe e pelos mecânicos de corrida. Acho que a coluna de direção falhou. Lembro que ligamos imediatamente pro Nélson Piquet e ele, na mesma hora, disse que pelo que ele tinha visto na telemetria, Senna tinha ido direto ao freio. E acrescentou:" um piloto quando percebe uma falha no carro, antes de frear, tenta entender de onde vem o problema. Suspensão dianteira, suspensão traseira .. porque aí você tenta corrigir . Se ele vai direto ao freio, só pode ser uma coisa, ausência de direção

Nenhum comentário:

Postar um comentário