sábado, 27 de outubro de 2018

O velório e o enterro de Ayrton Senna. Adriane Galisteu é expulsa do velório

TRANSLADO DO CORPO DE SENNA
Avião traz hoje corpo de Senna ao Brasil
FLAVIO GOMES
DO ENVIADO ESPECIAL
FOLHA DE SÃO PAULO 04/05/1994
Um carro fúnebre Mercedes-Benz deixou o Instituto Médico Legal de Bolonha às 17h15 de ontem (12h15 de Brasília) rumo ao aeroporto da cidade, a 8 km de distância, carregando o caixão com o corpo de Ayrton Senna coberto pela bandeira do Brasil.
Cerca de 2.000 mil pessoas se aglomeravam diante dos portões para ver o carro que levou o piloto.
Os fãs aplaudiram a passagem do Mercedes e jogaram flores sobre o carro, escoltado por um veículo dos "carabinieri".
O consulado brasileiro em Milão agiu junto à Justiça local para a liberação do corpo. Todos os documentos foram expedidos, segundo os diplomatas, "com a maior boa vontade por parte dos italianos".
Os documentos necessários são o atestado de óbito (emitido pelo hospital), a autorização para transporte do corpo, o laudo preliminar do IML com a "causa mortis" e o passaporte mortuário.
Às 18h o carro fúnebre chegou ao aeroporto de Bolonha, onde já estava pronto para decolar um bimotor da Força Aérea Italiana.
A decolagem aconteceu às 18h18 rumo a Paris. De novo uma multidão, no terraço do aeroporto, aplaudiu o piloto.
Acompanhavam o corpo o locutor Galvão Bueno, da TV Globo, a assessora de imprensa de Ayrton, Beatris Assumpção, e Celso Lemos, da Senna Licensing.
Em Paris, o corpo de Senna foi transferido para um Boeing MD-11 da Varig, que deixou o aeroporto internacional Charles De Gaulle às 23h20 locais rumo ao Brasil, no vôo RG723.





CORPO FOI TRAZIDO EM AVIÃO NA CLASSE EXECUTIVA E APENAS A TRIPULAÇÃO SABIA QUE CAIXÃO DO PILOTO  ESTAVA A BORDO
Fonte: alguns fatos que você não sabia sobre a morte de Ayrton Senna
O corpo de Ayrton Senna foi trazido ao Brasil na classe executiva em um voo que partiu de Paris para São Paulo. Com as cortinas fechadas, apenas a tripulação sabia que o caixão do piloto estava na aeronave e nenhum dos passageiros foi informado para que não houvesse tumulto. Demais aeronaves que estavam no ar naquele momento e foram avisadas que o corpo do piloto estava sendo transportado passaram pelo avião fazendo sinal de luzes e algumas tripulações enviaram mensagens;
https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/43070-alguns-fatos-que-voce-ainda-nao-sabe-sobre-a-morte-de-ayrton-senna.htm
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Leia a nota do presidente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entrou em vigor ontem o luto oficial de três dias decretado pelo presidente Itamar Franco pela morte do piloto Ayrton Senna.
As bandeiras oficiais estiveram hasteadas ontem a meio mastro em todo o país.
O luto normalmente só é decretado em caso de morte do chefe de Estado (presidente). O próprio Itamar decidiu quebrar essa regra.
O presidente divulgou uma nota no domingo lamentando a morte do piloto. O texto diz o seguinte:
"Sofro com toda a nação a morte de um jovem corajoso e honrado, que demonstrou ao mundo a capacidade de uma gente.
"Ainda ontem, cabia-lhe assumir, com dignidade, o protesto contra as modificações nas regras do campeonato de automobilismo de F-1, que haviam causado a morte de um colega e ferimentos em outro brasileiro.
"Solidarizo-me com o senhor Milton Senna e sua esposa, nesta hora em que todos nós perdemos um ídolo e eles perdem o filho. Como pai, levo-lhes o meu abraço de dor.
"Determinei ao nosso embaixador em Roma que preste toda a assistência aos familiares de Ayrton Senna que se encontram na Itália."
Itamar enviou ainda uma mensagem de condolências ao pai de Ayrton Senna. O telegrama, mandado para São Paulo, diz o seguinte:
"Em nome do povo brasileiro, solidarizo-me com o senhor e sua família neste instante de dor e angústia.
"Determinei ao embaixador do Brasil em Roma que faça o que for preciso e necessário na assistência aos seus familiares que se encontram em Bolonha.
"Peço-lhe receber o abraço de um pai que entende seu sofrimento e do presidente da República que expressa o sentimento de toda a Nação."

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/03/esporte/33.html
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 CORPO DE SENNA É VELADO EM SÃO PAULO, NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Corpo de Senna é velado na Assembléia
LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL
FOLHA DE SÃO PAULO 04/05/1994
O corpo do piloto Ayrton Senna será velado até as 8h de amanhã no hall monumental da Assembléia Legislativa, no Ibirapuera (zona sul de São Paulo).
Ele chega hoje no aeroporto de Cumbica, às 5h50, procedente de Paris. Em seguida, será levado até a Assembléia.
Cerca de 2.500 policiais militares participam do cortejo, que percorrerá uma extensão de 30 km (veja quadro).
O parque do Ibirapuera será liberado para o estacionamento de carros às 6h de hoje. O parque ficará livre para os carros até quinta-feira de manhã, na hora do enterro, programado para sair às 8h.
A entrada deverá ser feita pela avenida Quarto Centenário, portão 6. No parque, cabem 7.000 carros.
No hall monumental, o caixão de Senna permanecerá lacrado, sem visor. Um cordão de isolamento a ser formado pela Polícia Militar organizará a visitação pública em fila. A visitação deverá começar por volta das 10h30.
O público passará a um metro do caixão. Dentro do hall, no mezanino central, ficarão os familiares. À esquerda da urna, repórteres e câmeras de TV.
As autoridades ficarão no mezanino à direita. Devem comparecer o governador do Estado, Luís Antônio Fleury Filho e o prefeito Paulo Maluf.
Quem não for acompanhar o cortejo ou o velório, deve evitar a área do Ibirapuera (avenidas 23 de Maio, Pedro Álvares Cabral, República do Líbano, Brig. Luís Antônio e Brasil).
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) irá bloquear o acesso de carros nas ruas próximas ao Palácio Nove de Julho, sede da Assembléia Legislativa.
Embora a Polícia Militar estime que 200 mil pessoas devam ir ao velório, a prefeitura não descarta a hipótese de um número de público mais elevado.
Por isso, a CET resolveu não fixar caminhos alternativos. Os bloqueios e desvios serão móveis.
O enterro será amanhã, às 11h, no cemitério do Morumbi (zona sul). O corpo deverá deixar a Assembléia Legislativa por volta das 8h. Até ontem à noite, o trajeto não havia sido definido. 
 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/esporte/26.html

CORPO DE SENNA É VELADO NA ASSEMBLEIA 
Fonte: Memoria Globo 
A morte de Ayrton Senna, em maio de 1994, foi uma comoção nacional. O governo brasileiro declarou três dias de luto oficial e concedeu ao piloto honras de chefe de Estado.
04/05/1994- CORPO DE SENNA É LEVADO À ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO
No dia 4 de maio, o corpo de Senna chegou a São Paulo e foi levado para a Assembléia Legislativa, onde foi velado. Os repórteres Caco Barcellos  e Glória Maria cobriram o cortejo, que durou três horas. O clima era de grande comoção. Cerca de um milhão de pessoas foram às ruas. Na Marginal Tietê, uma das avenidas mais movimentadas do país, uma corrente humana foi formada para dar passagem ao corpo. 
O velório, que durou mais de 22 horas, foi acompanhado pela repórter Beatriz Thielmann e contou com a presença de aproximadamente 240 mil pessoas.  Naquela noite, o jornalista Carlos Nascimento ancorou o Jornal Nacional direto da Assembléia Legislativa de São Paulo. Em homenagem a Senna, foi exibido um VT com Milton Nascimento cantando Canção da América, a música predileta do piloto.
http://memoriaglobo.globo.com/programas/jornalismo/coberturas/ayrton-senna-morte/o-velorio-e-o-enterro.htm
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ADRIANE GALISTEU FOI EXPULSA DO VELÓRIO


                 Xuxa de mãos dadas com Bianca Senna, sobrinha de Ayrton, ao lado o irmão de Ayrton, Leonardo Senna e o pai Milton da Silva.               


Adriane Galisteu sendo "convidada" a se retirar do velório 

 http://ayrtonsennavive.blogspot.com/2013/06/adriane-galisteu-protagoniza-cenas.html

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CONTRAPONTO

Irmã de Senna faz críticas a Galisteu
Acusação é publicada por revista francesa
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO  16/05/1996
DE PARIS
Rompendo um silêncio de dois anos -desde a morte de Ayrton Senna, em 1º de maio de 94-. Viviane, irmã do piloto criticou pela primeira vez o comportamento de Adriane Galisteu.
"Se ela precisa de dinheiro, deveria trabalhar, como todo mundo, e parar de explorar a imagem de um morto", afirmou ao semanário francês "Paris Match", em sua última edição.
Viviane recusa a imagem de Adriane como "viúva" de Senna. Ela nega que o piloto pensasse em casar com a modelo.
"Ayrton queria formar um lar, mas não tinha encontrado a mulher ideal", afirmou Viviane.
Para a irmã do piloto, Adriane não tem o direito de evocar a vida de Ayrton.
"Ela era apenas sua namoradinha do momento, como muitas outras antes dela", disse.
Na entrevista, Viviane não explicou por que a família de Senna rejeitou Adriane. No enterro do piloto, ela foi hostilizada pela família, que impediu sua entrada no carro que levava os parentes.
Xuxa, a ex-namorada, foi quem acompanhou a família no veículo.

"Não posso evocar os problemas que essa moça causou à nossa família e que determinaram nossa posição. Pois, se o fizesse, exporia certos aspectos da vida privada de Adriane. E eu não tenho esse direito", justificou.
Viviane reclamou que Adriane sempre utilizou a imagem de Senna para assegurar sua promoção. Ela cita as fotos feitas para a revista "Playboy" e a autobiografia da modelo, "O Caminho das Borboletas", em que conta seu romance com Senna.
Também entrevistada pela "Paris Match", Adriane Galisteu disse que, se fosse vivo, Senna não teria concordado com suas fotos para a "Playboy".
Ela contou que já havia posado para a revista, pouco antes de começar o namoro.
"Ayrton foi à direção da revista para recuperar todos os negativos. Quando ele estava vivo, eu não fazia nada que pudesse desagradá-lo, mas, hoje, devo seguir em frente. Tenho 23 anos e não posso viver eternamente no passado", justificou.
Apartamento
Segundo Adriane, com o cachê pago pela revista, cerca de R$ 100 mil, foi possível comprar um apartamento de 314 metros quadrados nos Jardins (zona oeste de São Paulo) e mobiliá-lo. A modelo disse que escreveu o livro porque estava sem dinheiro.
"Eu estava sem dinheiro e seria indecente, dois meses após sua morte, eu aparecer novamente, sorridente, na capa das revistas."
Adriane afirmou que compreende o comportamento da família do ex-namorado e avisa: "Se eles quiserem reatar relações comigo, estarei sempre disposta".

                                                  Viviane Senna e Xuxa Meneguel
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Cortejo percorre centro da cidade
EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
 FOLHA DE SÃO PAULO 04/05/1994
Cortejo percorre centro da cidade
A urna funerária com o corpo de Ayrton Senna sairá do aeroporto de Cumbica em carro aberto do Corpo de Bombeiros e percorrerá ruas do centro de São Paulo até a Assembléia Legislativa.
Na pista do aeroporto, o caixão será conduzido por seis cadetes da academia de Polícia Militar do Barro Branco, que o colocarão no caminhão do Corpo de Bombeiros.
O público não terá acesso ao setor de desembarque do caixão e o cortejo deverá contar apenas com carros e batedores da Polícia Militar, com bandeiras brasileiras e paulistas.
A família do piloto deve seguir de helicóptero de Cumbica para o quartel do comando Sudeste, no Ibirapuera, ao lado da Assembléia Legislativa.
"A operação têm honras militares reservadas para autoridade ou personalidade pública", afirmou o cel. PM Carlos Augusto de Mello Araújo, 51, comandante da "Operação Ayrton Senna".
O cortejo será formado por três caminhões do Corpo de Bombeiros, escoltados por pelotão da PM.
Na avenida Tiradentes, em frente ao Clube dos Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo, dez cavalarianos do Regimento de Polícia Montada 9 de Julho serão incorporados ao cortejo.
Os cavalarianos escoltarão o cortejo até o início do túnel sob o vale do Anhangabaú.
Na altura do viaduto Paraíso da avenida 23 de Maio, nova escolta, com 28 cavalarianos, será incorporada ao cortejo e seguirá até a Assembléia Legislativa.
Todo o trajeto terá reforço no policiamento e na Assembléia Legislativa estarão policiais militares da tropa de Choque.
"O trajeto completo até a Assembléia deverá durar aproximadamente 45 minutos", afirmou o cel. Mello Araújo.
A PM não bloqueará antecipadamente as vias do trajeto, mas controlará os cruzamentos durante o cortejo.
"Todos que quiserem prestar sua homenagem devem ficar nas calçadas", declarou o cel. Mello Araújo. A PM calcula que entre 150 mil e 200 mil pessoas deverão passar pela Assembléia Legislativa.
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/esporte/27.html


Acesso ao cemitério vai ser controlado
DA REPORTAGEM LOCAL
O corpo de Ayrton Senna será sepultado no cemitério do Morumbi apenas na presença de familiares, amigos da família, autoridades e imprensa.
"O público deve entender a situação. Uma invasão de pessoas pode causar tumulto e danos no cemitério", afirmou o cel. Mello Araújo, da PM.
A Polícia Militar destacou 2.500 policiais para a "Operação Ayrton Senna" e vai controlar todas as vias de acesso ao cemitério para barrar as pessoas.
Uma salva de 21 tiros de canhão do Comando Sudeste (Exército) e a execução da marcha fúnebre marcarão o início do traslado do caixão da Assembléia Legislativa para o cemitério, amanhã, às 8h.
O cortejo terá novamente os caminhões do Corpo de Bombeiros. No cemitério, um pelotão de infantaria fará salvas de tiros (de fuzil).
A banda da PM executará a marcha fúnebre e os claríns do Regimento de Cavalaria da PM, o toque de silêncio.
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/esporte/29.html


Brasileiros não vão ver corpo de Senna
DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
O público que for ao velório de Ayrton Senna, na Assembléia Legislativa de São Paulo, não poderá ver o corpo do piloto.
É que o caixão de Senna é forrado com zinco, está soldado e lacrado e não tem visor de acrílico. Respeita a normas internacionais de transporte aéreo de corpos autopsiados e embalsamados.
Essas regras, ditadas em Berlim, em 1937, não impedem que o caixão, ao chegar no Brasil, seja aberto ou substituído.
Mas a família do piloto, segundo a assessoria de imprensa de Ayrton Senna, impediu que o caixão fosse aberto e trocado por um que tenha visor de acrílico. Motivo: o estado desfigurado do corpo.
O corpo de Ayrton Senna deverá chegar na Assembléia Legislativa por volta das 7h de hoje. O público só poderá vê-lo, provavelmente, depois das 10h30.
Antes da visitação pública, o acesso à sala onde estará o caixão ficará restrito aos familiares do piloto e aos convidados.
Nesse intervalo, será celebrado um culto religioso pelo pastor presbiteriano Sabatini Lalli. Senna é da Igreja Renascer em Cristo, evangélica.
Somente a família terá acesso ao culto. O pastor Sabatini Lalli é pai de Flavio Lalli, cunhado de Senna. Flavio é casado com Viviane, irmã do piloto.
O corpo de Senna será velado até as 8h de amanhã, quando será transportado em carro do Corpo de Bombeiros para o Cemitério Morumbi, zona sul de São Paulo.
Senna será enterrado na quadra 15, setor 7, jazigo 11 do cemitério. O terreno foi fornecido pelos donos do cemitério.
O piloto Gerhard Berger, amigo de Senna, confirmou que virá ao enterro de Senna. Segundo o jornalista Charles Marzanasco, um dos assessores de imprensa de Senna, virá também ao enterro o ex-piloto de F-1 Jackie Stewart.
O trajeto do corpo de Senna, da Assembléia até o cemitério, só será definido hoje.
 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/esporte/30.html

Xuxa visita irmã de Ayrton
DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
FOLHA DE SÃO PAULO 04/05/1994
A ex-namorada de Ayrton Senna, a apresentadora Xuxa Meneghel, passou todo o dia de ontem na casa de Viviane Lalli, irmã do piloto.
Xuxa chegou ao apartamento de Viviane, no Pacaembu, por volta das 21h de segunda-feira. O apartamento fica no mesmo prédio dos pais de Senna.
A apresentadora não saiu do apartamento e não quis falar com a imprensa. Segundo Charles Marzanasco, um dos assessores de imprensa de Senna, Xuxa estava bastante abatida e triste.
Xuxa disse a Marzanasco que não vai ao velório nem ao enterro do ex-namorado, para evitar tumultos.
Dezenas de crianças e adolescentes ficaram na frente do prédio. Esperavam ver a apresentadora, caso ela saísse. Xuxa deveria ir embora à noite.
Os pais de Senna viajaram para a fazenda em Tatuí (SP).
Segundo Marzanasco, a família do piloto disse que "não tinha cabeça" para pensar em uma possível ação contra os organizadores do GP de Imola.
Os vizinhos colocaram uma faixa no portão do prédio do Pacembu, desejando "força" à família de Senna.
(DC) https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/esporte/31.html
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 05/05/1994 -O ENTERRO DO CORPO DE AYRTON SENNA
Fonte: Memória Globo
O enterro aconteceu na manhã do dia 5 de maio, e a Rede Globo transmitiu, ao vivo, toda a cerimônia, com narração de William Bonner . À noite, Carlos Nascimento apresentou parte do Jornal Nacional, também ao vivo, do autódromo de Interlagos, onde Senna ganhou os GPs do Brasil em 1991 e 1993. O repórter Renato Machado acompanhou as últimas homenagens ao piloto, antes da saída do corpo em direção ao cemitério do Morumbi. A irmã do piloto, Viviane Senna, agradeceu ao povo brasileiro pelas manifestações de carinho.
Sobre a reportagem exibida pelo JN naquela noite,Renato Machado  conta que foi uma das melhores que fez ao longo de sua carreira: “O Amauri Soares  (na época, editor-executivo do Jornal da Globo) e eu nos debruçamos sobre cada palavra daquela matéria, que, quando ficou pronta, o Alberico de Sousa Cruz  (então diretor da Central Globo de Jornalismo) decidiu que abriria o Jornal Nacional. E foi uma matéria que emocionou. Poucas vezes eu vi corações baterem com tanto compasso de morte como naquele dia de tristeza. Foi uma das grandes coberturas que fizemos, mas num momento profundamente traumático.”Amauri Soares também destaca essa reportagem: “Ela foi única graças ao cinegrafista. O corpo do Ayrton Senna ficou durante o dia todo sendo velado, mas a posição de todas as câmeras da imprensa era fixa, pegando as autoridades e a família atrás do caixão e, na frente dele, aquela fila imensa de gente, milhares e milhares de fãs, que vieram prestar a sua última homenagem. Ou seja, as câmeras mostravam as pessoas passando e olhando para o caixão de costas. Você não via o caixão nem a cara das pessoas, só as autoridades ao fundo. Mas nosso cinegrafista, o Marco Antônio Gonçalves, saiu dessa posição, driblou a segurança, deu a volta e parou entre as autoridades e o caixão. Assim, conseguiu mostrar todo o fluxo de pessoas no ângulo inverso das outras emissoras. Ele mostrava o caixão em primeiro plano e, em segundo plano, as pessoas, de frente para câmera, se despedindo do Ayrton Senna. As imagens eram uma coleção emocionante de despedidas: crianças que mandavam beijo, homens que choravam, militares que tiravam o chapéu, crianças de colo, gente com a roupa do Ayrton Senna, gente que abaixava a cabeça, jogava uma flor. Era uma sequência impressionante de despedida. Apenas aquelas imagens davam a dimensão do ídolo que tinha sido Ayrton Senna. Quando fui incumbido de editar essa reportagem, fiquei muito emocionado e impressionado com a força daquelas cenas”.
http://memoriaglobo.globo.com/programas/jornalismo/coberturas/ayrton-senna-morte/o-velorio-e-o-enterro.htm
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Fonte: blog Ayrton Senna vive 

A modelo Adriane Galisteu, de 20 anos, companhia constante de Senna em seu último ano de vida, não desfrutava a simpatia da família. Ao chegar ao cemitério, tentou ajudar os pilotos e ex-pilotos da Fórmula 1 a conduzir o caixão. Foi proibida. Depois do enterro, postou-se na fila dos parentes que recebiam os pêsames. Muitas pessoas a ignoraram e desviaram-se para cumprimentar Xuxa, a mais famosa das ex-namoradas, que permanecia sentada alguns metros à frente. Adriane, finalmente, desistiu da fila e foi tentar garantir uma vaga no carro que conduziria a família na volta do cemitério. Não conseguiu. Xuxa, que saiu do cemitério de mãos dadas com Viviane, irmã de Senna, ocupou seu lugar no veículo, a convite do pai do piloto.

FONTE: Revista Veja, 11/05/1994
http://ayrtonsennavive.blogspot.com/2013/06/adriane-galisteu-protagoniza-cenas.html 
 

Emerson Fittipaldi, Gehrard Berger, Alain Prost e Rubens Barrichello conduzindo o caixão.
Sepultura de Ayrton Senna com os dizeres:"nada pode me separar do amor de Deus".  Túmulo do cemitério do Morumbi, em São Paulo
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FUNERAL DE AYRTON SENNA CONTA COM AUTORIDADES E PERSONALIDADES DA FÓRMULA 1, MENOS O PRESIDENTE DA FIA MAX MOSLEY

Fonte: Wikipedia
O corpo de Ayrton Senna chegou a São Paulo no dia 4 de Maio  e o seu funeral contou com honras de chefes de estado. Entre o cortejo do caixão com o corpo do piloto desde o Aeroporto de Guarulhos até a Assembleia Legislativa de São Paulo, o velório, que durou aproximadamente 24 horas, e o cortejo final desde a Assembleia até o Cemitério do Morumbi, aproximadamente dois milhões de pessoas estiveram presentes O rival de Senna, Alain Prost   estava entre as pessoas que carregavam o caixão funerário. Além dele, ladearam o caixão do tricampeão Emerson Fittipaldi, Damon Hill,, Gerhard Berger, Christian Fittipaldi Rubens Barrichello, Jackie Stewart, Raul Boesel, Roberto Moreno, Johnny Herbert, Derek Warwick,  , Pedro Lamy e Thierry Boutsen. A maior parte da comunidade da Fórmula 1 assistiu ao funeral de Senna; porém o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) Max Mosley , assistiu ao funeral de Ratzenberger, que aconteceu no dia 7 de Maio  de 1994 em Salzburgo, na Áustria Mosley disse depois em uma entrevista coletiva dez anos mais tarde, "Eu fui para o funeral dele porque todo o mundo foi no de Senna. Eu pensei que era importante que alguém fosse no dele"

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Globo Reporter reportagem especial em homenagem ao piloto brasileiro 
Fonte: Memória Globo
06/05/1994 sexta-feira - No dia 6 de maio, o Globo Repórter exibiu um programa especial em homenagem ao piloto brasileiro. Para sempre Ayrton, com roteiro do jornalista Ernesto Rodrigues, mostrou imagens de treinos e vitórias de Senna na Fórmula-1, conduzidas pelo depoimento de Galvão Bueno, responsável pela narração dos momentos mais marcantes de Senna nas pistas. Também foi exibida uma entrevista exclusiva de Adriane Galisteu a repórter Miriam Dutra.
O programa exibiu cenas inéditas da última reunião de Senna com engenheiros da Williams e técnicos da empresa que fornecia pneu. As imagens mostravam a tensão na equipe. Algo não estava certo com o carro do piloto brasileiro.
 http://memoriaglobo.globo.com/programas/jornalismo/coberturas/ayrton-senna-morte/o-velorio-e-o-enterro.htm
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 ASSESSORA DE AYRTON SENNA, BETISE, RELATA ÚLTIMOS MOMENTOS DE SENNA E CRITICA PROST POR IDA AO ENTERRO

Fonte: Aretha Martins e Pedro Taveira IG São Paulo 27/04/2014
A morte de Senna comoveu o mundo do automobilismo, e seu funeral, cinco dias depois, em São Paulo, atraiu grandes nomes do esporte. Entre eles, o eterno rival Alain Prost e Jack Stewart, tricampeão do mundial de F1 que já havia feito duras críticas a Ayrton durante sua carreira. A presença destes dois, em especial, incomodou Betise.
“O cara morreu e o Prost aparece no enterro. E o Jack Stewart, que detestava o Ayrton. Eu fiquei olhando e falei: ‘Quê? Passou a vida inteira falando mal do cara e vem ao enterro?’. Que ridículo, hipocrisia. Lembro até que o Piquet deu uma entrevista depois falando que não foi porque ‘não tem nada a ver’. Está certíssimo”, falou Betise
 https://esporte.ig.com.br/automobilismo/2014-04-27/assessora-relata-ultimos-momentos-de-senna-e-critica-prost-por-ida-ao-enterro.html
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Alemão teve medo de ir ao velório de Senna
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO 15/05/1994
O piloto alemão Michael Schumacher disse em Mônaco que deixou de comparecer ao velório e ao enterro de Ayrton Senna por temor de ser hostilizado no Brasil.
"Não viajei ao Brasil para o enterro de Ayrton Senna em São Paulo porque tinha medo que algum fanático, entre o milhão e meio de pessoas que foram ao velório, me agredisse, pondo em mim alguma culpa pela morte."
Schumacher lidera o campeonato de Fórmula 1 deste ano, depois de ter vencido as três primeiras corridas da temporada. Ele seria o principal adversário de Senna.
"O fato de não ter viajado ao Brasil não quer dizer que eu não tenha ficado comovido. Apesar de Senna e eu não sermos ótimos amigos, éramos colegas e nos dávamos bem", afirmou o piloto.
O enterro de Senna, realizado há dez dias, foi acompanhado por nove pilotos estrangeiros.
Vieram Gerhard Berger, Alain Prost, Damon Hill, Michele Alboreto, Thierry Boutsen, Johnny Herbert, Derek Warwick e Pedro Lamy, além do veterano escocês Jackie Stewart.

Senna morreu ao sair da pista e bater contra o muro na curva Tamburello, durante o Grande Prêmio de San Marino, disputado no circuito de Imola (Itália).
"Imola foi um desastre. Não poderia ter sido pior. Os dias seguintes foram muito amargos. Por algum tempo eu não tive certeza se podia ou queria continuar como piloto, se podia continuar a correr como antes", disse Schumacher.
Quando viu Senna sair da pista, o alemão pensou que não tinha sido um acidente tão grave. "Achei que Senna teria um pouco de dor de cabeça, mas que em alguns dias voltaria a correr", afirmou.
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 MUDEI A ORDEM DOS PILOTOS NO FUNERAL
Fonte: BetiseSportsWord 04/05/2014
O quarto e ultimo episódio do excelente documentário do Globo Esporte para comemorar os 20 anos sem Ayrton Senna vai ao ar hoje de manhã.. É centrado no fim de semana de Imola  e nos dias que se seguiram. Eu fui a Imola pela primeira vez em 20 anos para este programa em janeiro. Eu me ofereci para ir e paguei  as minhas passagens. . Eu queria / precisava voltar lá.
Eu quase não dormi na noite anterior. Estava agitada no vôo e fisicamente tremendo quando cheguei lá. Eu sabia que não seria fácil, mas eu sou uma pessoa muito pragmática e pensei que conseguiria me controlar . Afinal, eu não preciso esperar o 1o de maio para  lamentar a morte do Ayrton ou olhar para uma de suas fotos para me lembrar dele .
Mas aquele circuito pregou uma peça em mim. As memórias começaram a aparecer com num slideshow. Os boxes, a torre, a Tamburello. E eu acabei chorando – apesar de ter jurado pra mim mesma que não o faria. O produtor Ernesto Rodrigues e sua equipe já estavam lá , entrevistando um dos medicos que estavam no carro no qual Ayrton tomou uma carona até o local do acidente do Ratzemberger . Eles quiseram que eu guiasse o carro ao redor da pista. Paramos na Tamburello. Eu também ainda não vi o programa e vou ataca-lo aqui mais tarde.
Neste meio tempo, eu gostaria de recordar um episódio que tornei publico pela primeira vez neste programa e que me chocou bastante 20 anos atrás. Aconteceu  durante o enterro.
A maioria de nós – amigos , familiares, convidados internacionais – fomos de helicóptero da  Assembleia Legislativa, onde o corpo tinha sido velado, para o cemitério . Eu tinha ajudado a direcionar os ‘convidados’ aos seus voos e tive de  fazer alguns malabarismos para acomodar os mais variados pedidos; inclusive de  pessoas que se recusaram a andar no mesmo helicóptero com  este piloto ou aquele chefe de equipe ! Eu mal podia acreditar no que ouvia- aquilo não era um tour da cidade!!  Mas, claro, acomodei a todos.
Depois de fazer o trajeto, ladeado por centenas de milhares de pessoas, o carro de bombeiros carregando o corpo  do Ayrton chegou ao cemitério. Gerhard Berger, o melhor amigo de Ayrton na F1, veio correndo para mim, indignado. ” Betise , você tem de fazer alguma coisa. Fulano/a (este nome vai permanecer anônimo, mas gostaria de acrescentar que não foi ninguém da família  de Senna ) me disse que Alain (Prost) ) e Jackie ( Stewart) serão os homens de frente carregando o caixão ! Aparentemente, é por ordem de quem ganhou mais títulos Mundiais!! Você tem que mudar isso.  Eles são as duas pessoas que o Ayrton mais odiava ; que mais complicaram a vida dele. ” Ele estava horrorizado e , francamente, eu também. Meu estômago começou a doer.
Eu me virei rapidamente e fui para a porta do cemitério. No caminho, topei com o Geraldo Rodrigues , manager do Rubinho e um amigo querido. Ele perguntou onde eu ia com tanta pressa . ” Gê, você não vai acreditar. Eles querem colocar o Jackie Stewart e o Alain Prost bem na frente carregando o caixão. Ayrton deve estar se revirando no caixão. Preciso mudar isso ” , expliquei e saí correndo.
Depois de falar com o chefe do Corpo de Bombeiros , descobri que ninguém iria  carregar o caixão. ” Como ele foi selado com material extra para a viagem, o caixão é extremamente pesado e, portanto, não é seguro que ele seja  carregado nos ombros ” , me disse . ” ele será colocado em um carrinho e empurrado para o local onde será enterrado.”
Eu ainda tinha o problema da distribuição de posições. Não havia nenhuma dúvida em minha mente que Gerhard tinha de estar bem na frente, pole position absoluta. Ele tinha participado da maioria dos bons momentos do Ayrton dentro e fora das pistas. Se o critério era Campeonato Mundial, então eu colocaria Emerson Fittipaldi , do outro lado . Atrás de Emerson , um piloto estrangeiro; atrás de Gerhard , um brasileiro . Boutsen tinha sido também um bom amigo de Ayrton . Então,  eu o coloquei atrás do Rubinho, que estava atrás de Gerhard . Prost veio depois de Emerson …
Lembro-me de correr para a entrada do cemitério para tirar o Damon Hill  da van que transportava o grupo da Williams . Frank estava branco e surpreendeu-se quando abri a porta e perguntei ao Damon. ” Desculpa ser tão abrupta , mas a família gostaria que você , Damon , carregasse o caixão ” , menti. Não tive tempo de consultar a família. Em minha mente, eu queria fazer o que acreditava deixaria o Ayrton satisfeito . Ele gostava do Damon. Eu gostava Damon. Mas o piloto Inglês estava sem graça, achou que seria  um pouco inconveniente. Ele mal conhecia o Ayrton , tinham se passado apenas três corridas! Eu achei que era importante ter seu companheiro de equipe lá.
Depois disso, eu voltei ate’ onde estavam reunidos os pilotos, fingindo que não sabia de nada sobre os arranjos anteriores e expliquei-lhes que o caixão era muito pesado, não seria carregado mas puxado e sentenciei: ” Gerhard , o melhor amigo de Ayrton no automobilismo, ficará na frente, no lado oposto o nosso piloto brasileiro mais condecorado, Emerson ; atrás deles , vamos alternar um estrangeiro e um brasileiro e assim por diante .. ” Eu acho que o Ayrton ficaria feliz de me ver tomando suas dores, ajudando seus amigos e tomando decisões sem titubear. Ele era assim.

Emerson Fittipaldi and Gerhard Berger to the front; Prost and Stewart to the backa posição dos pilotos seria bem diferente


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