sexta-feira, 26 de outubro de 2018

161º GP San Marino 1994. A morte de Ayrton Senna


Ayrton Senna Pediu o Cancelamento do Grande Prêmio de San Marino 1994

Fonte: blog Ayrton Senna vive
 Senna criticou abertamente a falta de segurança com os pilotos e com os autódromos na véspera de sua morte. Senna também pediu o cancelamento do Grande Prêmio de San Marino após a morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger no treino classificatório, mas os interesses monetários da Fórmula 1 falam mais altos que os interesses dos pilotos.
Senna, entretanto, se recolheu em seu motorhome e, a partir daí, pediu a Frank Williams, chefe da equipe, para formular a direção da prova o pedido para cancelar a corrida, convencido de que, para os pilotos, não havia condições de correr depois da saída da pista de Barrichello e a morte de Ratzenberger. Um pedido imediatamente rejeitado. Além disso, a reivindicação de usar o carro de segurança para chegar ao lugar do incidente de Ratzenberger aumentou a tensão nas suas relações com a Federação Internacional. Durante algum tempo, ele estava convencido de que ele estava na presença de um sistema de um poder tendencioso que não estava atento à segurança, não disposto a ouvir os pilotos em geral, especialmente Ayrton Senna.
http://ayrtonsennavive.blogspot.com/2017/12/ayrton-senna-pediu-o-cancelamento-do.html
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 REUNIÃO DE PILOTOS ANTES DA CORRIDA, SENNA MANIFESTOU PREOCUPAÇÃO COM O CARRO DE SEGURANÇA QUE NÃO PERMITIA O AQUECIMENTO IDEAL DE PNEUS E DE FREIOS
Na reunião dos pilotos antes da corrida, Senna, junto com Gerhard Berger, manifestou preocupação com o fato de o carro de segurança não ser bastante rápido para manter a temperatura dos pneus alta
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ENTREVISTA DE SENNA  E DAMON HILL AO DIRETOR COMERCIAL DA WILLIAMS, RICHARD WEST, NA MANHÃ DE 1º DE MAIO DE 1994(MADRUGADA NO BRASIL) 
Fonte: UOL 27/03/2014 
Revista revela última entrevista de Senna : segurança foi tema abordado

A revista britânica F1 Racing, especializada na modalidade, revelou na edição do mês de abril a última entrevista de Ayrton Senna antes de sua morte, em 1º de maio de 1994. E ele falou sobre a segurança da categoria, após o grave acidente de Rubens Barrichello nos treinos livres do GP de San Marino, dois dias antes, e da morte do austríaco Roland Ratzenberger no treino classificatório, na véspera da corrida. De acordo com reprodução da revista Autosport, Senna e seu companheiro de Williams Damon Hill foram entrevistados por Richard West, antigo diretor comercial da equipe. A entrevista foi perdida por West que, anos depois, recebeu uma gravação – até hoje, ele não sabe de quem – que mostra o momento da conversa. Nela, Senna mostra preocupação sobre a segurança do circuito de Mônaco, segundo a revista, que seria a sede do GP seguinte. “É um pitlane apertado, com muita gente nele. Será muito, muito perigoso”, disse o piloto brasileiro. “Conversamos sobre isso hoje e estamos pensando em perguntar aos oficiais da FIA sobre a introdução de um limite de velocidade para o pitlane”, completou. Naquele momento, ele também autografou um mapa do circuito de San Marino. Curiosamente, assinou seu nome exatamente sobre a curva Tamburello, o ponto em que perdeu sua vida
                                           Richard West, Damon Hill e Ayrton Senna ...........................................................................................................................................
A TRANSMISSÃO FEITA PELA REDE GLOBO, NARRAÇÃO DE GALVÃO BUENO 01/05/1994

GALVÃO BUENO RELATA A PREOCUPAÇÃO QUE SENNA TINHA COM A SEGURANÇA DA PISTA E COM O SAFATY CAR QUE ERA LENTO E OS CARROS CHEGAM PRA LARGADA COM PNEUS E FREIOS FRIOS
Nota do Blog:  Na época assistia a corrida e me lembro que quando Senna bateu, eu estava distraído e Galvão gritou "Senna bateu forte", olhei pra TV e vi o carro de Senna já batido e imediatamente pensei:" mais uma corrida sem marcar pontos"(Livio Orichio também tinha essa impressão como muitos, a de que Senna era imortal). Mas logo depois meu pai me disse "deve estar morto". E parece que estava mesmo certo. Abaixo transcrevo a narração do GP de San Marino no fatídico dia de 1º de Maio de 1994. Junto com a transmissão, o blog coloca a mecânica dos fatos pois na época não se tinha a menor ideia do que  realmente estava acontecendo. Tanto Galvão Bueno quanto Reginaldo Leme estavam buscando informações sobre o que teria acontecido ao piloto brasileiro. Senna bateu, foi atendido no autódromo e levado de helicóptero até o hospital Maggiore, em Bolonha. e a partir daí a corrida recomeçou e até o final da mesma não se tinha nenhuma informação a respeito do real estado de saúde de Ayrton Senna. Importante ressaltar que, antes mesmo da corrida em si, Galvão Bueno já dava sinais dos riscos deste GP. Falava do trauma do acidente de Rubens Barrichello nos treinos de sexta-feira, da morte de Roland Ratzenberger nos treinos do Sábado e falava da esperança de termos, apesar disso,  uma grande corrida, de uma forma normal..Galvão Bueno falou do posicionamento de Senna, apesar da  ameaça do Fiscal ROLAND BRUYNSESERAED (que havia punido Senna por ter ido na véspera verificar as reais condições de Roland Ratzenberger) Senna buscava a união dos pilotos com relação à segurança nos autódromo. Galvão relata a conversa de Senna com outros pilotos " é quase como se estivesse renascendo a GPDA , Grand Prix Driver Associated, a associação de pilotos de Grand Prix" diz. Galvão também demonstra preocupação em relação ao Pace Car. Galvão assim diz:" Dizia Senna antes da corrida: “conseguimos uma vitória, retiramos o Pace Car porque ele anda muito lento e a gente chega pra largada com pneus frios e e freios  frio". Essa poderia ser a causa ou uma das causas do acidente de Ayrton. Ocorre o acidente da largada, o Pace Car entraacidente na largada acaba ocasionando a entrada do tão temido pace car) e na relargada Senna bate e todos ficam na expectativa entre o atendimento de Senna na pista, a chegada do helicóptero e a ida do piloto até o hospital Maggiore, sem nenhum tipo de informação até o final da corrida. Ocorre que, a assessora de imprensa de Senna, Betise Assumpção, relata que foi informada, juntamente com Léo, o irmão de Ayrton, por Bernnie Ecclestone que Senna já estava morto e que só iriam dar a informação após a corrida para que a mesma não fosse interrompida e/ou cancelada. Também podemos ver na transmissão momentos em que Reginaldo Leme tenta dar explicações para o acidente de Ayrton Senna. Reginaldo diz que " é uma quebra na suspensão do carro do Senna, nesse caso muito mais provável na parte traseira que levanta a roda da frente e deixa sem nenhum atrito, sem nenhuma possibilidade de dirigibilidade do carro".
Veja abaixo o passo a passo, segundo tudo que se pôde apurar:


Inicio da transmissão pela Rede Globo do GP de San Marino 1º de Maio de 1994
Galvão Bueno: "Bem amigos da Rede Globo, falamos ao vivo de Ímola da Itália aonde daqui a pouco nós vamos curtir com todas as suas emoções o Grande Prêmio de San Marino , terceira etapa do campeonato mundial de Fórmula 1, com Ayrton Senna largando na pole position pela sexagésima quinta vez , ampliando seu recorde, com Michael Schumacher  largando ao seu lado , a segunda fila com Berger e Hill, a terceira para Letho e Larini.. aí Ayrton Senna(imagem foca em Senna já dentro do carro arrumando a balaclava, semblante preocupado) que carrega a esperança da torcida brasileira, que possa finalmente começar o campeonato como pontos e como resultados. Um final de semana que assustou muito, o desastre de Barrichello assustou , a morte de Ratzenberger apavorou , muita coisa aconteceu, daqui a pouquinho  nós vamos contar como foi o desenvolvimento disso, os dois dias ficaram para trás e fica a esperança de uma grande corrida e que tudo possa acontecer de uma forma normal. Já já nós voltamos ao vivo aqui de Ímola



Volta de apresentação
Galvão Bueno: "Bem amigos da Rede Globo, voltamos, instantes antes da volta de apresentação , aquecimento de pneus, para a largada das 61 voltas do Grande Prêmio de San Marino, prometendo muitas emoções, estamos a dois minutos da volta de apresentação, aí você conferiu a classificação do mundial de construtores, o mundial de pilotos nós temos Michael Schumacher com 20 pontos, Rubens Barrichello em segundo com sete, temos Hill, temos Berger com seis , Christian Fittipaldi em sexto com três pontos. Serão 61 voltas, neste final de semana que foi realmente terrivel para nós. O imenso enorme susto com o acidente de Rubinho Barrichello na sexta-feira, mas você sabe ele graças a Deus está bem, ele passou uma noite no hospital mas ontem acompanhou conosco aqui ao vivo os treinos. No treino de ontem, a desgraça maior, aquilo que ninguém queria, aquilo que ninguém esperava, a morte de Ratzenberger, o piloto austríaco 31 anos que disse, antes desse grande prêmio, que a sua maior emoção foi feito o primeiro teste este ano de 1994 aqui em Ímola, ia disputar o seu segundo grande prêmio, bateu na curva Villeneuve a 300 km/h. A morte foi dada como oficial 8 minutos após a chegada  dele no hospital(Maggiore) traumatismo craniano, quebrou o pescoço, múltiplas fraturas, politraumatismo, foi uma coisa realmente terrível  que acabou abalando o mundo da Fórmula 1. Abalando de tal forma que alguns pilotos, no inicio a liderança de Ayrton Senna, se negaram a continuar nos treinos. Senna tomou uma decisão muito importante.. um minuto pra largada.. virou uma página muito importante na sua história de campeão porque ele assumiu essa posição, ele ainda está com uma suspensão de observação, foi ameaçado pelos fiscais, argumentou com a sua experiência .. hoje todos disseram que estava tudo bem, reconheceram o posicionamento dele porque fortaleceu a união dos pilotos. Hoje existiu uma conversa entre Senna, Lauda, Berger, Alboreto, outros pilotos , é quase como se estivesse renascendo a GPDA , Grand Prix Driver Associated, a associação de pilotos de Grand Prix. Galvão segue falando (restando 30 segundos para a volta de apresentação)Dizia Senna antes da corrida: “conseguimos uma vitória, retiramos o Pace Car porque ele anda muito lento e a gente chega pra largada com pneus frios e e freios  frios e já exigiram para o grande prêmio de Mônaco , no primeiro movimento que Senna faz questão de dizer  junto com os pilotos mais experientes não é pra atrapalhar ninguém , é pra cooperar e pra tudo correr bem e que no Grande prêmio de Mônaco seja determinado um limite para o pit porque o box lá é muito estreito, pra evitar problemas”. Tudo isso muito importante e a gente espera  da corrida 61 voltas de muita emoção mas de absoluta normalidade, de disputa na pista de forma leal e torcendo para que nenhum acidente possa acontecer.. aí eles partem para essa volta de apresentação  eles entram em contato com o velocíssimo e perigoso circuito de ímola. A reta do box, depois já é uma curva de alta velocidade a Tamburello e eles passaram pela Villeneuve aonde morreu ontem Ratzenberger, contornaram à esquerda  que leva para a Aqua Minerale feita para quebrar um pouco a velocidade , tomando a Aqua minerale tomando mais pela direita, se encaminham para a variante alta que é outro ponto perigoso , não para um acidente de grandes proporções mas para uma saída de piloto da pista. Eles pegam a reta e vem fazer a curva da variante alta. Aí já descendo pra fazer a Rivaza, a primeira perna, a segunda perna da Rivaza que vai levar pra variante baixa aonde Rubens Barrichello sofreu seu acidente para depois chegar à curva que traz o S .. serão 61 voltas num  circuito de 5.040 metros num totasl de 307 Km e 440 metros. Confirmando as primeiras posições , Senna e Schumacher na primeira fila, Berger e Hill na segunda, Lehto e Larini na terceira, Frentzen e Hakkinem na quarta , Katayama e Wandlinger na quinta, esses os dez primeiros, Chrstian Fittipaldi larga na oitava fila, na 16ª posição. Expectativa de uma largada sem problemas. Aí você vê Senna dano uma esticada, Schumacher dando uma esticada, aumentando a temperatura do pneu, botando grip , coisa que eles não podiam fazer com o Pace car, daí a reclamação dos pilotos..tá exigido, sobe a temperatura dos pneus , vai mais firme nos freios , aquece também freios , essa era a preocupação dos pilotos


0h00Largada do GP de San Marino e batida logo de cara
A Largada, a batida de Pedro Lamy na traseira de JJ Lehto que não largou
 No começo da corrida, o finlandês JJ Lehto  não conseguiu largar com sua Benettone ficou parado no grid na quinta posição. O portuguêsPedro Lamy(Lotus-Mugen Honda), que largou na vigésima-segunda posição, tinha sua visão bloqueada por outros carros e não o percebeu, acertando em cheio a traseira do Benetton-Ford. Partes da carenagem do carro e pneus voaram pelo ar contra a cerca de segurança projetada para proteger os espectadores no grid de largada. Porém, nove pessoas sofreram ferimentos leves após um dos pneus ultrapassar a cerca.
O acidente resultou na entrada do safety car na pista para que os carros mantivessem a posição em velocidade reduzida, enquanto os fiscais retiravam os destroços dos carros acidentados e limpavam a pista que havia ficado suja de óleo. Durante este período, como resultado de correr a velocidades mais lentas, a temperatura dos pneus baixou.


Galvão Bueno: "Belmondo ficou de fora e o Rubinho está de fora sem condições, mas ninguém poderia entrar no lugar de Ratzenberger que faleceu ontem. Fica a grande torcida por uma grande corrida mas por uma corrida normal. É tudo isso que o circo da Fórmula 1 deseja nesse momento nesse Domingo aqui em ímola. Os carros vão se preparando, bandeira verde, vai pintar a luz vermelha, cresce a emoção, vai pintar a vermelha, Senna e Schumacher na primeira fila, a luz verde, Schumacher por fora, vem a verde. Senna vai tentar a ponta.. fica parado, vem a batida, vamos ver se vai ter outra largada. Lamy pegou a frente do carro.. Pedro Lamy, tudo bem com ele, já desceu do carro.


    


Pedro Lamy enche a traseira de JJ Lehto logo na largada e força entrada do temido Safety Car

Galvão Bueno: "...O Lehto estava na quinta posição na terceira fila. Vinha muito lá de trás o Lamy, por isso a pancada foi tão forte. O Lamy largava na 11ª fila, já chega forte. Senna tinha largado na frente. Isso vai demorar, o carro de Lehto bota óleo, gasolina pra fora
nós temos toda movimentação, Pace car vai pra pista e aí você tem o replay, repare Senna na pole position, sai dois, três , quatro, todo mundo saindo , sai o sexto, olha ele(Lehto) para aí
vem o Lamy da 11ª fila pra pegar na terceira,  já vem cheio, já vem cheio. Senna vai passando, eles passaram por ali, o Senna diminuiu, preciso dizer o seguinte, o Senna vinha, diminuiu violentamente, o Schumacher diminuiu  atrás, e o Hill veio cheio, o Senna olhou  e disse tem que parar isso, o Schumacher  freou também  no meio da reta. O Hill também freou, o Berger  veio cheio. Aí  Bandeira amarela de forma lenta, não podia estar passando  aí o Pace car entra na pista e vem de forma lenta o que acontece? O Pace car entrou  depois da reta do box e foi esperar lá na frente. Quando os carros entraram na reta, eles tinham visto a bandeira amarela,  mas não tinha bandeira vermelha, não tinha  a bandeira vermelha,  então o Senna entrou na reta freou e o Schumacher freou atrás e o Berger tirou dos dois pra não bater. Muito bem, começa complicado, vai mantendo ali a ponta, o Senna conseguiu pular na ponta, o Schumacher em segundo, o Berger em terceiro, o Hill na quarta posição, a quinta posição do Frentzen, mantidas as posições em relação ao que eles guardaram. Vamos acompanhar de novo, Ayrton Senna não faz uma boa largada e o Lehto já estava parado. Todo mundo sai, repare, aí o português Pedro Lamy vem pela direita, porque ele largou pela direita, por fora, se ele mante´m a linha de fora ele não bate, cortou veio por dentro e acerta em cheio o carro de J J Lehto. Pneu voou pela arquibancada por cima da tela de proteção, O GP, principalemnte ontem o acidente, a morte de Ratzenberger, a hora que eu tô vendo um carro parado e todo mundo vindo em cima, eu me lembrei de 82, o último piloto que tinha morrido em treino tinha sido em 82, exatamente Gilles Villeneuve, no mesmo ano que um piloto morreu no mesmo problema que esse, numa largada, Pironi ficou parado e um piloto vindo lá de trás, o Paletti, pegou pelo meio e também teve um acidente fatal. Tem que pensar positivo em gente, Reginaldo Leme.

Reginaldo Leme:”realmente o GP de San Marino  não está num alto astral, astral baixíssimo, depois de tudo que aconteceu, primeiro por problemas de pista como foi o acidente de Barrichello, depois por problemas de uma falha do carro que pode ter sido uma falha de projeto na confecção do carro e até uma negligência de um mecânico que apertou o aerofólio dianteiro do carro do Ratzenberger, enfim, uma fatalidade, até mesmo na corrida de Porshe hoje , a corrida preliminar, houve um outro acidente do piloto que houve a necessidade de toda aquela assistencia médica , foi retirado, foi pro hospital, está passando bem mas de qualquer forma é uma coisa que não acontece normalmente e agora este acidente da largada que poderia ter sido gravíssimo, de graves consequencias que grave o acidente foi. Um acidente igual a esse matou o piloto Riccardo Paletti no GP do Canadá em 82, os carros estão com os tanques absolutamente cheios , é lógico, com esse novo regulamento, largando com no mínimo 70 litros, é gasolina suficiente pra num impacto desses o carro pegar fogo , o Lamy teve sorte que ele saiu fora da linha dele, ele veio como se estivesse ganhando posições e não percebeu que o Lehto estava parado. Pegou em cheio realmente e ele acabou tendo sorte, também o Lehto. Agora  a pista pra ser totalmente desobistruida , inclusive com o óleo todo que vazou , vai demorar um pouquinho e é essa a função  do Pace Car. Só pra lembrar o regulamento pra você, pra ficar claro, que aí as posições dos pilotos são essas  que eles ocupam neste momento. O Christian Fittipaldi ocupa a 14ª posição, O Senna é o lider, Schumacher segundo, Berger terceiro, Hill é o quarto, Frentzen é o quinto e o Hakkinen é o sexto, as posições são essas, não existe diferença de tempo , as posições que eles devem obedecer , assim que a pista estiver desobistruida, o Safaty Car sai e começa a corrida normalmente nessa posição.

Galvão Bueno:” Pra que o calor se transferisse por toda superfície  e não ficasse o calor localizado ali. .. terrível a largada, muita sorte de Lamy e de Lehto.. muita felicidade de Lamy e de Lehto. Então o calor, tirando esse do pneu, circulka, não se fixa e evita essa bolha. Eu tenho essa preocupação também, quando o safety car sair e eles partirem pra largada, pneu mais frio, freio mais frio.

Reginaldo Leme:”quem teve mais sorte não foi nem o Lehto porque o choque foi na traseira, quem teve mais sorte foi o Lamy porque na posição, no ângulo em que o carro bateu, poderia inclusive ter capotado em cima de tela, porderia ter sido muito maior, fora o fogo, perigo de fogo. Bom, eles estão aí dando a terceira volta. Ficam valendo o número de voltas, é a quarta volta que vão completar, ficam valendo o número de voltas, depois que o safaty car sair, fica valendo a corrida normalmente.

Galvão Bueno;”devemos ter mais uma pois ainda temos a placa safety car, junto com a bandeira amarela acionada a partir de agora , não tem mais ninguém trabalhando na reta do box. Tudo que tinha que ser retirado já foi, já jogaram aquela solução em cima do óleo, não tem mais absolutamente ninguém, não tem mais a placa do Safety Car. O safety car deve se encaminhar pro box ali . Mais uma vez você acompanha, olha lá o carro do Lamy , olha só o pneu passou perto dessa pessoa que estava aqui.. daqui vejo que era um fotógrafo posicionado .. ali ainda a placa do safety car, bandeira amarela, aí já não existe essa placa aqui na reta dos boxes. Quando eles passarem já largando nós teremos mais 56 voltas pela frente. Você vai vendo os carros, parece que o Safety car diminuiu ainda mais o ritmo nessa volta, além do que há  o problema do super aquecimento do Fórmula 1 nesta velocidade. Se eles largarem agora, eles largarão numa segunda largada em movimento com 5 voltas completadas.
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Na quinta volta, o safety car vai aos boxes e a corrida recomeça. Senna larga bem, mantém a ponta e vai se distanciando em relação a Schumacher.

Na sexta volta, a direção do Williams não obedece ao seu comando e vai direto contra o muro da curva Tamburello  a 210 Km/h  a mesma que Nélson Piquet  sofreu um acidente nos treinamentos de 1987 pela Williams  e Gerhard Berger no início da corrida em 1989 pela Ferrari
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Galvão Bueno: "Bandeira verde, lá vai Senna é o primeiro, Schumacher é o segundo, uma boa vantagem para Berger que é o terceiro. Senna e Schumacher aproveitaram bem quando os fiscais partiram , o safety car partiu pelos boxes. Senna é o primeiro, Schumacher é o segundo. Berger é o terceiro, vantagem para Hill que é o quarto. Eles estão na volta de número seis. Vinte e três permanecem na pista. Alboreto é o último porque largou dos boxes. Ele quis sair menos de vinte minutos dos boxes e teve que largar dos boxes. Então vinte e três carros estão na pista, já que vinte e cinco largavam e Lehto e Lamy ficaram de fora. Senna é o primeiro, Schumacher é o segundo, você vê aí a vantagem (0.556) de meio segundo, Berger em terceiro, Hilla aparece em quarto, a quinta posição é de Fretzen, o sexto é Hakkinen, o setimo é Larini, o oitavo é  Wendlinger , são os oito primeiros colocados. Veja que Schumacher tenta botar pressão em Ayrton Senna nesta sexta volta, a bem da verdade, depois da largada pra sexta volta do GP de San Marino... depois vem Katayama, atrás  de Katayama vem Martin Brundle, Morbidelli, Blundell, Martini e Christian. Você vê Schumacher passar, o Berger,... lá vem Frentzen, Senna vem pra completar a sexta volta, passa rasgando a reta Ayrton Senna seis voltas completadas, aí ele tenta fazer falar mais alto o seu motor Renault em relação em relação ao motor Ford, é a parte de maior velocidade  eles vem atingir os 330 kilômetros por hora.. Senna bateu forte! .."


 SENNA BATEU FORTE
 Às 14h17min (hora local), uma bandeira vermelha foi mostrada para indicar que a corrida foi interrompida e Sid Watkins  médico-chefe da categoria, chegou ao local para tratar de Senna. Quando uma corrida é parada sob bandeira vermelha, os carros têm que reduzir a velocidade e retornar aos boxes ou ao grid de largada até notificação posterior. Isto protege os fiscais de corrida e o corpo médico no local da batida, e permite acesso mais fácil de carros médicos até o incidente.
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GALISTEU ASSISTE PELA TV O ACIDENTE DE SENNA MAS NÃO VÊ COMO ACIDENTE FATAL

Vendo o Grande Prêmio de Imola pela televisão, assistiu ao acidente de Senna e tomou um calmante. "Eu não tinha a menor dúvida de que ele iria sobreviver. Jamais pensei em morte", lembra. Logo depois do acidente, Adriane ligou para a mãe de Senna, dona Neide, em São Paulo. Em seguida, ligou para Luisa, mulher de Braguinha, que estava em Portugal, e combinou de ir com ela para a Itália. Já estavam dentro de um jatinho em Faro quando o avião foi interceptado. Da Itália, Braguinha mandava avisar que Senna morrera e que a viagem seria inútil. As duas voltaram para Lisboa.

O QUE DISSE GALISTEU EM ENTREVISTA À UOL 

 Adriane Galisteu:"Quando ele bateu, eu desliguei a TV e fui tomar banho. Não dei a menor importância para a batida. Tive uma sensação de alivio e pensei “graças a Deus essa corrida infernal acabou. Eu não tinha noção da gravidade naquele momento. Já tinha visto ele bater tantas vezes. Naquele momento, ali pra mim, a porrada não tinha sido (visualmente) diferente das outras. Eu não tinha noção do que estava acontecendo. Quando voltei do banho, percebi que tinha algo errado. E quando eu vi aquela imagem me deu um negócio...pensei “ele quebrou as pernas, por isso não sai do carro. Em nenhum momento pensei que ele poderia ter morrido. Comecei a acompanhar e ver tudo o que estava acontecendo.. Quando saí de Portugal para Ímola, fiz uma mala com escova de dente, muda de roupa. Na minha cabeça ele não estava morto, fiz uma mala pra ficar uns dias no hospital. E quando o avião estava decolando, tinha uma ligação pra mim no aeroporto. Era o Braga (Antônio Carlos, amigo e patrocinador de Ayrton que estava no hospital). Eu tinha certeza que ele estava vivo. Quando atendi, perguntei: “ele está muito machucado?”. E o Braga, para me colocar no lugar, já falou: “ele está morto”

Foi para me colocar no lugar, ele percebeu que eu estava em um estado diferente. Me deu um branco, não sei como cheguei no carro. Nunca voltei para pegar a mala de roupas. Voltamos de carro e eu não parava de chorar. Foram momentos inacreditáveis, muito difícil

https://esporte.uol.com.br/f1/ultimas-noticias/2014/05/02/galisteu-revela-tres-sonhos-de-senna-e-briga-no-dia-da-morte.htm

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Galvão Bueno: Senna escapou e bateu muito forte, ele vinha em primeiro e bateu , escapou e bateu muito forte.. Ayrton Senna, a batida é muito forte ali na Tamburello , o mesmo lugar aonde Piquet e Berger bateram, demora pra chegar o socorro, demora absurda pra chegar o socorro. Ele está dentro do carro.. mexe a cabeça, mexe a cabeça Ayrton Senna, parece ter a consciência ..
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Galvão Bueno:" ..  e não chega absolutamente ninguém , a Itália que se especializou num socorro muito rápido.. Senna teve um movimento de cabeça.. na saída da Taburello, ele vinha na frente de Schumacher, escapou, aí está.. veja só, foi reto, foi inexplicavelmente reto .. Schumacher vem de lado, Schumacher vem de lado, Schumacher vem absolutamente de lado atrás. (momento de silêncio) aí você vê as imagens terríveis . o atendimento à Ayrton Senna , chega lá o corpo médico, uma demora muito grande, olha eu não sei como as coisas vão parar na Fórmula 1..(desabafo).. essa pista e tudo que aconteceu .. o acidente de Barrichello, a morte de Ratzenberger .. Senna tinha movimento ali , a pancada é muito forte, a desaceleração é terrível , no mesmo local de alguns anos de Nélson Piquet e antes de Gehrad Berger. O Senna ontem, se negou a participar do treino, trouxe alguns pilotos com ele na sua  posição, assumia a liderança, essa luta contra esse absurdo , contra essa coisa absurda, criminosa  que é você em nome de uma pseuda  economia, retirar tudo aquilo que faz o carro estável, você retira a suspensão eletrônica, você retira o ABS, você dimunui o pneu, você diminui o freio mas você aumenta a velocidade do carro(silêncio)  vamos ver, o Brasil passou momentos terríveis sexta feira com Rubens Barrichello, e passa por momentos, é dificil falar..
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Reginaldo Leme:” olha ele (Senna) Já foi retirado, é verdade que a equipe médica demorou muito pra chegar porque foi nujm ponto bem mais distante dos boxes onde eles ficam , mas agora está sendo feito o atendimento normal , tudo direitinho e a gente observou , num determinado momento, houve  um movimento de cabeça de Senna dentro do carro(longo silêncio de ambos até Galvão voltar a falar)

Galvão Bueno:” Roberto Cabrini está se deslocando pra lá, consternação no box na Williams e aquela angustia de não saber o que está acontecendo.. não saber o resultado disso.. olha aquilo que eu disse ontem, mais do que nunca viu gente? Quando dizia Rubens Barrichello que Deus esteve comigo , eu dizia Deus é bom Rubinho, mas ele é sempre muito melhor com quem é bom , com quem tem bons princípios, com quem tem boa formação e é aí que fica a prece de todo Brasil “

Reginaldo Leme:”é com esse novo regulamento , mudança dos carros suficiente pra que se igualasse a coisas mas não foi feito o número de testes necessários, aliás nos testes que foram feitos, os resultados foram os piores possiveis. Tem oacidente do Lehto em Janeiro, o Lehto só voltou a correr hoje, e teve inclusive operação em vértebra  e tudo mais, teve o acidente do Alesi que está fora da Fórmula 1, isso tudo em treino, teve outros acidentes  bastante graves na fase de preparação o Hill também bateu forte e agora que é a primeira pista veloz que é essa de Ímola, tem o do Barrichello, tem o do Ratzenberger, tem o do Senna que está agora sendo socorrido pelos médicos, na verdade os carros nesse novo regulamento não estão de acordo  ou as pistas não estão de acordo com os carros com esse novo regulamento. (Grande silêncio, ambos ficam sem falar)
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ALAIN PROST ATUAVA COMO COMENTARISTA E FICOU CHOCADO COM O ACIDENTE DE AYRTON E LEMBRA DE ENCONTRO POUCO ANTES DA CORRIDA FATAL
Fonte: UOL 

O francês estava trabalhando como comentarista naquele fatídico GP de San Marino. “Lembro que, antes da corrida, ele veio às cabines de televisão para falar comigo. Não era algo habitual. Todos que estavam ali ficaram calados. Nesses momentos, o piloto só pensa em se concentrar, mas ele veio e se sentou ao meu lado. O mais surpreendente é que não queria falar de nada muito importante”, contou o francês “Depois de comer, pouco antes da largada, fui aos boxes da Williams e conversamos por uns dois minutos antes de ele entrar no carro. Esta foi a última vez”, lamentou. “Ayrton e eu temos um vínculo. Sua morte foi o final da minha h stória com a Fórmula 1. Ninguém pode falar de Ayrton sem mencionar meu nome, e ninguém pode falar de mim sem mencionar o dele”, concluiu o tetracampeão mundial.


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A CHEGADA DOS MÉDICOS NO LOCAL DO ACIDENTE E A REAL SITUAÇÃO

Quando vi o rosto de Senna, fiquei gelado'
RICARDO SETYON; MICAELA TRIGO
DE BOLONHA, ESPECIAL PARA A FOLHA
04/05/1994
A 40 metros do mortal acidente de Ayrton Senna, Stefano Bonaiuti presenciou o fim da carreira do piloto. Esse enfermeiro de 40 aos, que também é o coordenador-técnico de todos os serviços da UTI e urgências da região de Bolonha, foi o primeiro a chegar ao socorro de Senna, antes de qualquer médico. Ainda abalado emocionalmente e entre choros, Stefano Bonaiuti deu entrevista à Folha:

Folha - Você viu bem de perto o acidente. Qual foi sua impressão do que aconteceu?
Stefano Bonaiuti - Eu estava muito perto da curva Tamburello. O que vi não vou esquecer nunca.
A velocidade que o carro entrou na curva era impressionante, mas já era de se esperar, quando uma organização não define um limite.
Além dos 30 cm de grama, a curva é feita só de concreto, sem nenhum tipo de proteção e amortecimento. Quando tirei o capacete de Senna, fiquei gelado.
Dois dias atrás, quando foi visitar Barrichello, cumprimentou-me e felicitou-me pelo grande trabalho que havíamos feito com Rubens, e naquele instante estava morrendo nas minhas mãos.
Folha - No hospital, o ambiente era de muita tensão, mesmo antes de o corpo chegar. Como pode descrever a situação da equipe no transporte de Senna?
Bonaiuti - Quando retiramos o capacete de Senna a visão foi terrível. Em 17 anos de experiência, poucas vezes vi um rosto em tão péssimas condições.
Mesmo antes de o helicóptero chegar, já trabalhávamos na reanimação do corpo, mas a hemorragia era muito grande, devido ao grande impacto no lado frontal direito da cabeça.
Era inacreditável ver o quanto Senna lutava como um touro para continuar vivo, juntamente com o corpo médico, que continuou lutando para haver reações positivas.
No hospital, para ganhar mais tempo, corria com os resultados do eletroencefalograma de um lado para outro, sempre na esperança de que Senna nos surpreendesse.
Folha - Qual é a impressão que Senna deixou em você depois desse terrível desastre?
Bonaiuti - Minha impressão e admiração pelo Senna já vêm de muito tempo atrás. Vem da época que ele começou a aparecer e a surpreender nas pistas, como ninguém mais poderia fazê-lo.
Era delicioso ver sua superioridade, conseguindo sempre o mais difícil, como ser o "campeão da chuva", mostrando a intimidade que tinha com as pistas.
Além de tudo, mostrou sempre ser uma pessoa conscienciosa, como no sábado, após a morte do piloto austríaco. Ele queria esclarecimentos sobre o acidente.
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CHEGADA DO HELICÓPTERO NA PISTA
Galvão Bueno:” Vou repetir uma frase de  Clay Regazzoni que ele disse ontem, cada vez que tem um acidente grave, esse é o Helicóptero da UTI, cada vez que tem um acidente grave , fala´-se em segurança , ele Regazzoni que é uma vitima da Fórmulka 1, está numa cadeira de rodas. Mas o que é segurança? Tá certo que o carro é mais rigiso, mais o problema é a velocidade que os carros atingem a partir do momento que você tira os componentes do carro. Essa é a opinião do Clay Regazzoni, a cada dia mais velozes e você vai tirando os componentes de segurança, não a segurança da pancada, a segurança do comportamento do carro, segurança que faz com que a curva possa ser feita ou que a frada possa ser mais forte

Reginaldo Leme;”até então tínhamos passado de duas pistas relativamente de baixa, Interlagos não é muito baixa, é média, e Ainda é bastante baixa, é a primeira vez que se pega uma pista de alta. Não comportam de jeito nenhum. Você veja  o absurdo que é o carro sair reto daquele jeito sem o piloto ter a menor possibilidade de qualquer controle(longo silêncio)

Galvão Bueno:”você vê que o Helicóptero da UTI se deslocou inclusive pra pista, está ali muito próximo à pista”(voz embargada)

Reginaldo Leme:”Vale lembrar que, no caso de um acidente desses em corrida, o mais importante da rapidez de se chegar é os bombeiros porque os carros tem gasolina no tanque, depois com a chegada dos médicos , mais importante que o tempo é o atendimento correto, seguindo corretamente as determinações desse homem que é o chefe da equipe médica  que está aí cuidando do Senna agora que é o professor Sid Watkins e toda a equipe que trabalha pra ele. A equipe fixa que trabalha pra ele e a equipe do centro de atendimento médico do autódromo  de Ímola. O que está sendo feito agora é o correto, ele está sendo atendido aqui da mesma forma que se estivesse no hospital, com toda calma e toda correção do atendimento médico, assim como é feito no GP do Brasil, você se lembra, pra isso existem inclusive testes dr Renato Dubrat que é chefe da equipe médica do GP Brasil. Então tudo aí está perfeito, como se ele já estivesse no hospital, não falta nada no atendimento a ser prestado à Ayrton Senna.

Galvão Bueno:”isso é muito importante, há toda uma estrutura feita pra isso, não pode haver pressa em hipótese alguma “

Reginaldo Leme:”o leigo pode pensar, o que importa ali é ganhar segundos ,colocar no helicóptero e levar pro hospital, não é isso”

Galvão Bueno:” exatamente quanto a isso, que falavam  da melhoria da segurança dos circuitos, deixam um pouco a desejar , essa curva aqui é realmente terrível , vem sendo criticada a muito tempo , uma curva que eles chegam próximo aos 300 Km por hora e não há área de escape..

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Chegada de Erick Comas no local do acidente
 Aproximadamente dez minutos depois da batida de Senna, a equipe Larrouse  misteriosamente  permitiu que um de seus pilotos, o francês Erk Comas  (campeão da Fórmula 3000 em 1990) , deixasse o pit, apesar do circuito estar fechado sob bandeiras vermelhas. Freneticamente, os fiscais de corrida acenaram-o quando ele chegou à cena do acidente a quase velocidade máxima. Durante alguns minutos as comunicações no circuito haviam entrado em colapso permitindo que o piloto deixasse o pit-stop e retornasse à corrida. Há também quem diga que o piloto havia deixado os boxes e ido em direção a curva Tamburello para saber qual era o estado de saúde de Senna após o acidente, visto que após o piloto brasileiro ter salvo sua vida após ele ter sofrido um acidente no GP da Bélgica de 1992, eles acabaram criando uma grande amizade. O que realmente se sabe, é que Comas evitou bater em quaisquer das pessoas ou carros que estavam no circuito, mas, diante da cena do acidente de Ayrton, ficou tão aflito com o que viu que se retirou da prova.Galvão Bueno e Reginaldo Leme, na hora, não deram importância ao fato e nem entenderam se tratar de Erik Comas e tampouco ligaram o fato ao acidente nos treinos do GP da França de 1992.
Resultado de imagem para ERIK COMAS em imola


Galvão Bueno se surpreende com a chegada da Larousse e diz:”o que a Larousse quer fazer aí? O carro saiu do box pra ir pra pista? Há uma.. bom, então . realmente houve uma melhoria muito grande nesse atendimento, nessa parte médica. O Sid(Watkins) é uma pessoa extremamente competente, extremamente consciente  e nesse caso, nesse momento, você que vive, o Brasil que vive esse drama nesse momento, pelo menos, saiba disso, uma pessoa absolutamente indicada, competente que é o Dr Sid Watkins. As imagens são indefinidas. Primeira providência é sempre a colocação de soro ,você vê ali  foi retirado o macacão, a parte superior do macacão e a roupa de fogo(silêncio do Galvão).. trabalho intenso, da melhor forma possível, temos evidentemente que aguardar que possa chegar alguma notícia de lá.. eu repito que isso acontece no momento exato que Senna chamava pra si , essa responsabilidade de assumir a liderança e iniciava um movimento junto aos pilotos, de exigir mais segurança(longo silêncio)  vamos esperar pra ver se Senna  vai ser levado ao helicóptero para que possa levá-lo ao hospital Maggiore de Bolonha ou se, de ambulância sendo trazido ao ambulatório central aqui do circuito de Ímola (silêncio).. as arquibancadas, o público, há um silêncio profundo no circuito de Ímola. As pessoas permanecem sentadas , imóveis, todas no circuito aguardando alguma noticia, algum sinal positivo..(longo silêncio).. aí parece que já estão prontos para iniciar o transporte. (longo silêncio). Aí está sendo transportado ..(vai sendo levado Ayrton Senna, vai direto pro helicóptero, helicóptero UTI, vai ser removido direto pro hospital Maggiore, hospital principal em Bolonha. O helicóptero vai deixar o circuito de Ímola, uma viagem de menos de 10 minutos, até o hospital Maggiore”

Reginaldo Leme:”a operação toda já dura mais de 20 minutos, parece uma eternidade, foram tomadas todas as precauções  mas é um caso que necessita muito cuidado e agora o helicóptero vai deixando o autódromo em direção ao hospital para onde devem ir alguns médicos da equipe do Giuseppe Piana”
Galvão Bueno:”o Piana estava ali do lado de fora, aí o Mika Hakkinen, o Dr Piana estava ali à esquerda , ele tem que permanecer aqui como chefe da equipe médica no autódromo , Dr Sid deve estar no helicóptero  e a odem para que ele possa decolar. E aí vai, leva a nossa oração, a nossa fé, a nossa reza(enorme silêncio)

Reginaldo Leme:” aí você vê o replay do acidente visto de dentro do carro do Schumacher, quando a Williams já sai direto,já tá  batendo ali por trás mesmo, aqui o corte pra outra câmera depois do primeiro impacto .. é, pela forma como ele saiu reto, sem sequer tentativa de frada, ou pegou óleo na pista ali .. você vai ver agora na própria câmera..

Galvão Bueno corrige:” não, na câmera do Hill’

Reginaldo Leme:” ali já saiu, já bateu.. mas dá pra sentir se há alguma coisa na pista, não há uma marca evidente de óleo na pista mas o que pode ter havido realmente, é uma quebra na suspensão do carro do Senna, nesse caso muito mais provável na parte traseira que levanta a roda da frente e deixa sem nenhum atrito, sem nenhuma possibilidade de dirigibilidade do carro.

Galvão Bueno:” aí a imagem, olha houve um .. e saiu ali um, uma mudança de marcha que não seria o caso, nessa câmera deu pra ver atrás um flash atrás do carro, antes que ele saísse. Não há mudança de marcha, e isso que eles estão procurando , olha aí”

Reginaldo Leme:”é isso que eu chamo atenção Galvão,..”

Galvão Bueno:” o toque no solo, não sei”

Reginaldo Leme:”o carro toca muito no solo, já vinha fazendo isso em outras vezes já tinha me chamado a atenção, agora pode ser que nesse toque, ele tenha perdido o carro”

Galvão Bueno:”repare uma coisa, na hora que há o flash ali atrás, que seria o toque no chão, no momento que há o flash, o carro guina pra direita e sai reto. No momento que dá aquele flash, o carro guina pra direita e sai reto... Aí já outra vez a imagem do carro de Damon Hill, o que menos vem ao caso agora se tocou, se não tocou , se soltou, o que importa agora é aguardar..por uma notícia

Aparece imagem da Williams de Senna  sendo levada de caminhão
Galvão Bueno:”o carro sendo levado de volta pros boxes”

Reginaldo Leme:” a frente do carro está bastante danificada inclusive porque inclusive depois do primeiro impacto, quando ele volta pra pista sob a caixa de brita, você percebe que continua desintegrando , o carro continua perdendo partes ali, até da frente e volta bastante danificado para os boxes até numa área ali que, supostamente, possa ter falhado a proteção aos membros, o Senna parece que ele enquanto estava sendo atendido  as pernas estava tudo bem . Os médicos tiveram a maior preocupação, o maior cuidado com o tórax do piloto, tiraram o macacão, tiraram o prova de fogo. Todo autódromo em silêncio, os carros voltam pro grid pra corrida continuar, sabe lá quando e fica a expectativa, até porque não tendo sido transportado para o hospital do autódromo, aonde estão o irmão do Senna o Léo e a sua assessora de Imprensa Betise e também o seu massagista particular , que além de massagista é nutricionista , enfim, preparador físico , quase um médico particular, que o acompanha em quase todas as corridas o Josef, estão aqui no hospital do autódromo mas para esperar notícias do hospital Maggiore de Bolonha. E como ele foi transportado diretamente Bolonha, ficam aqui sem notícias. Pelo menos durante o voo. E o repórter Roberto Cabrini já se dirigiu para o hospital Maggiore de Bolonha.(silêncio)

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O fato mais revoltante e estarrecedor é que, segundo relatos da assessora de Ayrton Senna, eles foram informados que o piloto Ayrton Senna já havia morrido e que estavam segurando a informação para que a corrida não fosse paralisada .Leia abaixo

BERNIE ECCLESTONE CONTOU PARA LEONARDO SENNA E A ASSESSORA DE AYRTON SENNA QUE O PILOTO BRASILEIRO JÁ HAVIA MORRIDO E QUE SÓ IRIAM ANUNCIAR ISSO MAIS TARDE PARA NÃO PARAR A CORRIDA, SID WATKINS DISSE QUE MORREU NA PISTA

A assessora Betise Assumpção resolveu contar, no aniversário de 20 anos da morte do piloto, detalhes sobre as horas seguintes ao acidente


São Paulo – Assessora de imprensa de Ayrton Senna  quando de sua morte, há exatos 20 anos, Betise Assumpção, hoje casada com Patrick Head, o projetista da Williams que vitimou o piloto, resolveu conta
detalhes sobre as horas seguintes ao acidente na curva Tamburello.

"Leonardo (irmão de Senna) e eu saímos dos boxes da Williams e caminhamos em direção à torre de comando do autódromo em busca de mais informações. Quando nos aproximamos, Bernie (Ecclestone, chefão da F1) estava saindo de lá. Ele olhou para nós e disse ao Leonardo , agarrando-o suavemente pelo braço e dirigindo-o para o motorhome. ‘Eu preciso falar com você’.
Eu traduzi para o Leo e caminhei junto com eles. Bernie virou para mim e disse: ‘Você não”. Então eu expliquei: “O Leo não fala uma palavra de inglês”. Bernie balançou a cabeça e teve que aceitar, nos direcionando ao motorhome. Quando entramos, Slavica (esposa de Bernie) já estava lá. Sozinha, muito abalada e chorando. Bernie se sentou no braço de uma poltrona; nós dois no sofá em frente. O Bernie disse que tinha notícias do Ayrton. Leo estava branco.
‘Ele está morto’, falou. Pensei por alguns segundos, ‘Como eu posso traduzir isto e dizer para o Leo de uma forma mais amena, considerando que ele só falou duas palavras!’. Então eu me virei para o Leo e, da maneira mais gentil e carinhosa possível, eu falei: ‘Leo, eu sinto muito ter de te falar isto, mas ele está dizendo que o Ayrton está morto’.
Leo ficou atordoado. Ele olhou para mim, depois para Bernie. Não disse uma palavra. Tive vontade de abraçá-lo. Ele começou a chorar. A soluçar. Aí o Bernie acrescentou: ‘Mas nós só vamos anunciar mais tarde para não parar a corrida’. E eu traduzi para o Leo. Mesmo antes de eu terminar ele já estava descontrolado, chorando alto e tremendo. Eu realmente não sabia o que fazer. Eu nunca tinha visto uma dor tão crua.
Bernie levantou-se , pegou uma maçã e começou a conversar com a Slavica, que chorava ainda mais alto. Levei alguns minutos para conseguir acalmar o Leo. Ele ainda estava muito abalado e incapaz de dizer qualquer coisa quando eu lhe disse, mais uma vez da maneira mais gentil possível. – e segurando suas mãos nas minhas.
“Leo, eu realmente sinto muito. Nossa, de verdade. Nem sei mais o que dizer para você, mas uma coisa você tem que fazer. Você precisa se recompor e ligar para seus pais no Brasil. Eles devem estar desesperados e não pode ser eu a lhes dar esta noticia. Eles precisam ouvir isso de você. Tenho certeza de que vai ser mais reconfortante para eles também “
Expliquei isso ao Bernie e ele, imediatamente, ofereceu o telefone do motorhome. Leo fez a chamada. Foi quando Martin Whitaker, o então assessor de Imprensa da FIA, entrou no motorhome. Bernie e Martin conversaram por alguns minutos. Então Martin virou-se para mim e disse. ‘O que eu disse na sala de imprensa é que Ayrton teve ferimentos na cabeça e foi levado para o hospital’
O Bernie acaba de nos dizer que o Ayrton está morto’, eu respondi. Leo estava no telefone comunicando a sua família que o Ayrton tinha morrido, em lágrimas. E novamente muito abalado. ‘Não, o que eu disse a imprensa é que ele teve ferimentos graves na cabeça’, explicou Martin.
‘Sim, eu sei disso, mas já sabemos que ele está morto’, insisti , obviamente querendo dizer que ele não precisa nos dar o PR line; que nós sabíamos a verdade. Martin fingiu não entender e repetiu a mesma coisa.
Então, eu o puxei para uma salinha menor na parte de trás do motorhome. Tínhamos trabalhado juntos uns anos antes , quando ele era o assessor de imprensa da McLaren. Então eu pensei que poderia contar com o respeito dele. ‘Martin, eu acho que você não entendeu a delicadeza da situação. O Leo já contou pra família que o Ayrton morreu. Eles já estão lidando com uma dor enorme.’
“Betise, eu entendo isso. Mas eu disse à imprensa que ele tinha ferimentos na cabeça e foi para o hospital. Eu não disse que ele está morto’.
‘Sim, Martin, mas o que eu estou tentando dizer é que, se você insistir nesta postura, eu vou ter que sair desta sala, e ir dizer ao Leo que o Ayrton ainda está vivo e, consequentemente, dar a sua mãe e seu pai a esperança de que ele possa se recuperar. Uma esperança que não existe’. Martin foi categórico : ‘Betise , ele não está morto. Esta é a informação que eu estou dando a todos’.
Saí da sala, contei pro Leo. Ele telefonou para o Brasil novamente e disse a sua mãe Neyde e pai Milton. Passei as próximas cinco horas traduzindo, organizando, transmitindo recados e lidando com as esperanças e dores de Leo no hospital e da família no Brasil. Só quando o Dr. Syd Watkins chegou ao hospital ficou tudo esclarecido.
Eu estava com a irmã do Ayrton no telefone me dizendo que eu deveria rezar, eu deveria ter esperança, Ayrton era forte. Eu simplesmente não conseguia fazê-los compreender a gravidade da situação. Tirei o telefone da orelha e disse pro Syd. ‘É a Viviane. Ela não acredita quando eu digo a ela o quão grave é o estado do Ayrton. Eu não sei mais o que dizer. Você poderia falar com eles. Tenho certeza que vão te escutar’, eu disse.
Syd olhou para mim. Ele estava visivelmente triste e com dor. ‘Betise, não há esperança nenhuma. Ele já estava morto na pista’. E passou a descrever alguns detalhes de suas lesões na cabeça, que eu não vou escrever aqui, em nome do bom gosto e em respeito à sua família e amigos próximos. Eu fiquei muda. Cabeça vazia. Simplesmente entreguei-lhe telefone. Ele foi bem curto. A situação era tão grave que não tinha recuperação, ele não ia se recuperar.
 https://ayrtonsennadobrasilblog.blogspot.com/2018/10/blog-post_90.html   
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GP DE SAN MARINO PROSSEGUE E SCHUMACHER VENCE 
A segunda largada
Fonte: Wikipedia
Os resultados da corrida reiniciada seriam determinados pelos resultados agregados da primeira e segunda corrida abortada. No reinício, Gerhard Berger assumiu a liderança na pista, mas Schumacher conduziu toda a corrida devido à quantia de tempo que ele estava à frente de Berger antes da corrida ter sido interrompida. Schummy assumiu a liderança na pista na volta 12, e quatro voltas depois, Berger se retirou da corrida com problemas na suspensão. Larini assumiu a liderança brevemente quando Schumacher entrou para os boxes, mas a ordem foi restabelecida quando o italiano teve sua própria parada nos boxes.
A dez voltas para o fim da corrida, a roda traseira direita da Minardi de Michele Alboreto   se soltou do eixo quando deixava os boxes, golpeando dois mecânicos da sua ex-equipe, a Ferrari, e dois mecânicos da Lotus, que foram levados para o hospital precisando de tratamentos.
Michael Schumacher ganhou a corrida à frente de Nicola Larini e Mika Häkkinen, dando a ele um máximo de trinta pontos depois de três provas disputadas na temporada de 1994. Foi o único pódio da carreira de Larini, e a primeira de apenas duas ocasiões em que ele marcou pontos em campeonatos mundiais. Na cerimônia do pódio, por respeito a Roland Ratzenberger e Ayrton Senna, nenhum champanhe foi estourado.
 Resultado de imagem para podium imola 1994

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Mosley afirma que soube da morte, de Senna, após GP
Max Mosley, presidente da federação de automobilismo
SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO 04/05/1994
O presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Max Mosley, disse ontem à Folha que o médico responsável pelo circuito de Imola o informou após o acidente de Ayrton Senna que as condições do piloto eram "muito ruins", mas não que ele tinha remotas chances de sobreviver.
Mosley viaja amanhã para Paris para comandar uma reunião de emergência da cúpula da Fórmula 1, onde serão discutidos os acontecimentos do fim-de-semana e possíveis mudanças no esporte.
Ele não quis adiantar a agenda do encontro e defendeu sua decisão de proibir o uso da suspensão ativa e monitoramento eletrônico dos carros, criticada por Senna.
As decisões devem entrar em vigor já no próximo GP, que será realizado em Mônaco, no próximo dia 15.
A seguir, os principais trechos da entrevista de Mosley à Folha.

Folha - Há suspeitas de que os diretores do GP de Ímola já sabiam que Ayrton Senna não tinha chances de sobreviver, mas retardaram a divulgação da informação para não cancelar a corrida. É verdade?
Mosley - É mentira. Eu falei com o professor Watkins (o médico do circuito que atendeu Senna logo após o acidente) e ele me disse que as condições de Senna eram muito ruins. Mas ele não podia dizer que ele ia morrer.
Folha - Alguns pilotos estão afirmando que a proibição da suspensão ativa e outros controles eletrônicos deixaram os carros de F-1 mais perigosos. O sr. concorda?
Mosley - Isto não faz sentido. Nenhuma das equipes pequenas tinha suspensão ativa e dos 12 anos sem mortes na F-1, 10 foram sem ela. Nenhuma equipe pequena jamais teve suspensão ativa.

Eu acredito que os pilotos das equipes pequenas são menos eficientes do que Senna e eles não tiveram acidentes fatais sem ela. Os acidentes deste fim-de-semana não têm relação alguma com isso.
Folha - O sr. acha que os circuitos de F-1 podem se tornar mais seguros?
Mosley - Tudo pode se tornar mais seguro. Nós fazemos o máximo possível para tornar os circuitos e os carros mais seguros todo o tempo, não só após acidentes.
O que eu posso afirmar é que nenhum piloto ou equipe me procurou para dizer que Imola é (um circuito) perigoso. E eles fizeram vários treinos lá.
Folha - Como a morte de Senna vai afetar o campeonato este ano e a F-1?
Mosley - Eu acho que ninguém pensou sobre isso ainda. Todos estão terrivelmente tristes. É algo que temos que começar a pensar agora. Ele era um piloto sensacional e vai levar algum tempo até tudo isso ser assimilado.
Folha - Está sendo planejado algum tipo de homenagem para Ayrton Senna no GP de Mônaco?
Max Mosley - Tudo isso será discutido amanhã na reunião em Paris. Todas as pessoas que organizam o GP de Mônaco também estarão presentes. 
 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/esporte/12.html
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APÓS O GP DE SAN MARINO DE 1994, COMEÇAM MUDANÇAS PARA A SEGURANÇA NA FÓRMULA 1
Fonte: Wikipedia
Duas horas e 20 minutos depois que Schumacher cruzou a linha de chegada, às 18h40min, hora local, a Dra. Maria Teresa Fiandri anunciou que Ayrton Senna tinha morrido. O horário oficial da morte foi dado, no entanto, como 14h17min da hora local, significando que Senna tinha morrido instantaneamente. A causa de morte estabelecida por uma autópsia é que um pedaço da suspensão do carro perfurou o capacete dele e o crânio
O traçado de Ímola em 1994 , traçado utilizado desde 1981 , nunca foi novamente utilizado para uma corrida de Fórmula 1. O circuito foi fortemente modificado depois da corrida, inclusive uma mudança na Tamburello — também palco dos grandes acidentes de Berger (1989) e Piquet(1987)— de uma curva de alta velocidade para uma chicane muito mais lenta. A FIA também alterou o regulamento da concepção de um carro de Fórmula 1, na medida em que os regulamentos exigidos em 1995 , todas as equipes deveriam criar designs completamente novos, já que os carros de 1994  não poderiam ser adaptados a eles. A preocupação levantada no briefing dos pilotos na manhã da corrida, por Senna e Berger, conduziria a mudanças na Associação dos pilotos de Fórmula 1 na corrida seguinte, o GP de Mônaco de 1994 A GPDA, que foi fundada originalmente em 1961, foi previamente dissolvida em 1982 O principal objetivo das mudanças era permitir que pilotos discutissem padrões de segurança com vista a melhorar as normas na sequência dos incidentes ocorridos em Ímola. As duas posições dianteiras do grid de largada do Grande Prêmio de Mônaco daquele ano, que foram pintadas com as bandeiras austríaca e brasileira deixava viva na memória os dois pilotos que tinham perdido suas vidas. Além disso, foi respeitado um minuto de silêncio antes do início da corrida.
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PARA SCHUMACHER, A "FICHA" DEMOROU A CAIR SOBRE A MORTE DE SENNA
Fonte: UOL


Para Michael Schumacher, que venceu aquela corrida em Ímola, a “ficha” demorou a cair. “Pensei que Ayrton poderia ter quebrado uma perna ou um braço, mas que tudo continuaria igual. Foi depois do pódio que Pasquale [Lattuneddu, braço direito de Bernie Ecclestone] veio e nos disse que ele estava em coma”, contou o heptacampeão mundial. “Sabia que existem vários tipos de coma, mas tinha muita informação contraditória. Não sabia o que pensar. Não poderia imaginar que ele morreria. No máximo, que ele ficaria fora por algumas corridas. Mas o pior veio duas semanas depois, em Mônaco, quando tive de aceitar que, efetivamente, ele tinha morrido”, relatou Schumacher ao El País
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JUAN MANUEL FANGIO ASSISTIA O GP, VIU O ACIDENTE E PREVIU: ELE ESTÁ MORTO
`É fatal', previu pentacampeão Fangio
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO 02/05/1994
"Isto é fatal." Assim reagiu, petrificado, o pentacampeão mundial de Fórmula 1, o argentino Juan Manuel Fangio, ao ver pela TV o acidente que matou Senna.
Sem saber da morte do piloto brasileiro, Fangio, que assistia à prova em sua casa em Buenos Aires (capital argentina), se recolheu e não quis receber mais notícias sobre Senna.
"Meu tio gostava de Senna como um filho. Quando ele viu o acidente, começou a passar mal. Por isso, preferimos não lhe dar a notícia. Queremos evitar um desgosto maior para ele", disse Pipina, uma das sobrinha do ex-piloto argentino.
Fangio, 82, único pentacampeão mundial de Fórmula 1, está com sua saúde muito abalada e o médico advertiu os familiares para que evitassem desgostos.
O argentino sofre de problemas cardíacos. Há alguns meses, esteve hospitalizado, mas se recuperou. Desde então, Fangio está sob acompanhamento médico.
Fangio nunca tinha falado em um herdeiro, até a chegada de Senna à Fórmula 1. Tornou-se então admirador e fã do piloto brasileiro.
Essa admiração era mútua. O maior sonho de Senna era se tornar pentacampeão mundial e receber o troféu das mãos de Fangio.
Mesmo com problemas de saúde, Fangio veio assistir o Grande Prêmio do Brasil de 93 e visitou Senna no box da McLaren.
Os dois se encontraram pela última vez em Buenos Aires, no final do ano passado.
Naquela ocasião, Senna fez o pedido para que Fangio lhe entregasse o troféu pelo quinto título mundial.
Durante sua carreira, o argentino sofreu apenas um acidente grave, em 1952. O desastre o deixou fora das pistas por um ano.
Na época, Fangio já tinha um título mundial, o de 1951. Voltando às pistas, conquistou os Mundiais de 54, 55, 56 e 57.
Em 58 abandonou as pistas, aos 47 anos, ao sentir que já não tinha a mesma vontade de correr. Tornou-se diretor da Mercedes-Benz na Argentina.
Seu recorde de cinco títulos mundiais parece inatingível. Com o fim da carreira do francês Alain Prost, tetracampeão mundial, e a morte de Senna, não há candidatos à quebra da marca. 

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/02/caderno_especial/19.html
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Namorada de Senna viaja para Bolonha
Adriane Galisteu estava em Portugal
RL
DA REPORTAGEM LOCAL
A namorada de Ayrton Senna, a modelo Adriane Galisteu, estava em Portugal quando ocorreu o acidente com o piloto brasileiro.
Pouco tempo depois da batida, e ainda sem saber da morte de Senna, Galisteu, 21, ligou para a mãe, Emma Keleman Galisteu, que mora em São Paulo.
A modelo, que estava hospedada na casa de Senna em Portugal, disse que iria embarcar para Bolonha o mais rápido possível.
Segundo uma amiga que falou com a mãe de Galisteu, a namorada de Senna estava "supernervosa", especialmente por estar sem a companhia de alguém da família.
Adriane estava namorando Senna desde o ano passado. Eles se conheceram em uma festa na boate Limelight (zona oeste de São Paulo), depois do Grande Prêmio do Brasil do ano passado.
Era o dia 28 de março. Senna pediu e ganhou o telefone da modelo. No dia seguinte, o piloto ligou e convidou Galisteu para passar um fim-de-semana em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Galisteu não sabe o dia exato em que começou o namoro. Mas os dois passaram a se considerar namorado e namorada na segunda quinzena de abril do ano passado(1993).
Adriane Galisteu nasceu em São Paulo, em 18 de abril de 1973. Modelo, fez as primeiras poses para publicidade quando tinha nove anos.
Em entrevista à "Revista da Folha", no ano passado, ela disse que preferia a Fórmula 1 à Fórmula Indy: "Acho a Indy muito perigosa". 
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/02/caderno_especial/13.html
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Torcedores cercam o edifício dos pais
SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO 02/05/1994
Os fãs de Ayrton Senna cercaram a porta do edifício onde mora a família do piloto assim que foi anunciada oficialmente a sua morte, ontem, no início da tarde.
Cerca de 200 pessoas (segundo cálculo da Polícia Militar) se concentraram diante da moradia da família na tentativa de obter maiores informações sobre a chegada do corpo do piloto a São Paulo.
Tamar Dvora Aron, 22, era moradora do mesmo prédio da família de Senna. "Mudei há cinco meses, mas vivia telefonando para o porteiro para saber quando o Senna estava no prédio. Sempre quis um autógrafo dele e um dia consegui", disse Tamar. "Só fiquei triste porque a foto que tirei ao lado dele acabou não saindo", afirmou.
Segundo o porteiro do edifício, Gervásio Ferreira, "Senna sempre foi muito gentil com todos os funcionários do prédio. Perdi uma grande pessoa", afirmou Ferreira.
João Bezerra de Menezes, funcionário de um prédio da vizinhança, não conteve as lágrimas. "A Fórmula 1 acabou para mim. Ayrton era o melhor, o maior de todos", disse Menezes.
Também emocionado estava o engenheiro Adriano Malatrasi, 30. Dizendo-se fã incondicional do piloto, ele esteve nas imediações do edifício acompanhado de seu filho, Marco Antonio, 3.
O garoto vestia um macacão com as cores da Williams e o boné de Senna. "Foi a minha forma de homenagear o piloto brasileiro", disse Malatrasi.
Cerca de 30 homens da Polícia Militar isolaram a entrada do edifício, só liberada para os moradores e pessoas autorizadas.
Uma delas foi Marcelo Monteiro, 18, que mora um andar abaixo do apartamento da mãe de Senna.
"Cheguei na rua e vi toda essa agitação. Me contaram o motivo e eu não acreditei", disse Marcelo, que estava acampado na praia da Juréia (litoral sul de São Paulo).
Em Tatuí, onda a família de Senna tem uma fazenda, vários moradores da cidade foram até o local à procura de informações sobre a morte do piloto.
A dona-de-casa Catarina de Lurdes Soares Alves, que passou a manhã e a tarde na frente da fazenda, disse que, quando o piloto estava em Tatuí, costumava frequentar a Trattoria Della Nona, no centro da cidade.
(SK).Colaborou a Folha Sudeste. 
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Família evita falar sobre a morte
SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO 02/05/1994
A notícia da morte de Ayrton Senna foi recebida com muito abalo pelos familiares do piloto brasileiro. No momento do acidente, a mãe, Neide, e o pai, Milton, estavam na fazenda da família, em Tatuí (135 km a oeste de São Paulo).
Imediamente após o acidente, a mãe de Senna decidiu voltar para a residência da família em São Paulo, onde chegou às 12h10.
O carro que a trouxe de Tatuí, um Omega vinho, entrou rapidamente na garagem do edifício onde moram os pais do piloto, no bairro do Pacaembu (zona oeste da cidade). Dona Neide aparentava estar muito nervosa.
Charles Mazanasco, um dos assessores de imprensa de Senna, falou em nome da família. "Todos estão muito chocados com a morte do piloto", disse.
Segundo ele, além da mãe, estavam no apartamento a irmã de Ayrton, Viviane, e seu marido, Flávio, além de um primo do piloto, Fábio Machado, que vai tratar da documentação necessária para o enterro do piloto brasileiro.
O pai de Senna, Milton Silva, decidiu permanecer na fazenda em Tatuí e só deve vir hoje para São Paulo. Segundo o médico Paulo Borges, que o examinou, Milton estava com um quadro clínico normal.
Borges disse que o pai de Senna ficou deprimido e resolveu esperar um pouco antes de voltar para São Paulo. "Ele estava como um pai ficaria numa situação dessas", afirmou o médico.
O irmão de Senna, Leonardo, está em Bolonha acertando o traslado do corpo do piloto, que ontem já havia sido liberado pelo Instituto Médico Legal local.
O porta-voz da família, Charles Mazanasco, não soube precisar quando o corpo chega ao Brasil para o velório.Colaborou a Folha Sudeste. 

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