Líder do campeonato com 48 pontos, Ayrton Senna chegou
ao circuito de Hungaroring com quatro pontos de vantagem sobre Alain Prost, da
Ferrari. Na Hungria, os últimos dois campeões mundiais teriam ainda um
“intruso” em sua briga particular: o belga Thierry Boutsen, da Williams.No
treino classificatório, Boutsen cravou o melhor tempo em 1min17s919, apenas
0s036 mais rápido que Riccardo Patrese, que completava a primeira fila somente
com carros da Williams. Era a primeira e única pole position do piloto belga na
F-1.Gerhard Berger conseguiu a terceira posição no grid e largaria ao lado de
Senna, que fez apenas o quarto tempo. A terceira fila foi composta pela Ferrari
de Nigel Mansell e pela Tyrrell de Jean Alesi.Se o quarto lugar não agradava
Senna, o mesmo acontecia Prost, apenas o oitavo colocado no grid.No domingo,
Senna estava confiante em uma boa recuperação, principalmente porque vinha de
vitória no GP da Alemanha, duas semanas antes. Porém, na largada, o brasileiro
caiu para a sexta posição, sendo superado por Mansell e Alesi.Na parte da
frente, Boutsen se manteve na liderança mesmo com o ataque de Berger, que quase
pulou para o primeiro lugar. O austríaco subiu para segundo e Patrese caiu para
terceiro. Prost foi superado por Andrea De Cesaris (Dallara) e Nelson Piquet
(Benetton) ainda na primeira volta e caiu para o décimo lugar.Com as
dificuldades tradicionais de ultrapassagens no circuito húngaro, as primeiras
voltas seguiram sem muitas emoções. Ayrton Senna conseguiu pular para a quinta
posição na abertura da 21ª volta, quando ultrapassou Alesi.Na volta seguinte,
Senna teve pneu furado e precisou ir para os boxes. O que parecia um problema,
acabou virando uma solução. Mesmo retornando apenas na 12ª posição, o piloto da
McLaren voltou voando na pista e iniciou o seu show particular.Senna
ultrapassou Eric Bernard (Lola) e contou com o problema de motor da Dallara de
De Cesaris para subir para décimo apenas uma volta após sair dos boxes. Na
frente, os seis primeiros eram: Boutsen, Berger, Patrese, Mansell, Alesi e
Nannini. Piquet era o sétimo, Prost o oitavo e Dérek Warwick tinha a nona
posição com a Lotus.Com os pneus novos, Senna era o piloto mais rápido da pista
e na 32ª volta conseguiu ultrapassar Warwick após tirar 10 segundos em 10
voltas. Em nono, Senna agora buscaria Alan Prost, que estava 10 segundos em sua
frente, e Jean Alesi, que vinha segurando seu compatriota francês.Na volta 36,
Prost tem problemas de câmbio, rodou, e abandonou a prova, exatamente quando
Senna já estava colodo em sua traseira. Alesi, nessa mesma volta, bateu com o
retardatário Pierluigi Martini (Minardi) e abandonou. Ainda no mesmo giro,
Senna ultrapassou Piquet, conquistando assim três posições. Com isso, o
brasileiro voltava a entrar na zona de pontuação com a sexta colocação.Restando
quarenta voltas ainda pro final da corrida, Senna estava 19 segundos atrás de
Nannini, que era o quinto colocado. Boutsen, Berger, Patrese e Mansell seguiam
como os quatro primeiros colocados.Senna assumiu o quinto lugar quando Berger
precisou trocar os pneus de sua McLaren. O austríaco tentou de todas as formas
ultrapassar Boutsen na luta pela liderança, mas o desgaste excessivo prejudicou
o rendimento do seu carro na parte final da prova.O rendimento de Senna agora
começava a assustar até os líderes da corrida. Entre as voltas 36 e 48, Senna
diminuiu a distância de Boutsen que era de 26 segundos e passou a ser de apenas
12 segundos. O brasileiro era mais de um segundo por volta mais rápido que o
piloto da Williams.No instante em que Senna encostou em Nannini na luta pelo
quarto lugar, o italiano da Benetton se viu obrigado a tentar uma manobra
arriscada para tentar ultrapassar Mansell no final da reta dos boxes para se
proteger. A ultrapassagem deu certo e poucos metros depois Senna aproveitou o
espaço e também ultrapassou o “Leão” por dentro.Duas voltas depois, Nannini e
Senna armaram exatamente o mesmo bote, desta vez em cima de Patrese. O piloto
da Williams foi ultrapassado pela Benetton na reta e por Senna na curva 3 de Hungaroring.
Ayrton já era o terceiro colocado.Com pneus desgastados, Patrese entrou para os
boxes na volta seguinte e deixou a disputa do quarto lugar para Mansell e
Berger.Na volta 60, Senna colou de vez em Nannini, que não conseguia
ultrapassar o líder Boutsen. A ultrapassagem veio na volta 64, mas não sem um
toque entre os dois. Em uma batida “roda com roda”, o mais prejudicado foi o
italiano, que abandonou a prova. Senna prosseguiu normalmente com o segundo
lugar e ainda com chances de chegar em Boutsen.Na mesma volta, poucos segundos
antes, Berger passou Mansell, mas o “Leão” aplicou o troco no austríaco. Os
dois voltariam a se enfrentar na volta 71, quando Berger forçou uma
ultrapassagem no mesmo ponto em que houve o toque entre Senna e Nannini. Desta
vez, Mansell é quem foi para a brita e precisou abandonar. Berger foi para os
boxes, mas sua suspensão já estava inteiramente quebrada por causa do toque e
também ficou de fora das últimas cinco voltas da corrida.Nas voltas finais,
Boutsen conseguiu segurar Senna e os dois amigos cruzaram a linha de chegada
praticamente juntos. O belga venceu por apenas 0s288. O terceiro lugar ficou
para Nelson Piquet, que fez uma corrida bastante discreta com a Benetton.
Patrese ainda conseguiu ser o quarto colocado, Warwick foi o quinto e Bernard
completou os seis primeiros colocados.Com o resultado, Senna ampliou a vantagem
para 10 pontos em relação a Prost (54 a 44). A corrida seguinte estava marcada
para Spa-Francorchamps, na Bélgica.
Fonte: História de Ayrton Senna http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/
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