segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Reginaldo Leme e o pior momento de sua vida com briga com Senna. Galvão Bueno quase sai da Globo também


Ao Motorsport.com, comentarista da TV Globo recorda final de semana “mais tenso da vida” em Suzuka em 1990

Por Gabriel Lima 21/10/2015
Conhecido pelo acidente que decidiu o título mundial entre Ayrton Senna e Alain Prostna primeira curva, o GP do Japão de 1990 foi um marco também na vida profissional do jornalista Reginaldo Leme da TV Globo.
Em desentendimento com Ayrton, o comentarista foi a Suzuka há 25 anos sem saber que viveria o final de semana mais difícil em mais de 40 anos de coberturas da Fórmula 1 mundo a fora.
“Foi o fim de semana mais tenso da minha vida”, resumiu em entrevista exclusiva ao Motorsport.com durante a etapa de Curitiba da Stock Car no último final de semana.
A animosidade criada entre Senna e Leme era tal que o piloto decidiu que não mais falaria com o jornalista. A relação ficara desgastada graças a desentendimentos nos bastidores entre o staff e a família de Ayrton com Reginaldo. “O curioso é que muita gente, muitos colegas, sabiam desde o Brasil que ele não iria falar comigo. Eu não sabia de nada e esses colegas não me avisaram.”
“Quando chegou a minha hora, peguei o cinegrafista japonês contratado e fui fazer a entrevista. Ele já estava com a câmera ligada. Peguei o Ayrton saindo do motorhome dele, fiz uma pergunta e ele falou: ‘com você eu não falo mais’. Ainda tive a presença de espirito de dizer apontando para a câmera: ‘mas não é comigo que você está falando, você está dando uma explicação para o torcedor brasileiro’. Ele me disse que não teria conversa, e o japonês gravou tudo isso”.
Leme relembrou o pânico ao saber que o ídolo de milhões de brasileiros e provável campeão do mundo não falaria com ele.  “Era a minha função. Meu emprego estava correndo risco.”
Após passar uma noite em claro negociando com sua base no Brasil, Leme lembrou do jornalista Celso Itiberê, do jornal O Globo, que poderia fazer a entrevista. Itiberê topou, mas houve um problema com a imagem captada pelo cinegrafista japonês.
“Juro por Deus, falei para ele: ‘quando se trata do Ayrton Senna, a TV Globo não corta o boné do Banco Nacional. Pode abrir um pouco’. Fiz o gesto para ele, e ele foi lá e fez justamente o contrário. Cortou o boné. O Ayrton, sem o menor sentido de justiça - porque ele quando queria era o cara mais injusto do mundo -, me acusou de ter pedido para o cinegrafista fazer isso.”
A relação do comentarista também foi tensa com o narrador Galvão Bueno, amigo pessoal de Ayrton, que não fora à corrida no Japão. Ambos passaram o ano de 1991 mantendo uma relação meramente profissional. Já Senna voltou a falar com Reginaldo no GP da França de 1992. “Passamos 1991 bem afastados. Passei o ano indo com os brasileiros falar com ele, ficava a três metros da conversa para minha informação.”
“Mas eu não ia falar com ele de jeito nenhum. Eu sei que eu estava certo, não tinha culpa de nada.”
“Na França em 1992 ele viu isso. Eu acho que ele via sempre, mas nesse dia, quando o grupo se dissipou, ele veio até e disse: ‘olha, eu vejo que você sempre fica à distância, e queria dizer que agora as portas estão abertas para você lá na McLaren para entrar e falar comigo’. Nunca mais houve a amizade de antes, mas voltamos a nos cumprimentar e conversar.”

Decisão do título

Após a tensão no início do final de semana, Reginaldo Leme comentou a prova que daria o título de 1990 a Senna com uma batida polêmica na primeira curva. O brasileiro havia decidido tirar de Prost o título daquele ano após ter sido desclassificado da prova de 1989, depois de ter sido vítima de uma manobra proposital do francês em Suzuka .
Em 1990, a pole position foi mudada de lugar após a classificação de sábado para o lado de dentro da pista, onde os carros normalmente não passam e por isso há normalmente uma maior quantidade de sujeira.
“Quando se mudou a posição de largada do pole position, o Senna falou que se estivesse por dentro não tiraria o pé. Eu não ouvi isso porque eu não estava me dando bem com ele naquela época, mas de qualquer forma toda a vingança é doce”, falou Leme.
“Ele estava na verdade se vingando por 1989, porque se considerava o grande injustiçado. Eu, fazendo a avaliação na época, fui mais imparcial, mas de fato foi uma grande injustiça o que houve com ele.”
Ayrton bateu de propósito o carro em Prost, mas só assumiu um ano depois, quando foi tricampeão. Reginaldo lembra que mesmo em 1990 já se comentava que o acidente havia sido deliberado. “Teve muita gente que considerou uma sujeira. Eu ouvi várias pessoas e pilotos falando naquela época, inclusive membro das equipes.”
Mas, apesar de entender a ira de Senna, Leme não faria a mesma coisa no lugar do piloto da McLaren. “É duro dizer o que eu faria, porque as pessoas são diferentes umas das outras. Eu acho que não faria, mas justifico quem fizesse por tudo isso. Desde a interferência da FIA na tentativa de cassar a superlicença dele por meio do (presidente, Jean-Marie) Balestre, até tudo o que aconteceu.”
“Um cara como ele, que eu conheci muito bem, não tenho dúvida do que faria. Ele fez. Eu não faria, porque teria certeza que seria campeão na pista, do meu jeito, mesmo que o Prost fizesse a curva na frente. Não teria muita dificuldade para ultrapassar.”
“Eu iria mais na cabeça, mais no racional. O Ayrton foi no emocional, o que eu também não acho errado.”


.https://br.motorsport.com/f1/news/nos-25-anos-do-bi-de-senna-reginaldo-leme-relembra-briga/651337/

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Você sabia? Briga envolvendo Senna quase tirou Galvão Bueno da Globo

O piloto teve um desentendimento com Reginaldo Leme em 1990, então repórter da Globo

FERA 18 Abril 2018 | 11h54

Você sabia que o Galvão já saiu da Globo? Pois é, isso aconteceu, ainda que por muito pouco tempo. Mas dois anos antes de sua saída inesperada para tentar alavancar um projeto da Rede OM, uma emissora de Curitiba, o narrador já tinha planos de sair do grupo por conta de um desentendimento entre Reginaldo Leme e o piloto Ayrton Senna. No fim de semana do Grande Prêmio do Japão de Fórmula 1 de 1990, Senna rompeu relações com Leme, então repórter da Globo. Em participação no programa Arena Sportv em 2014, o jornalista relembrou a confusão que durou até 1992. "Teve um momento crítico em que fui entrevistá-lo e ele tinha tomado uma decisão que eu não sabia, de não me dar mais entrevista. E fui para fazer uma matéria para o Jornal Nacional e ele disse 'Para você eu não falo mais'". Em 30 de novembro de 1990, o Notícias da TV relembra que o Jornal do Brasil informou que Leme e Galvão também estavam afastados. Ambos passaram o ano de 1991 mantendo uma relação meramente profissional. O jornal também informava que "o quiproquó pode explicar o iminente desligamento de Galvão Bueno da TV Globo". O mesmo JB informou, em 13 de dezembro, que os dois deixariam a emissora. Mas isso não aconteceu. Segundo Reginaldo, o rompimento com o Senna acabou fazendo com que ele assumisse o posto de comentarista da TV Globo nas corridas de Fórmula 1.  "Claro que sofri muito com isso, claro que fez com que eu me desligasse do meu companheiro Galvão, mas passou. Eu parei de entrevistar o Senna, a Globo colocou um repórter para trabalhar, para fazer entrevista, e fui até promovido em função disso, passei a ser comentarista", explicou Leme ao Sportv

 https://esportefera.com.br/noticias/geral,voce-sabia-briga-envolvendo-senna-quase-tirou-galvao-bueno-da-globo,70002273486

 Ayrton Senna, Reginaldo Leme (ao centro) e Galvão Bueno (à direita) Foto: reprodução/ TV Globo

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