Ayrton Senna
não estava contente com o rendimento do motor de sua McLaren e chegou à Espanha
alfinetando a Ford. Não entendia porque recebia motores até 80cv inferiores em
relação aos fornecidos à Benetton.“Espero que algum iluminado perceba que estão
desprezando a chance de ganhar corridas” O GP da Espanha era o quinto da
temporada, sendo que até aquela oportunidade eram duas vitórias para Alain
Prost em provas consideradas “normais” e dois triunfos de Ayrton Senna em
ocasiões completamente excepcionais onde o piloto brasileiro fez história:
Interlagos e Donington Park.No treino classificatório, Ayrton conseguiu a
melhor posição possível em uma temporada de domínio completo da Williams,
ficando com a terceira colocação, ficando à frente de Michael Schumacher por
0s798 – a Benetton do alemão recebia os melhores motores da Ford. A primeira
fila, como previsto, foi da Williams, com Alain Prost e Damon Hill, que
pareciam imbatíveis no circuito catalão.Senna manteve a terceira posição na
largada e não precisou se preocupar tanto com a Benetton, de Schumacher na
primeira metade da corrida. Na ponta, Hill superou Prost antes mesmo da
primeira curva e assumiu o primeiro lugar.O francês somente conseguiria retomar
a liderança na 11ª volta, quando Hill não ofereceu resistência ao
companheiro de equipe. Nas voltas seguintes, o futuro tetracampeão abriu uma
boa vantagem na primeira colocação.A sequência da prova foi bastante monótona.
Senna colocou aproximadamente 10 segundos sobre Schumacher, que tinha
dificuldades para acompanhar o ritmo da McLaren. Enquanto isso, Hill somente
conseguia se aproximar de Prost quando o francês perdia tempo na hora de
negociar ultrapassagens com os retardatários.O britânico tentou algumas vezes
tomar a frente e, quando vivia seu melhor momento na corrida, na volta 41, viu
o motor Renault de sua Williams deixá-lo na mão. Ele ainda conseguiu levar o
carro para os boxes, mas a equipe pouco pôde fazer e o inglês precisou
abandonar a corrida.Com isso, Ayrton Senna subiu para a segunda posição e
Schumacher para terceiro, Patrese era o quarto e a presença incomum na zona de
pontuação era o norte-americano Michael Andretti, quinto colocado, que fazia
sua melhor na corrida na F-1 até então, a bordo da McLaren.A última cartada de
Senna para tentar se aproximar de Prost era evitar o pit stop para trocar
pneus. O francês não precisou se arriscar e, com um jogo novo de pneus,
continuou andando bastante rápido até completar as 65 voltas da prova. Senna
terminou em segundo com 16s8 atrás do rival. O pódio foi completado por
Schumacher que, mesmo com uma rodada na parte final da corrida, manteve o
terceiro lugar.Patrese e Michael Andretti mantiveram suas posições e Gerhard
Berger (Ferrari) completou os seis pilotos que pontuaram na Espanha.Com o
resultado, Prost assumiu a liderança do campeonato. O piloto da Williams tinha
34 pontos contra os 32 de Ayrton Senna e apenas 14 de Schumacher. O pódio,
inclusive, ficaria marcado pela presença das três lendas da história da Fórmula
1, que no total de suas carreiras, juntos, somaram 14 títulos mundiais.O jornal
inglês Motoring News resumiu bem a corrida:“Alain Prost adaptou-se à prática
do mínimo esforço. Largou mal, gastou dez voltas para ter a passagem facilitada
por Damon Hill e se impôs aos demais infelizes que não dispõem de uma Williams.
Não foi brilhante, mas venceu. Só isso.”Esta foi a melhor prova de Ayrton
Senna na pista de Barcelona. Em 1991 e 1992, o brasileiro ficou fora do pódio.
Em Jerez, outra pista que recebeu o GP espanhol na época de Ayrton, o
tricampeão conseguiu mais sucesso: venceu em 1986 com a Lotus e em 1989 com a
McLaren.A corrida seguinte seria realizada em Mônaco após três semanas. Seria
este o terceiro show de Ayrton Senna na temporada de 1993.
Fonte: História de Ayrton Senna http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/
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