segunda-feira, 22 de outubro de 2018

77º GP Japão Suzuka 1988 Senna conquista primeiro título na Fórmula 1 e iguala 14 vitórias de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1

 SENNA CONQUISTA PRIMEIRO TÍTULO NA FÓRMULA 1

Dá para entender a reverência que o público japonês tem com Ayrton Senna: foi lá que o piloto deu alguns de seus maiores espetáculos, especialmente no GP de 1988. Foi a primeira decisão de título entre o brasileiro e Alain Prost, ambos equipados com suas impressionantes McLaren e o motor Honda V6 turbo.O domínio da equipe inglesa era tamanho naquela temporada que até hoje a formação do time em 1988 é considerado o melhor de todos os tempos na F-1 – um verdadeiro “dreamteam”. Não por acaso, apenas em uma etapa do ano a McLaren não venceu (em Monza, após Senna perder uma vitória ao levar um toque de um retardatário na chicane).Antes da corrida de Suzuka, Ayrton havia vencido sete vezes no ano, enquanto Prost tinha ficado com outras seis conquistas. A matemática era simples: se Ayrton vencesse, ele era campeão. Caso isto não acontecesse, o campeonato seria decidido duas semanas depois, na prova final da temporada em Adelaide, na Austrália.Senna, claro, queria garantir o título já no Japão e desde os primeiros treinos já mostrava que buscaria a vitória. Na primeira sessão livre, foi 1s6 mais rápido que Prost.No treino classificatório, Senna estabeleceu um novo recorde na F-1: foi a 12ª pole do brasileiro no ano, feito que nenhum outro piloto na história havia conseguido em uma mesma temporada. A diferença não foi tão grande quanto no treino livre, mostrando que Prost seria um duro adversário naquela prova em Suzuka, ficando a três décimos de segundo do brasileiro.A primeira fila, assim, tinha um retrato fiel da temporada: Senna em primeiro, com Prost em segundo. Quando as luzes verdes acenderam, um susto para o brasileiro: o carro não anda e o piloto Ayrton levanta os braços sinalizando o problema na esperança de  não levar nenhum toque dos mais de 20 pilotos que estariam atrás dele.Por sorte Senna fica intacto e o grid de largada estava localizado numa descida e o piloto fez com que o carro “pegasse no tranco”. Nesta altura Ayrton ja tinha perdido 16 posições. Prost acelerou, tomou a liderança e tudo parecia perdido para os fans do piloto. Parecia.Ayrton Senna partiu tão determinado para a recuperação que já na primeira volta ultrapassou oito carros e partiu no encalço de Alain Prost, o líder com pinta de campeão.Na segunda volta, Ayrton passou Ricardo Patrese e Alessandro Nannini, subindo para sexto. Na terceira, passou Thierry Boutsen e, na freada da chicane, deixou Michele Alboreto para trás, na quarta volta. Mesmo estando ainda 12 segundos atrás do líder Prost, Senna mostrava estar determinado a vencer a corrida e o campeonatoNo final da décima volta, o brasileiro ultrapassou a Ferrari de Gerhard Berger e assumiu o terceiro lugar. Entre ele e Prost agora só existia o carro de Ivan Capelli, da equipe March. O problema para Ayrton era que o italiano ainda estava mais de dez segundos à frente do brasileiro.Senna buscava a aproximação mesmo debaixo de uma leve garoa.. Prost e Cappelli se atrapalharam e perderam segundos preciosos nas disputas com os retardatários. Ayrton, cirúrgico, tirava diferença volta a volta de forma impressionante e encostou nos líderes na 19o volta. Na volta seguinte, deixou Cappelli para trás e apareceu estampado no retrovisor de Prost.A chuva neste momento dá uma trégua em Suzuka – parecia até que ela veio apenas para proporcionar o embate histórico entre os dois maiores rivais da F-1. Agora, as condições seriam idênticas, sem a já conhecida vantagem de Senna correndo no piso molhado.Por diversas voltas, Senna perseguiu Prost – era uma corrida à parte dos dois pilotos da McLaren. Na 28ª das 51 voltas, aconteceu o inacreditável. O brasileiro chegou voando em Prost. Ayrton armou o bote antes da entrada da reta dos boxes para consumar a sua 15ª e mais espetacular ultrapassagem na corrida.Prost ainda espremeu Senna no muro da reta dos boxes, mas era impossível conter a manobra: o brasileiro assume a liderança, algo que parecia impossível após o problema na largada.O francês tentou alcançar o brasileiro até o final da prova, mas Senna não deu espaço para nenhuma tentativa e ainda abriu uma considerável vantagem: Prost terminou 13 segundos atrás do novo campeão mundial.A corrida de Ayrton Senna no Grande Prêmio do Japão, além de tida como uma das mais brilhantes de sua carreira, é considerada como uma das mais espetaculares da história da Fórmula 1.Valeu o título, que ele pensou estar perdido na largada. Mais do que uma vitória atemporal do novo campeão mundial, foi uma obra de arte. Um roteiro digno de cinema – e com final feliz para Senna.

 Fonte: História de Ayrton Senna    http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/
                                 McLaren de Senna fica parada e ele perde 16 posições
McLAREN QUASE DERRUBOU SENNA EM 1988

Fonte:  GE por Rafael Lopes 01/05/2014
A conquista do primeiro título mundial de Ayrton Senna, sabemos bem, foi recheada de idas e vindas. Nas 14 primeiras corridas de 1988, Ayrton venceu a metade, contra seis triunfos de Alain Prost, seu companheiro de equipe na McLaren, e uma de Gerhard Berger, da Ferrari, em Monza. Senna não marcou pontos no Brasil (desclassificação), Mônaco e Itália (acidentes), e estranhamente teve desempenho ruim em Portugal e na Espanha, um sexto e um quarto lugares.

Nas duas provas, dois aspectos em comum: inexplicavelmente o computador de bordo indicava um consumo de gasolina anormal e Ayrton não podia acelerar 100%; e ambas as corridas tiveram vitórias de Prost, o que adiava a decisão do campeonato para Suzuka, no Japão. Como todos sabem, Senna venceu magistralmente depois de se recuperar de uma péssima largada. O que poucos se lembram - ou mesmo sabem - foram os momentos de gigantesca tensão vividos pelo brasileiro naquela prova. Ou seja, mais idas e vindas... Desta vez, desnecessárias.
Na brilhante recuperação que o levou do 16º lugar na primeira curva até a liderança na 28ª de 51 voltas, Ayrton acelerou fundo e engoliu um a um os adversários. Mas, durante todo o tempo, o bendito computador de bordo indicava um consumo anormal e Senna estava sempre "negativo".

Mas no fim tudo mudou e Ayrton conseguiu levar o carro à linha de chegada com boa vantagem para Prost. Ora bolas, como tudo mudou e deu certo? Senna revelou tudo a Reginaldo Leme em entrevista que não ganhou tanta repercussão à época. Foi sem querer que recuperei essa declaração ao assistir ao "bruto" do GP do Japão (que será reexibido pelo SporTV nesta quinta-feira em programação especial) e ver o sinal aberto gerado ao Brasil após a corrida.
Em resumo: a verdade é que a McLaren sinalizou erradamente a Ayrton o número de voltas durante 70% da corrida e quase pôs tudo a perder, pois, se a equipe não tivesse percebido o erro e a leitura continuasse não batendo, Senna provavelmente teria reduzido drasticamente o ritmo nas últimas voltas, o que daria a vitória a Prost e mudaria os rumos do campeonato.

Com a palavra, o aliviado Ayrton Senna:

"Outra preocupação que tive foi o consumo, porque eu tinha um sinal errado do box com o número de voltas para acabar. Eram duas voltas a mais do que eram na realidade. E, com isso, checando com o consumo do computador, tava fora. Então, até 15 voltas para acabar a corrida eu tava fora, muito fora, e eu não sabia o que fazer. De repente, eu ganhei duas voltas sem mais sem menos e aí ficou tudo bem".

Fazendo as contas e lembrando que no GP da Austrália (o último da temporada) a ordem foi Prost-Senna, caso Senna tivesse perdido a vitória no Japão e Prost, vencido, o francês teria somado 90 pontos válidos contra 87 de Senna - o inverso da pontuação final de 1988. Ou seja, por pouco a McLaren não reescreveu a história de um campeonato e das carreiras de dois dos maiores gênios do esporte a motor.
Ainda bem para a torcida brasileira que tudo foi corrigido a tempo...

* Fred Sabino é produtor do SporTV no Rio de Janeiro



http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/voando-baixo/post/mclaren-quase-derrubou-senna-em-1988.html
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SENNA DIZ QUE VIU DEUS APÓS CONQUISTAR SEU PRIMEIRO TÍTULO

 Suzuka, Japão: Em 30 de outubro de 1988, Ayrton Senna disse ter visto Deus após conquistar seu primeiro título.
“Na última volta, que me daria a vitória do campeonato, eu comecei a agradecer e nem conseguia acreditar que ia vencer. Senti a presença Dele [Deus], visualizei, foi uma coisa especial na minha vida. É uma coisa que tenho gravada na minha memória e tenho como parte de mim”
em entrevista  de Ayrton Senna ao cantor Roberto Carlos.
                                 O Rei das pistas e o Rei Roberto Carlos

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