Na Garagem: Senna encontra dificuldades no primeiro teste 'de verdade' na Williams
Ayrton Senna não precisou de muitas voltas para
perceber que, embora estivesse no topo da tabela de tempos, não teria
vida tão fácil no começo da temporada 1994 com a Williams. O primeiro
teste ‘real’ foi há 22 anos
Fonte: Warm up Renam do Couto site Grande Prêmio
Foi em um dia 20 de janeiro, lá em 1994, que Ayrton Senna
encarou seu primeiro teste “de verdade” com a Williams, quatro meses depois de
anunciar a mudança para a escuderia de Sir Frank. Embora tenha liderado, gostaria
de ter saído com uma impressão melhor.
A “estreia”, na verdade, acontecera dois dias antes(18 de Janeiro de 1994). Com
o autódromo de Estoril fechado, Senna deu algumas voltas no carro da Williams
para filmagens promocionais. No dia seguinte, fez basicamente um shakedown para
pequenos ajustes com o FW15C, uma versão adaptada do carro de 1993 já com a
pintura da Rothmans. O FW16 ficaria pronto apenas em fevereiro.
No dia 20, Senna deu 42 voltas e cravou uma melhor volta
em 1min13s30, mais de 1s à frente da Sauber de Karl Wendlinger.
Para o tricampeão, estava claro que o carro estava bastante
instável sem a suspensão ativa. “Ele pula mais, fica completamente
instável se comparado a um eletrônico. Por essas e outras é mais difícil
de guiar e lento também. A aerodinâmica desse carro foi desenvolvida
para a suspensão ativa. Com a passiva, vira um animal”, descreveu.
“Com suspensão passiva, ficaram evidentes algumas características desse
carro que não eram conhecidas. As modificações serão feitas no modelo
novo”, seguiu.
Ponto positivo era o motor: “Chego ao final da reta aqui a 320 km/h.
Com a McLaren, não chegava a 300 km/h. A freada é mais forte, é preciso
ter muito autocontrole para não me expor a acidentes.”
https://www.grandepremio.com.br/f1/noticias/na-garagem-senna-encontra-dificuldades-no-primeiro-teste-de-verdade-na-williams
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REPORTAGEM DA FOLHA DE SÃO PAULO À ÉPOCA FALAVA SOBRE ESSE PRIMEIRO TESTE DE SENNA PELA WILLIAMS EM ESTORIL
São Paulo, Quarta-feira 19 de Janeiro de 1994 FOLHA DE SÃO PAULO ESPORTES
Teste de Senna mostra a nova Williams
FLAVIO GOMES
ENVIADO ESPECIAL AO ESTORIL
Teste de Senna mostra a nova F-1
A nova cara da Fórmula 1 aparece hoje em Portugal. Diante de um batalhão de 400 jornalistas, Ayrton Senna veste a roupa e o carro da Williams pela primeira vez em público, no circuito do Estoril. A festança de lançamento oficial da equipe Rothmans-Williams começou ontem à noite com um coquetel para 350 pessoas num hotel do balneário que fica a 20 km de Lisboa. Hoje Senna vai para a pista para uma programação de testes prevista para terminar só no domingo. É o primeiro passo de uma caminhada rumo ao seu quarto título mundial.
Ontem já se ouviu o ronco do motor Renault montado no FW15C, o modelo que venceu o campeonato do ano passado nas mãos de Alain Prost. O dia foi dedicado à gravação de imagens por três emissoras de TV e à produção de fotos que amanhã estarão estampadas nos principais jornais do mundo. Senna e seu companheiro, Damon Hill, posaram com capacete e macacões, camisetas e modelos, tudo isso estampado com a marca do cigarro inglês.
O Williams que Ayrton dirige hoje é o mesmo de 93, só que sem os eletrônicos proibidos pela FIA –controle de tração e suspensão ativa, entre eles. Suas cores, no entanto, serão diferentes. Sai o amarelo da Camel e o vermelho e branco da Canon, empresas que patrocinaram o time nos últimos anos, e entram o azul e branco da Rothmans, marca que há tempos investe pesado no motociclismo e no antigo Mundial de Marcas.
Não se espera nenhuma novidade técnica, nem declarações bombásticas dos dois pilotos. O novo carro da Williams só vai ficar pronto em fevereiro e não será muito diferente do modelo atual. A equipe aposta no sucesso do conjunto melhor motor-melhor piloto, aliado a um chassi que cumpre bem a função de carregar com eficiência aquele que o dirige e o propulsor que o empurra.
Senna não guia um carro com suspensão convencional desde 92, mas não vai estranhar a volta das molas e amortecedores. Piloto que se adapta bem a qualquer carro, Senna pretende dedicar seus primeiros testes a conhecer a equipe, seus mecânicos, engenheiros e "modus operandi". Ele ficou seis anos na McLaren e se acostumou com o estilo de Ron Dennis. Ayrton também vai retomar o contato com a Renault, com quem fez parceria em 85 e 86, na Lotus.
Ninguém espera que Senna arrebente hoje. O primeiro dia na nova equipe vai ser uma continuação da festa que começou ontem à noite. Mas, a partir de amanhã, as férias terminam. Ayrton deixou o sol de Angra pelo frio do inverno europeu com um objetivo bem claro: não se deixar surpreender numa temporada que é sua.
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REPORTAGEM DA FOLHA DE SÃO PAULO À ÉPOCA FALAVA SOBRE ESSE PRIMEIRO TESTE DE SENNA PELA WILLIAMS EM ESTORIL
São Paulo, Quarta-feira 19 de Janeiro de 1994 FOLHA DE SÃO PAULO ESPORTES
Teste de Senna mostra a nova Williams
FLAVIO GOMES
ENVIADO ESPECIAL AO ESTORIL
Teste de Senna mostra a nova F-1
A nova cara da Fórmula 1 aparece hoje em Portugal. Diante de um batalhão de 400 jornalistas, Ayrton Senna veste a roupa e o carro da Williams pela primeira vez em público, no circuito do Estoril. A festança de lançamento oficial da equipe Rothmans-Williams começou ontem à noite com um coquetel para 350 pessoas num hotel do balneário que fica a 20 km de Lisboa. Hoje Senna vai para a pista para uma programação de testes prevista para terminar só no domingo. É o primeiro passo de uma caminhada rumo ao seu quarto título mundial.
Ontem já se ouviu o ronco do motor Renault montado no FW15C, o modelo que venceu o campeonato do ano passado nas mãos de Alain Prost. O dia foi dedicado à gravação de imagens por três emissoras de TV e à produção de fotos que amanhã estarão estampadas nos principais jornais do mundo. Senna e seu companheiro, Damon Hill, posaram com capacete e macacões, camisetas e modelos, tudo isso estampado com a marca do cigarro inglês.
O Williams que Ayrton dirige hoje é o mesmo de 93, só que sem os eletrônicos proibidos pela FIA –controle de tração e suspensão ativa, entre eles. Suas cores, no entanto, serão diferentes. Sai o amarelo da Camel e o vermelho e branco da Canon, empresas que patrocinaram o time nos últimos anos, e entram o azul e branco da Rothmans, marca que há tempos investe pesado no motociclismo e no antigo Mundial de Marcas.
Não se espera nenhuma novidade técnica, nem declarações bombásticas dos dois pilotos. O novo carro da Williams só vai ficar pronto em fevereiro e não será muito diferente do modelo atual. A equipe aposta no sucesso do conjunto melhor motor-melhor piloto, aliado a um chassi que cumpre bem a função de carregar com eficiência aquele que o dirige e o propulsor que o empurra.
Senna não guia um carro com suspensão convencional desde 92, mas não vai estranhar a volta das molas e amortecedores. Piloto que se adapta bem a qualquer carro, Senna pretende dedicar seus primeiros testes a conhecer a equipe, seus mecânicos, engenheiros e "modus operandi". Ele ficou seis anos na McLaren e se acostumou com o estilo de Ron Dennis. Ayrton também vai retomar o contato com a Renault, com quem fez parceria em 85 e 86, na Lotus.
Ninguém espera que Senna arrebente hoje. O primeiro dia na nova equipe vai ser uma continuação da festa que começou ontem à noite. Mas, a partir de amanhã, as férias terminam. Ayrton deixou o sol de Angra pelo frio do inverno europeu com um objetivo bem claro: não se deixar surpreender numa temporada que é sua.
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/1/19/esporte/12.html
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Senna faz a sua estréia na Williams e já reclama
FLAVIO GOMES
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO 20/01/1994
ENVIADO ESPECIAL AO ESTORIL
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Senna faz a sua estréia na Williams e já reclama
FLAVIO GOMES
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO 20/01/1994
ENVIADO ESPECIAL AO ESTORIL
A nova cara da Fórmula 1 é azul e branca com filetes vermelhos e
dourados. Vestindo essas cores Ayrton Senna chegou ontem às 10h locais
no circuito do Estoril, em Portugal.
Foi meio esquisita a visão de um piloto que passou os últimos seis anos de vermelho, a bordo de um carro que parecia um maço de cigarros, com novo lay out.
O Williams de 94 também é tabagista até exageradamente. O nome Rothmans, cigarro inglês que passou a patrocinar a equipe, aparece 21 vezes no carro, dez no macacão e três no capacete do brasileiro.
Exagerado também é Senna. A Williams descobriu ontem com quem foi se meter. A programação era banal, apenas umas voltinhas para que uma multidão de jornalistas –só a Rothmans pagou a viagem de 412 deles– pudesse ver a máquina e fotografá-la.
Mas Ayrton começou a trabalhar duro um dia antes. Na terça-feira, com o autódromo fechado, deu quatro voltas para a produção de um vídeo e de algumas fotos promocionais. Já saiu do carro reclamando que a posição de dirigir estava uma droga.
Ontem, ao terminar sua primeira bateria de oito voltas, saiu do cockpit, chamou o engenheiro David Brown e ficou dez minutos falando sem parar sobre algumas reações do carro, aceleração, performance do motor e da suspensão passiva que o time vai usar em 94.
A cinco metros de distância seu companheiro Damon Hill, calado, observava o pequeno grupo de mecânicos e técnicos ávidos por saber o que a nova estrela do pedaço achava de seu veloz brinquedinho.
Senna ligou seu novo carro pela primeira vez em público às 11h21, 8h21 de Brasília. No total, foram 16 voltas sem a preocupação de cronometragem. "Acertamos a posição do banco e do volante e isso melhorou um pouco meu ajuste dentro do carro", descreveu o piloto no seu segundo dia de trabalho na Williams. "Dei poucas voltas e não posso fazer nenhuma avaliação técnica ainda, tenho muito que aprender. É como mudar de casa, você tem que se adaptar, fazer novos amigos, conhecer os vizinhos."
O novo carro da Williams, FW16, só anda no final de fevereiro. Senna já havia guiado para Frank antes, em 83, seu primeiro teste num carro de F-1. O reencontro com a Renault também foi marcante. Foi com esse motor, em Portugal, que Ayrton ganhou seu primeiro GP –em 85 pela Lotus.
Se precisar, Senna diz que faz quantos testes forem necessários até a abertura do Mundial, dia 27 de março em Interlagos. "Não tenho ilusões sobre esse campeonato. Vai ser muito mais difícil do que se imagina", acredita.
Pode ser. Na dúvida, bye bye Angra, sol e verão. Ayrton passa os próximos dias sob o gélido inverno europeu, que ontem brindou o Estoril com céu azul e cinco graus ao meio-dia. No sol.
Foi meio esquisita a visão de um piloto que passou os últimos seis anos de vermelho, a bordo de um carro que parecia um maço de cigarros, com novo lay out.
O Williams de 94 também é tabagista até exageradamente. O nome Rothmans, cigarro inglês que passou a patrocinar a equipe, aparece 21 vezes no carro, dez no macacão e três no capacete do brasileiro.
Exagerado também é Senna. A Williams descobriu ontem com quem foi se meter. A programação era banal, apenas umas voltinhas para que uma multidão de jornalistas –só a Rothmans pagou a viagem de 412 deles– pudesse ver a máquina e fotografá-la.
Mas Ayrton começou a trabalhar duro um dia antes. Na terça-feira, com o autódromo fechado, deu quatro voltas para a produção de um vídeo e de algumas fotos promocionais. Já saiu do carro reclamando que a posição de dirigir estava uma droga.
Ontem, ao terminar sua primeira bateria de oito voltas, saiu do cockpit, chamou o engenheiro David Brown e ficou dez minutos falando sem parar sobre algumas reações do carro, aceleração, performance do motor e da suspensão passiva que o time vai usar em 94.
A cinco metros de distância seu companheiro Damon Hill, calado, observava o pequeno grupo de mecânicos e técnicos ávidos por saber o que a nova estrela do pedaço achava de seu veloz brinquedinho.
Senna ligou seu novo carro pela primeira vez em público às 11h21, 8h21 de Brasília. No total, foram 16 voltas sem a preocupação de cronometragem. "Acertamos a posição do banco e do volante e isso melhorou um pouco meu ajuste dentro do carro", descreveu o piloto no seu segundo dia de trabalho na Williams. "Dei poucas voltas e não posso fazer nenhuma avaliação técnica ainda, tenho muito que aprender. É como mudar de casa, você tem que se adaptar, fazer novos amigos, conhecer os vizinhos."
O novo carro da Williams, FW16, só anda no final de fevereiro. Senna já havia guiado para Frank antes, em 83, seu primeiro teste num carro de F-1. O reencontro com a Renault também foi marcante. Foi com esse motor, em Portugal, que Ayrton ganhou seu primeiro GP –em 85 pela Lotus.
Se precisar, Senna diz que faz quantos testes forem necessários até a abertura do Mundial, dia 27 de março em Interlagos. "Não tenho ilusões sobre esse campeonato. Vai ser muito mais difícil do que se imagina", acredita.
Pode ser. Na dúvida, bye bye Angra, sol e verão. Ayrton passa os próximos dias sob o gélido inverno europeu, que ontem brindou o Estoril com céu azul e cinco graus ao meio-dia. No sol.
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