O charmoso circuito de rua de Monte Carlo sempre foi
um desafio à parte dentro da temporada para os pilotos de Fórmula 1. Até então,
em 37 anos de história (dentro da F-1, já que o Grand Prix existia antes mesmo
da criação do campeonato), nenhum brasileiro havia comemorado uma vitória.
Ayrton Senna tinha chegado perto logo em seu ano de estreia (1984, quando
chegou em segundo com chance de vencer até a corrida ser interrompida) e queria
muito festejar ali.A temporada de 1987 para Ayrton tinha começado com bem mais
dificuldades do que havia terminado a anterior. Até chegar em Monte Carlo,
Ayrton tinha abandonado em duas das três provas disputadas (Brasil e Bélgica),
tendo o segundo lugar em San Marino como a única prova completada. Para este
ano, a Lotus tinha o novo sistema de suspensão ativa, que poderia ajudar
bastante o brasileiro nas variações do asfalto monegasco. Apesar desse fato, o
sistema nunca havia sido testado em Mônaco, o que poderia causar um pouco de
desconfiança na equipe.Durante a classificação no sábado, Ayrton conseguiu o
segundo tempo para o grid de largada. Nigel Mansell fez a pole position com
0s672 de vantagem para o brasileiro. A segunda fila foi composta pela Williams
de Nelson Piquet e a McLaren de Alain Prost. Michele Alboreto e Eddie Cheever
formaram a terceira fila.A polêmica em Mônaco era a ação da FISA (Fédération
Internationale du Sport Automobile), que permitiu a participação dos 26 carros
na prova, o que poderia causar um verdadeiro engarrafamento nas ruas do
Principado. Normalmente, os 6 piores nos treinos ficavam de fora, largando
apenas 20 carros, o que havia acontecido em Mônaco no ano anterior. Por força
dos patrocinadores da F-1, todos os 26 alinharam para a disputa.Outra situação
curiosa antes da corrida é que a primeira fila do GP anterior se repetiria.
Senna e Mansell bateram ainda na primeira volta da prova na Bélgica, o que
acabou tirando de ambos a chance de vencer a prova em Spa. Senna falou com a
imprensa e disse que isso não seria problema.
“O risco sempre existe, mas o Mansell já declarou que o que aconteceu em Spa é coisa do passado. Nós dois também já conversamos na sala do diretor da corrida. Acho que a largada aqui é perigosa, mas desta vez espero completar a primeira volta”.A prova no domingo começou com Mansell mantendo a ponta. O britânico mantinha uma vantagem de 11 segundos para Ayrton quando, na volta 29, viu o turbo do seu motor Honda ter problemas, obrigando sua Williams abandonar a prova.
“O risco sempre existe, mas o Mansell já declarou que o que aconteceu em Spa é coisa do passado. Nós dois também já conversamos na sala do diretor da corrida. Acho que a largada aqui é perigosa, mas desta vez espero completar a primeira volta”.A prova no domingo começou com Mansell mantendo a ponta. O britânico mantinha uma vantagem de 11 segundos para Ayrton quando, na volta 29, viu o turbo do seu motor Honda ter problemas, obrigando sua Williams abandonar a prova.
Senna assumiu a ponta e a partir daí, foi soberano na
corrida. Desfilou sem sustos por outras 49 voltas e ainda teve tempo de fazer a
melhor volta da prova com 1min27s685, antes de cruzar a bandeirada
consagradora, com 33 segundos de vantagem sobre Nelson Piquet, que completou a
dobradinha brasileira. Michele Alboreto da Ferrari também subiu no pódio.Pela
primeira vez um piloto brasileiro vencia em Mônaco – feito suficiente para
colocar Senna entre os maiores esportistas do País de todos os tempos. Foi uma
das vitórias mais festejadas por Ayrton.O piloto se descontraiu após a
bandeirada conversando com os mecânicos de sua equipe pelo rádio da Lotus. Num
gesto louvável, aproveitou o momento de emoção para agradecer um a um pelo
trabalho de preparação do carro para a corrida.“Quando notei que não podia
acompanhar o ritmo de Mansell, preferi poupar meus pneus e freios para não ter
dificuldades na segunda metade da corrida. Com a desistência de Mansell, minha
maior preocupação passou a ser com os retardatários e, principalmente, em não
perder a concentração”, afirmou o brasileiro após a prova.Durante a
comemoração, nem o príncipe Rainier de Mônaco escapou do banho de champanhe que
Ayrton Senna queria dar no mundo. Uma alegria infinita para um momento que ele
repetiria outras cinco vezes durante a carreira no Principado.Depois de
comemorar bastante sua vitória com a equipe, Senna recebeu um convite especial
do próprio Príncipe Rainier para o tradicional jantar da família real, que
acontece depois das provas em Monte Carlo.Essa foi a quinta vitória de Ayrton
Senna na Fórmula 1, a primeira de um carro com suspensão ativa na categoria. O
campeonato agora tinha Prost com 18 pontos, Senna com 15, Johansson 13 e Piquet
com 12. Mansell era o quinto com 10 pontos.
Fonte: História de Ayrton Senna http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/
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Na própria transmissão da época, Galvão Bueno admitia que a Lotus de Senna não era páreo para a McLaren de Prost ou para a Williams de Mansell. Mas como todo campeão, Ayrton contou com a sorte de problemas em sequência de seus dois principais concorrentes para vencer sua primeira prova em Mónaco.Texto extraido do título "Os cinco maiores momentos de Senna em Mônaco"
https://vip.abril.com.br/carros-motos/os-5-maiores-momentos-de-ayrton-senna-em-monaco/
Fonte: História de Ayrton Senna http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/
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A primeira vez a gente nunca esquece (1987)
Fonte: Pedro BorgNa própria transmissão da época, Galvão Bueno admitia que a Lotus de Senna não era páreo para a McLaren de Prost ou para a Williams de Mansell. Mas como todo campeão, Ayrton contou com a sorte de problemas em sequência de seus dois principais concorrentes para vencer sua primeira prova em Mónaco.Texto extraido do título "Os cinco maiores momentos de Senna em Mônaco"
https://vip.abril.com.br/carros-motos/os-5-maiores-momentos-de-ayrton-senna-em-monaco/
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