domingo, 21 de outubro de 2018

35º GP Bélgica Spa-Francorchamps 1986



Duas semanas após o GP de Mônaco, onde Ayrton Senna foi ao pódio com um terceiro lugar, a F-1 desembarcava na Bélgica, mais precisamente em Spa-Francorchamps, um circuito muito exigente, principalmente por causa dosaclives, declives e muitas curvas traiçoeiras, como a Eau Rouge, dificílima de se contornar com máxima aceleração. Conclusão: é para grandes pilotos, equipados com bons motores.A Lotus nº 12 tinha um magistral piloto, com certeza, mas o motor que falava mais alto naquelas condições era o Honda, das Williams de Nigel Mansell e Nelson Piquet.Antes da corrida, uma notícia causou muita comoção a todos no paddock em Spa. Companheiro de equipe de Senna na Lotus no ano anterior, o italiano Elio de Angelis morreu após um acidente com sua Brabham em um teste em Paul Ricard (França), justamente na semana anterior ao GP da Bélgica.Durante a classificação, Senna conquistou o quarto lugar no grid de largada e não desanimou. A pole ficou com Piquet, seguido do surpreendente Gerhard Berger, da Benetton. Na segunda fila, ao lado do brasileiro, estava Alain Prost (McLaren) na terceira posição. Mansell era apenas o quinto colocado.No domingo, dia da corrida, só pontuaria quem tivesse bom preparo físico, não errasse e soubesse poupar o carro. Esta era a aposta de Ayrton Senna e foi baseado nisso que ele desenhou a sua estratégia para a prova.Na largada, uma tática perfeita de Senna. O brasileiro apostou em ficar por fora na curva La Source, enquanto Berger e Prost se espremeram e acabaram se tocando. Melhor para Senna, que ultrapassou os dois e colocou a Lotus na segunda posição, enquanto Piquet manteve a liderança.A terceira posição passou a ser de Nigel Mansell e a quarta de Stefan Johansson (Ferrari). Enquanto isso, Berger e Prost foram para os boxes, mas somente o francês, até então líder do campeonato, conseguiria fazer uma boa corrida de recuperação após ter seu spoiler quebrado.Na parte da frente do pelotão, Mansell até aproveitou a força do seu motor Honda para acompanhar a Lotus de Senna mas, na quarta volta, o britânico rodou sozinho e foi ultrapassado por Johansson. O “Leão” não desistiu e retomou a terceira posição dez voltas depois com uma bela ultrapassagem.No final da 15ª volta, Piquet sofreu problemas com o motor Honda de sua Williams e ficou pelo caminho. Senna herdou a liderança, mas logo seria pressionado por Mansell, que tinha um carro muito rápido em suas mãos.Antes da volta 20, a diferença entre Mansell e Senna era de apenas 2s3. Em uma tática esperta, a Williams levou o britânico logo para o box, uma volta antes do brasileiro entrar. O trabalho da Lotus foi um 1s5 mais lento que o da equipe rival. Além disso, o brasileiro foi atrapalhado por um retardatário (o francês Philippe Streiff) na volta em que iria para o box. Resultado: Mansell voltou na frente.Johansson assumiu a liderança, mas por apenas duas voltas, até realizar também a sua parada e logo depois se acomodou na terceira posição.Durante o restante da corrida, Ayrton Senna levou a sua Lotus com grande destreza pelo desafiante traçado, sendo obrigado a acelerar menos para economizar combustível nas voltas finais. O brasileiro sabia que, com apenas o sexto lugar de Prost, assumiria a liderança do campeonato.O brasileiro não conseguiu a vitória, mas ficou com a segunda colocação, com pontos importantes e presença garantida na festa do pódio.Com o resultado, Senna garantiu a liderança da competição com 25 pontos, enquanto Prost foi para 23. Mansell subiu para terceiro com 18 pontos e Nelson Piquet estacionou nos 15.A etapa seguinte estava marcada para Montreal, no Canadá, em três semanas.


 Fonte: História de Ayrton Senna    http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/

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