Ayrton Senna chegou ao Grande Prêmio de San Marino após a
sua primeira vitória na categoria, o que naturalmente trazia mais confiança.
Era um clima bem diferente de quando pisou em Ímola em 1984, quando não
conseguiu tempo para posicionar o carro no grid de largada com a Toleman.No
sábado, conquistou a sua segunda pole position na F-1. De quebra, a pole
ficaria marcada na história como a mais apertada da sua carreira. Apenas 27
milésimos à frente de Keke Rosberg, da Williams.A segunda fila em Ímola foi
formada por Elio de Angelis, companheiro de Senna na Lotus, e Michele Alboreto,
da Ferrari. Na terceira fila, Thierry Boutsen (Arrows) era o quinto colocado e
Alain Prost (McLaren) ficou com a sexta posição no grid. Cinco equipes nas seis
primeira colocações indicavam uma F-1 bastante equilibrada naquele início de
temporada de 1985.Antes da corrida, Senna sorriu e lembrou:“No ano passado, nem
consegui me classificar para a largada dessa corrida. Hoje vou à luta para
ganhar” E realmente isso aconteceu. o brasileiro largou bem e manteve a
primeira colocação. Em sua cola, Elio de Angelis conseguiu superar Rosberg, que
largou mal e caiu para o quinto lugar. Alboreto era o terceiro e Prost subiu
para quarto.No início, aproveitando o fato de ter um motor novo da Renault, De
Angelis partiu para cima de Ayrton Senna. O brasileiro se segurou nas voltas
iniciais, até que seu companheiro de equipe passou a ser preocupar mais com o
desempenho da Ferrari de Alboreto.No duelo de italianos, Alboreto conseguiu a
ultrapassagem na volta 11, para delírio dos tifosi , como são chamados os
torcedores da Ferrari, que sempre lotam as arquibancadas quando a F-1 corre na
Itália. Quem também aproveitou o momento foi Prost: o piloto da McLaren
encostou em De Angelis e na volta seguinte também ultrapassou o piloto da
Lotus.Vindo do sétimo lugar no grid, Lauda já era o quinto após tomar o lugar
de Rosberg e também de Boutsen. O austríaco ainda conseguiu ultrapassar De
Angelis antes da 20ª volta. Com isso, o campeão mundial de 1984 pôde enfim ir
atrás dos três líderes, que estavam sete segundos à frente.Com problemas
elétricos na Ferrari, Alboreto é facilmente ultrapassado pelas McLaren e para
nos boxes. Na sequência, o italiano abandona a corrida.Na volta 26, Lauda roda
sozinho e deixa a briga da liderança apenas para Senna e Prost. O austríaco não
abandonou a prova, mas precisou se preocupar apenas em tentar uma posição no
pódio.Na frente, Prost parte de vez para cima de Senna. Era o primeiro de
vários duelos que os dois travariam ao longos dos anos na F-1.Os dois pilotos
desgastaram muito os seus carros. Senna fechou a porta várias vezes e manteve a
liderança. Como na época não havia reabastecimento, as equipes começaram a se
preocupar muito com a quantidade de combustível nos carros.A partir daí, as
McLaren começam a poupar combustível na 30ª volta. Lauda perde a quarta
colocação para o sueco Stefan Johansson, que vinha em uma ótima recuperação
após largar de 15º com a Ferrari.O piloto da escuderia italiana toma a frente
também de Elio de Angelis, enquanto Senna aumentava a vantagem sobre Prost para
nove segundos, restando menos de dez voltas para o final. O francês começa a
andar muito devagar e Johansson não tem trabalho para ultrapassá-lo e assumir a
segunda posição.Ayrton Senna liderava a prova com extrema competência desde a
largada. E levou assim a corrida até a 56a volta. A menos de quatro voltas para
o final, o turbo de seu motor Renault começou a falhar.Faltava tão pouco.
Conseguiria levar o carro até o final? Ele acelerava, esperando o melhor.
Contudo, o defeito do motor comprometeu o cálculo de combustível – o já beberão
turbo passou a consumir mais – levando o carro a uma pane seca na volta
seguinte. Faltou muito pouco para a segunda vitória de Ayrton Senna na Fórmula
1.Na medida que o brasileiro estava parando, Johansson tinha tudo para
conseguir a vitória. Abriu a volta 58 na frente (eram 60 no total), enquanto a
torcida da Ferrari fazia um barulho ensurdecedor no Autódromo Enzo e Dino
Ferrari. Ainda no início da volta, o carro italiano também fica sem
combustível, deixando a liderança para Alain Prost. O francês vence com folga,
já que todos os outros competidores presentes na pista também economizavam
gasolina.Depois da corrida, o francês foi punido por uma irregularidade no peso
mínimo de sua McLaren. A vitória caiu no colo de Elio de Angelis, da Lotus.
Thierry Boutsen, da Arrows, ficou em segundo e Patrick Tambay em terceiro.
Lauda foi o quarto colocado e Nigel Mansell terminou em quinto. Foram apenas
esses pilotos que terminaram a corrida. Johansson, mesmo sem gasolina no final,
conseguiu somar um ponto.Era a segunda vitória de Elio de Angelis na carreira e
a primeira vez em que a Lotus vencia duas corridas seguidas desde 1978.A
corrida seguinte estava marcada para 19 de maio em Mônaco, onde Senna
conquistaria sua terceira pole position consecutiva.
Fonte: História de
Ayrton Senna http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/
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