Ao contrário de 1984, quando chegou praticamente
desconhecido do grande público para o seu primeiro GP de Mônaco, desta vez para
a corrida de 1988, Ayrton Senna já era o grande nome da F-1. Com tanto favoritismo,
o brasileiro confirmou seu ótimo retrospecto nas ruas de Monte Carlo e da ótima
fase da McLaren conquistando a pole position no sábado com o tempo de
1min23s998. Se o resultado em si não foi uma surpresa, a enorme vantagem contra
o então bicampeão mundial Alain Prost foi impressionante: 1s427 para Alain
Prost, seu companheiro de equipe.O brasileiro guiou como se estivesse em outra
dimensão – e isso não é uma mera figura de linguagem, ele mesmo descreveu o
treino classificatório de Mônaco de 1988 como uma experiência incrível, e que
chegou a assustá-lo pois “estava muito além de sua compreensão consciente”:
Logo que foi dada a largada, Senna disparou na frente do francês, que precisou
se preocupar com as Ferrari de Gerhard Berger e de Michele Alboreto, que vinham
logo atrás. Senna cravou a melhor volta da prova no giro 59 e mesmo com uma
vantagem superior aos 50 segundos sobre Prost, o brasileiro não aliviava no
acelerador. Na 66ª volta, o que parecia ser impossível acabou acontecendo:
Ayrton errou na entrada do túnel e bateu no guard rail quando tinha a corrida
nas mãos. Ayrton saiu do carro visivelmente chateado com o erro e sequer voltou
para os boxes. Aproveitou que estava perto da sua residência em Mônaco a partiu
a pé para casa esfriar a cabeça.A vitória ficou com Prost, que ainda acusou
Senna de querer humilhá-lo, não apenas vencê-lo. Para o brasileiro, no entanto,
o difícil erro acabou sendo o ponto de mudança para que ele conseguisse
conquistar naquela temporada de 1988 seu primeiro título mundial.Tanto que,
depois daquele GP, Senna obteve sete vitórias, conquistando o campeonato de
forma heróica no GP do Japão.
Fonte: História de Ayrton Senna http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/
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Grande Prêmio de Mônaco de 1988: quando Senna errou e não se perdoou por isso
Fonte: Flatout por Dalmo Hernandes 23/05/2014
Em 1987, Ayrton Senna conseguiu sua
primeira vitória em Mônaco depois de largar em segundo, atrás de Nigel
Mansell. Alain Prost, que havia vencido a corrida nos três anos
anteriores, teve problemas no motor e abandonou a corrida faltando duas
voltas para o final — ele teria chegado em terceiro. O segundo foi
Nelson Piquet.
No ano seguinte, contudo, Senna largou
em primeiro — graças a um tempo de 1:23.988 conquistado durante os
treinos de classificação. Ele foi o único piloto do dia a virar abaixo
de 1:24, com uma impressionante vantagem de 1,4 segundo sobre Prost
(1:25.425) e de 2,7 segundos sobre Gerhard Berger (1:26.685), o terceiro
no grid para o GP de Mônaco de 1988.
Foi aí que as coisas começaram a mudar:
Prost conseguiu ultrapassar Berger — para alegria da equipe, que
vislumbrou a possibilidade de uma dobradinha. Ainda que Senna estivesse
cerca de 50 segundos na frente de seu companheiro de equipe, ele e Prost
começaram a alternar entre si as voltas mais rápidas dali em diante.
Era sucesso quase garantido.
Para fugir do “quase”, porém, a McLaren
decidiu dar uma ordem a Senna: era melhor que ele desse uma aliviada,
para não dar espaço para Berger recuperar o segundo lugar entre ele e
Prost.
Senna aliviar? Não se sabe se Ayrton não
gostou muito de ouvir a ordem lá de cima ou se ele decidiu apertar o
ritmo e aumentar ainda mais a diferença para Prost, mas logo em seguida
ele perdeu a concentração por alguns instantes e passou reto na Portier,
uma curva à direita que antecede a entrada do túnel de Mônaco.
Senna bateu no muro e acabou com a
suspensão dianteira esquerda — e também com suas chances de subir no
pódio. Era a volta nº 67 — faltavam apenas 11 para o fim da corrida.
Prost conseguiu sua quarta vitória em Mônaco em cinco anos (ele venceu
todas as que completara até então), com 20 segundos de vantagem sobre
Berger. O terceiro colocado foi Michele Alboreto, 41 segundos atrás de
Prost.
Apesar do talento diferenciado, Senna
ainda era um ser humano. E seres humanos cometem erros, mesmo que jamais
se perdoem por isso. Senna saiu do carro e foi direto para a beira da
pista, com uma expressão de extrema ira no rosto. Tirou o caparece, as
luvas, o macacão, e foi direto para seu apartamento esperar a raiva
passar. Dizem que a McLaren só teve notícias dele no dia seguinte.Em compensação, no fim da temporada, Senna foi o campeão e Prost foi o
vice, com 15 das 16 corridas vencidas pela McLaren. Depois disso, entre
1989 e 1993, Mônaco só viu um vencedor: Ayrton Senna.
https://www.flatout.com.br/grande-premio-de-monaco-de-1988-quando-senna-bateu-sozinho-na-lideranca-e-nao-se-perdoou-por-isso/.............................................................................................................................
SENNA DIZIA QUE ESTAVA PILOTANDO EM "OUTRA DIMENSÃO"
Acima da compreensão (1988)
Fonte: Pedro Borg 23/05/2017“Aquele dia eu percebi que eu não estava dirigindo conscientemente, estava em um outra dimensão. A pista para mim era túnel e eu estava só indo e indo até perceber que estava muito além da minha consciência e compreensão”. A declaração de Senna mostra um pouco do estado de espírito do piloto ao correr. Além disso, é impressionante ver a dificuldade de dirigir aquele carro naquela pista: a tremedeira do volante, a marcha sendo trocada na mão (nada de borboleta) e a largura a prova de falhas da pista de Mónaco.
https://vip.abril.com.br/carros-motos/os-5-maiores-momentos-de-ayrton-senna-em-monaco/
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