A vitória no GP do Canadá era providencial para as
pretensões de Ayrton Senna no campeonato. Prost tinha 33 pontos na competição,
18 a mais que o brasileiro. Ayrton vinha de duas corridas complicadas e estava
disposto a não dar a menor chance para o seu companheiro em Montreal. No
México, curvou-se à política da equipe, acomodando-se no segundo lugar.Senna
havia largado na primeira fila em Montreal nos dois anos anteriores, mas ainda
não havia conquistado a pole position no Canadá. Ela veio no sábado (11/06),
com 0s182 de vantagem para o francês. Era a quinta pole seguida de Senna, no
quinto GP da temporada. A volta cravada por Ayrton em 1min21s681, era o novo
recorde da pista em treinos oficiais.A segunda fila do grid foi composta pelos
carros da Ferrari de Gerhard Berger e Michele Alboreto. Alessandro Nannini e
Nelson Piquet formaram a terceira fila para as 69 voltas que seriam
disputadas.Em vários anos de disputa, a F-1 mudou bastante, principalmente com
relação a estratégias e regulamentos, mas no GP do Canadá, o consumo de
combustível sempre foi um dos principais obstáculos para os pilotos e em 1988
não seria diferente.“Apesar de difícil, uma vitória em Montreal não seria nada
mal nessa altura do campeonato. Por isso, vou tentar de todas as formas
alcançá-la. Já que não posso deixar o Prost se afastar muito. Desta forma,
espero ter um pouco mais de sorte do que nas últimas corridas”, disse Ayrton
antes de entrar na pista.Na largada, Ayrton estava do lado sujo da pista e já
havia reclamado com os comissários, uma história bem parecida com a que
aconteceria dois anos depois em Suzuka, na decisão do título de 1990. Prost
tinha a preferência da curva, largava por dentro e tomou a ponta.Mas o Grande
Prêmio do Canadá teria que ser diferente dos anteriores. Na volta 19, após
planejar o melhor momento para o bote, Ayrton freou mais tarde na curva do
grampo e tracionou melhor na saída, completando a ultrapassagem sobre Prost. A
corrida ficaria marcada na história justamente por causa desta ultrapassagem.
Era a primeira vitória de Ayrton Senna obtida com uma ultrapassagem no rival
Alain Prost. A partir da manobra, foram mais 50 voltas com o domínio absoluto
da McLaren Honda número 12, com tempo ainda para bater o recorde oficial do
circuito de Montreal, virando 1min24s973. Com o abandono das duas Ferrari, a
única preocupação do time inglês foi com o consumo de combustível. Pensando
nisso, os próprios engenheiros pediram para que Ayrton poupasse o carro. No
final, o brasileiro cruzou a linha de chegada com 5s934 a frente do francês. O
pódio foi completado por Thierry Boutsen, da Benetton, único piloto a chegar na
mesma volta das McLarens.“Fiz todas as voltas de olho no painel para controlar
o consumo de combustível. Mesmo assim, por várias vezes me surpreendi gastando
mais que o permitido pela equipe”.Ao final da prova, depois de ter feito a pole
position, o recorde da pista com a volta mais rápida da prova no 53° giro, e
ter liderado por 50 voltas, Senna relaxou, e admitiu a pressão que ele mesmo
havia colocado sobre os próprios ombros:“Por causa de tudo o que aconteceu no
campeonato até agora, esta vitória efetivamente teve um sabor especial: foi
mais gostoso vencer aqui do que em Ímola”, confessou para a imprensa.Com a
vitória, Senna passou Berger na classificação do campeonato e diminuiu a
vantagem de Prost para 15 pontos (39 a 24). Esse foi o oitavo triunfo dele na
Fórmula 1, sendo a segunda vitória dele a bordo da McLaren Honda.
Fonte: História de Ayrton Senna http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/
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