sábado, 20 de outubro de 2018

5º GP Mônaco 1984



SENNA CONSEGUE UM 2º LUGAR FANTÁSTICO PELA TOLEMAN 

A temporada de estreia na Fórmula 1 já era digna de nota: Ayrton Senna pontuara nos GPs da África do Sul e da Bélgica com o seu Toleman. Foram dois sextos lugares, sendo que o primeiro deles, em Kyalami, foi conquistado apenas em sua segunda prova na categoria. Estes bons resultados davam confiança para o brasileiro iniciar a construção de seu nome já no ano de estreia, em 1984, mas o que estava para acontecer nas ruas de Monte Carlo, contudo, chegaria a outras proporções. A corrida cravaria pela primeira vez o nome de Ayrton Senna entre os grandes pilotos da categoria.Após a classificação, Senna sentou-se na mureta dos improvisados boxes de Monte Carlo e começou a examinar o grid de largada:“Bem, este número um dia ainda vai me dar sorte” O número era o 13, de sua 13a colocação, como já tinha acontecido antes na África do Sul e na França.A primeira fila foi composta por Alain Prost da McLaren e Nigel Mansell da Lotus. segunda fila tinha as Ferrari de Rene Arnoux e Michele Alboreto. Na terceira largaram Derek Warwick e Patrick Tambay, ambos da Renault.A direção de prova decidiu adiar o início da largada em 45 minutos devido ao temporal que caía em Monte Carlo. A prova foi iniciada ainda sob forte chuva, palco perfeito para o primeiro show de Ayrton Senna em uma prova de Fórmula 1.Logo após a largada, Ayrton começou a ganhar posições. Completou a primeira volta no nono lugar e, na volta 10, ele já era o sétimo colocado.Na parte da frente, o duelo era entre Prost e Mansell. O britânico tomou a liderança na volta 8 e abriu uma vantagem tranquila para o rival.A partir daí, Ayrton iniciou o seu grande show. O brasileiro entrou na zona de pontuação após Michele Alboreto enfrentar problemas. Na sequência, o caminho parecia mais complicado para ultrapassar o campeão mundial de 1982, Keke Rosberg. Ayrton, no entanto, partiu para cima e ultrapassou com classe o finlandês. Na 14a volta, Arnoux também não resistiu a pressão de Ayrton, que era muito mais rápido que os concorrentes e a esta altura já era focado pelas câmeras de televisão, sendo o protagonista de uma corrida mesmo tendo pouquíssima experiência na F-1 e sendo um novato nas ruas de Monte Carlo.Logo depois, na volta 16, o líder da prova, Mansell, mostrou como eram difíceis as condições para manter um F-1 na pista: o britânico perdeu o controle de sua Lotus e encontrou o guard-rail na subida para a Curva do Casino. Com isso, Senna já estava na posição de pódio, em terceiro.Prost retomava a liderança, com Lauda em segundo, fazendo a dobradinha da equipe dominante daquele ano (a McLaren), e Senna em terceiro. O público não parecia acreditar na aula que Ayrton dava na pista molhada em Monte Carlo.O brasileiro diminuía vertiginosamente sua diferença para Lauda, e, no início da volta 19, na curva Saint Devote, fez uma brilhante ultrapassagem por fora. Ninguém acreditava que uma Toleman poderia vencer tão facilmente a McLaren, carro que havia vencido quatro das cinco provas realizadas naquela temporada.Depois de derrotar um a um, Senna agora tinha outra missão: colar no líder Alain Prost, da McLaren. E foi exatamente isso que Senna fez em Monte Carlo.Um desempenho assombroso: Ayrton desfilava em uma pista onde todos os outros pilotos se mantinham com dificuldades. O domínio era tamanho, que na volta 24, Senna fez a volta mais rápida da prova, com 1min54s334, a primeira dele na carreira.Na 31ª volta, quando já se preparava para assumir a ponta da prova, um balde de água fria: a corrida foi encerrada devido às condições da pista pelo diretor de prova Jacky Ickx, com Prost em primeiro, Senna em segundo e Stefan Bellof em terceiro – o piloto alemão seria desclassificado depois, com irregularidades em seu carro, deixando Arnoux em terceiro. Foi o primeiro pódio de Senna na F-1 – foram 80 ao longo da carreira.Para o campeonato, somente a metade dos pontos daquela segunda colocação foram computados. Apenas um detalhe, já que o mundo olharia com mais atenção para o talentoso piloto brasileiro a partir de então.Teria o 13 dado sorte, afinal? Senna fechou a cara e discordou:“É, deu sorte ao Prost. Para mim continua devendo.” Mas no final do ano, porém, aquela pontuação pela metade custaria caro a Prost. Afinal, perdeu o título para seu companheiro de equipe da McLaren, Niki Lauda, por apenas meio ponto – o francês teria conquistado seu primeiro título na F-1 caso tivesse sido segundo e Senna o primeiro – com a pontuação normal, já que ele levaria seis pontos, contra 4,5 do que acabou levando. Nascia assim, ainda que de forma indireta, o primeiro capítulo da história de dois grandes rivais da história do esporte mundial.

 Fonte: História de Ayrton Senna    http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/
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 SENNA PODERIA, EM CONDIÇÕES NORMAIS, NÃO TERMINAR O GP DE MÔNACO DE 1984


Mito 4 – Senna ganharia o GP de Mônaco no seu primeiro ano de F-1

Fonte: Super Abril
Fato – Chegar em segundo foi lucro. E o grande nome daquela corrida foi outro.
Para quem não se lembra: debaixo de um aguaceiro, um Senna novato, de 25 anos, larga em 13o e vai galgando posições. Depois de ultrapassar a lenda viva Niki Lauda como se o austríaco estivesse dirigindo uma Kombi, assume a segunda colocação, prestes a ultrapassar o líder, Alain Prost. E então… Mandam interromper a prova, ainda na 31a das 76 voltas previstas. A parada foi vista como manobra para ajudar Prost (que corria “em casa”, já que o principado de Mônaco é encravado na França). Uma manobra que impediu a vitória certa de Ayrton, em pleno ano de estreia e numa equipe pequena. Mas não foi bem assim.
A verdade é que Senna dificilmente terminaria aquela corrida se ela fosse até o fim. Um mecânico da Toleman, John Walton, revelaria mais tarde que a suspensão do brasileiro estava para arrebentar, danificada depois de ele voar sobre uma zebra.
Ricardo Divila, antigo projetista da Fittipaldi-Copersucar e com passagens por diversas equipes de F-1, lembra de outro detalhe. “Embora Ayrton estivesse chegando no Prost, Stefan Bellof estava chegando nos dois, virando mais rápido”. O jovem alemão da Tyrrell largara em 20o e era o terceiro naquele momento. “Na comunidade automobilística, essa corrida é tida como do Bellof.”
Passar Senna não seria fácil. Ainda mais em Mônaco. Além disso, os pontos da Tyrrell foram cancelados no fim da temporada, por irregularidades nos carros. Mas, se a Toleman tivesse quebrado e Bellof tivesse ganho, ele seria considerado a grande revelação do ano – como Senna foi. No fim, o segundo lugar talvez tenha sido o melhor resultado possível para o brasileiro. Bellof continuou na Tyrrell, mas não foi longe. Em setembro de 1985, ele sofreu um acidente gravíssimo durante uma corrida de protótipos em Spa Francorchamps, na Bélgica. Morreu na pista, como Ayrton.



Fonte:  https://super.abril.com.br/historia/7-mitos-sobre-ayrton-senna/
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Fazendo chover (1984)

 Fonte: Pedro Borg 23/05/2017
Aquele era seu primeiro ano na Fórmula 1, quando corria na sofrível Toleman. Mesmo com um carro muito abaixo do líderes do grid na época, a chuva em Mónaco nivelou motores e modelos. Foi nesse cenário que Senna fez sua primeira grande corrida na Fórmula 1, terminando em segundo lugar com direito a uma ultrapassagem histórica em Niki Lauda.(Texto extraído do Título "Os cinco maiores momentos de Ayrton Senna em Mônaco"
https://vip.abril.com.br/carros-motos/os-5-maiores-momentos-de-ayrton-senna-em-monaco/
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SENNA e BELLOF: O show de dois martires de Mônaco 1984

Os grandes talentos têm pressa de se mostrarem ao mundo. Ayrton Senna e Stefan Bellof esperaram apenas seis corridas para deslumbrar o público com a expectativa do que estava por vir. Ambos morreram tragicamente nas pistas, porém um teve tempo de comprovar seu talento; o outro, que era apenas o ídolo de um garotinho chamado Michael Schumacher, foi embora mais cedo.Ayrton Senna da Silva chegou à Fórmula 1 altamente credenciado, após a conquista do campeonato britânico de Fórmula 3. Assinou com uma equipe mediana, a Toleman (que viria a ser a Benetton, a partir de 1986). Tinha fama de atrevido e arrogante, mas desde cedo encantou o mundo com sua qualidade. Depois de Mônaco, ganhou o respeito do circo.
Stefan Bellof também era um estreante. Sua tocada alucinante na Fórmula 2 e no Mundial de Esporte-Protótipos chamou a atenção dos chefes de equipe da mais importante categoria do automobilismo. Como o alemão já tinha assinado com a equipe de fábrica da Porsche para correr de protótipos em 84, sua agenda ficou bastante apertada. Ken Tyrrel decidiu apostar num contrato de risco, utilizando o piloto nos finais de semana em que estivesse “de folga”.
A concorrência era grande e de primeira linha: Alain Prost dividia as atenções da McLaren com Niki Lauda, recém saído de sua aposentadoria precoce. Nelson Piquet, então campeão do mundo, partia para mais uma temporada com a Brabham, enquanto um certo inglês bigodudo, Nigel Mansell, começava a chamar atenção na Lotus. Keke Rosberg era um adversário perigoso, com sua Williams, sem falar na dupla ferrarista, Michelle Alboreto e René Arnoux. Mas favoritismo não vale nada em circunstâncias tão especiais como as daquele famoso GP…
Os treinos foram realizados com tempo bom. Prost bateu Mansell por 0,091s, cravando o tempo de 1min22s661. Lauda não conseguiu nada melhor do que o oitavo tempo, logo à frente de Piquet. Senna ficou a mais de dois segundos da pole, em 13º, enquanto Bellof mal conseguiu um lugar no grid, largando na última posição.
O que os resultados dos treinos oficiais deixaram claro que, em condições normais, nem Senna nem Bellof teriam chance de rivalizar com as “cobras”. Por mais que o traçado de Mônaco, travado como ele só, nivele os carros, os fantásticos motores turbos da concorrência permitiam uma vantagem segura. O motor Hart, da Toleman, embora turbinado tinha uma curva de potência comparativamente baixa, enquanto o Ford da Tyrrel, além de ser aspirado, estava em decadência…
Mas eis que a chuva veio na manhã de domingo. Não era um tremendo temporal, apenas o suficiente para deixar a pista escorregadia e perigosa. Em comparação com a do GP de 1972 (leiam reis da chuva 2), parecia uma garoa. Com o decorrer da prova, a água começou a cair com mais força.
Logo na largada o caos se instaurou. Na curva St. Devote, as duas Renaults de Derek Warwick e Patrick Tambay se encontraram, forçando o resto do grid a desviar dos destroços.
Muitos pilotos foram traídos pelas curvas fechadas de Montecarlo. Acelerar demais era perigoso, pois uma batida parecia iminente. O problema é que nem Senna nem Bellof raciocinaram desta forma. Logo após a primeira volta, o brasileiro era nono, atropelando a concorrência. O alemão também vinha forte, ultrapassando nove adversários.
A ascensão dos dois era alucinante. Enquanto isso, o resto da turma sofria um bocado. Mansell passou Prost como quis, somente para perder o controle de seu Lótus negro na subida para o Cassino. “Escorreguei na faixa de trânsito”, desculpou-se o leão.
Senna não respeitava antigos campeões. Ultrapassou Rosberg como se o finlandês estivesse parado. Partiu à caça de Lauda com tudo o que tinha, em busca da segunda posição. Subiu na zebra do S após o túnel, quase jogando sua prova fora. Contornou a piscina como se a pista estivesse seca. Na Rascasse, quase tocou na McLaren do austríaco. Partiu para a reta dos boxes grudado, escolheu o traçado externo e mergulhou para fazer a St. Devote por fora, ultrapassando Niki de forma magistral!!! A perplexidade tomava conta dos felizardos que estiveram presentes ao GP de Mônaco.
A sala de imprensa ficou em polvorosa. “O locutor holandês do nosso lado está gesticulando, como se não entendesse mais nada” comentou Galvão Bueno, ao vivo para todo um Brasil surpreso diante do nascimento de um novo herói.
Mais atrás, Stefan não era menos espetacular. Após uma batalha titânica com Rosberg, o jovem piloto da Tyrrel aproveitou-se da rodada de Lauda para assumir a terceira posição, logo atrás de Senna.
A essa altura do campeonato, a chuva havia apertado um pouco mais. Prost continuava à frente, mas girava cinco segundos por volta mais alto que Ayrton. O francês, famoso por não gostar de chuva, parecia apavorado com o assédio da promessa brasileira, e quase rodou na Mirabeau na 30º volta. Cruzou os pits gesticulando freneticamente, pedindo o encerramento da corrida.
Senna vinha rápido, mas Bellof era o mais veloz na pista naquelas últimas três voltas, por mais incrível que isso possa parecer! Os dois estavam prestes a devorar Prost quando a direção da prova decidiu interrompê-la.
O cartola por trás desta ação, referida muitas vezes como uma grande patriotada, foi Jackie Ickx, um dos maiores pilotos sob chuva da história da F-1. A corrida foi interrompida na volta 31, valendo a classificação da anterior. Uma decisão providencial: quando foi mostrada a bandeira vermelha, Prost encostou seu McLaren antes da linha de chegada, sendo ultrapassado por Ayrton. Era o início de uma das mais famosas rixas entre pilotos de que se tem notícia.
Senna deixou claro seu descontentamento com a decisão do Diretor de Prova. Para ele, a chuva não estava tão mais forte que na largada, sendo desnecessária a interrupção da corrida. “Eu poderia ter passado Prost e cinco voltas depois ter batido no muro, mas isso não importa” afirmou o brasileiro na coletiva de imprensa. E não importava mesmo; o estrago já estava feito. O nome Senna seria respeitado por todos desde então. Nascia um mito.
A justiça viria no final da temporada. Como a corrida foi prematuramente interrompida, os pontos valeram pela metade; desta forma, a vitória de Prost rendeu-lhe apenas 4,5 pontos. O francês perderia seu primeiro título mundial para Lauda por apenas meio ponto, uma diferença histórica. Se a corrida tivesse continuado e Prost chegado em segundo, teria ganho 6 pontos e o campeonato de F-1 de 1984.
E Bellof? O que aconteceria com ele se a corrida continuasse? “Senna passaria Prost, mas Bellof passaria os dois” concluiu Martin Brundle, então seu companheiro de equipe, e eterno desafeto de Ayrton. É bom lembrar que o inglês havia sido derrotado pelo brasileiro um ano antes, na disputa do Campeonato Britânico de Fórmula 3. De fato, Bellof vinha rápido demais; mas daí a acreditar que ele seria capaz de ultrapassar um Senna fantástico, prestes a vencer pela primeira vez, são outros quinhentos. Stefan seria posteriormente desclassificado, já no final da temporada, junto com toda a equipe Tyrrel, por irregularidades técnicas nunca devidamente explicadas.
A carreira do maior Rei da Chuva terminou na fatídica curva Tamburello, em Ímola, 10 anos depois. Sua trajetória vitoriosa foi prematuramente interrompida, impedindo-o de alcançar o recorde de 5 campeonatos mundiais de Juan Manoel Fangio. Deixou-nos, também, com a eterna dúvida de como teria sido seu duelo com Michael Schumacher nos anos seguintes.
Ao contrário do tri-campeão brasileiro, Stefan Bellof não teve tempo de mostrar na F-1 todo o seu talento. Em 85, quando defendia o título mundial de Esporte-Protótipos em Spa-Francochamps, sofreu um espetacular acidente que lhe tiraria a vida. Ao tentar ultrapassar Jackie Ickx (sim, ele mesmo) na perigosa Eau Rouge, por fora, Bellof perdeu o controle de seu Porsche e voou por sobre o guard-rail. O alemão havia ido longe demais.
O futuro é sempre incerto, mas o momento durou para sempre. Nas ruas de Montecarlo, naquele ano de 1984, Ayrton Senna e Stefan Bellof tornaram-se eternos.

GRANDE PRÊMIO DE MôNACO – 03 de junho de 1984.
1. Alain Prost – McLaren/TAG – 1h01min07.740
2. Ayrton Senna – Toleman/Hart – 1h01min15.186

Stefan Bellof – Tyrrel/Ford – 1h01min36.817 (desclassificado)
3. René Arnoux – Ferrari – 1h01min36.817
4. Keke Rosberg – Williams/Honda – 1h01min42.986
5. Elio de Angelis – Lotus/Renault – 1h01min42.986
6. Michelle Alboreto – Ferrari – 1h01min08.404
Autor: Olavo Bittencourt Neto

http://www.autoracing.com.br/senna-e-bellof-o-show-de-dois-martires-de-monaco-1984/

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