sexta-feira, 19 de outubro de 2018

1983 - Senna campeão inglês de Fórmula 3. Senna faz testes na Williams, Mc Laren e Brabham

GRANDES AMIGOS DE SENNA 
Algumas coisas aqui devem ser ditas antes de tudo:
Fonte: Dez curiosidades sobre o Senna que poucos lembram via UOL 25/04/2014
http://www.jd1noticias.com/esportes/dez-curiosidades-sobre-senna-que-poucos-se-lembram/11247/

Emerson Fittipaldi, o olheiro
A chegada de Senna ao circo da F1 teve as devidas apresentações de um campeão mundial: Emerson Fittipaldi. O caso aconteceu no GP da Áustria de 1980, quatro anos antes da estreia de Ayrton no Mundial. O bicampeão mundial, já de olho no talento de seu compatriota, levou Senna para conhecer os chefes das principais equipes da época. "Este jovem será campeão mundial. Se bobear, várias vezes", dizia aos dirigentes. O otimismo deveria parecer precipitado. Senna era apenas uma promessa da Fórmula Ford 2000, categoria de base que fazia uma prova junto com a Fórmula 1 no circuito de Osterreichring naquele fim de semana. "[Os chefes de equipe] acharam que eu estava louco, que apenas estava ajudando um compatriota. Mas eu sabia que estava falando a verdade", explicou Fittipaldi em um texto no site da McLaren, em novembro de 2013.

Chico Serra: ele "inventou" o Senna

Tricampeão da Stock Car, Chico Serra teve um papel muito maior na criação do mito Ayrton Senna do que muita gente se lembra. E ele fez isso com uma simples sugestão. Em 1983, na F-3 Inglesa, Serra olhou o carro com o nome "Ayrton da Silva", no começo do ano, e disse ao amigo: "Com esse nome, você jamais vai ser campeão mundial". Senna não respondeu, mas assumiria o sobrenome da mãe, que o consagrou, ainda naquela temporada.Não bastasse isso, Serra já tinha ajudado o futuro tricampeão da F1 em seus primeiros passos no automobilismo europeu. Quando Senna foi negociar com a equipe Van Diemen para a temporada de 1981 da F-Ford 1600, ainda não falava inglês. O amigo, já veterano nas pistas europeias, atuou como tradutor na conversa com o dono da equipe, Ralph Firman.Ayrton tentava a todo custo aumentar seu tempo com o carro na pista, fazendo mais treinos e corridas, pagando menos do que a equipe queria. Conseguiu fechar contrato, mas espantou Firman. "Quem diabos ele pensa que é?", perguntou o dirigente a Serra, na ocasião. Meses depois, reconheceria o talento do brasileiro na pista. Senna foi campeão da F-Ford 1600 e, em 1982, ganhou a F-Ford 2000 também pela Van Diemen.
 
A CAMPANHA DE SENNA CAMPEÃO DA FÓRMULA 3 INGLESA DE 1983


1983 - Formula 3 - Campeonato Inglês - Equipe West Surrey Racing (exceto em Macau, quando Senna pilotou para a Marlboro/Tedy Yip)
  • 06/03 - Silverstone - 1º (volta mais rápida)
  • 13/03 - Thruxton - 1º (pole)
  • 20/03 - Silverstone - 1º (pole e volta mais rápida)
  • 27/03 - Donnington - 1º (pole e volta mais rápida)
  • 04/04 - Thruxton - 1º (pole)
  • 24/04 - Silverstone - 1º (pole e volta mais rápida)
  • 03/05 - Thruxton - 1º (pole e volta mais rápida)
  • 08/05 - Brands Hatch - 1º (pole e volta mais rápida)
  • 30/05 - Silverstone - 1º (pole e volta mais rápida)
  • 12/06 - Silverstone - abandono
  • 19/06 - Cadwell Park - pole, não largou
  • 03/07 - Snetterton - volta mais rápida e abandono
  • 16/07 - Silverstone - 1º (pole e volta mais rápida)
  • 24/07 - Donnington - 2º (pole e volta mais rápida)
  • 06/08 - Oulton - volta mais rápida e abandono
  • 29/08 - Silverstone - 1º (pole)
  • 11/09 - Oulton - abandono
  • 18/09 - Thruxton - pole e abandono
  • 02/10 - Silverstone - 2º
  • 20/10 - GP de Macau - Macau - 1º (pole e volta mais rápida)
  • 23/10 - Thruxton - 1º (pole e volta mais rápida)
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TESTES DE SENNA NA WILLIAMS EM 1983
https://www.grandepremio.com.br/f1/noticias/30-anos-depois-frank-williams-relembra-primeiro-teste-de-senna-na-f1-ele-ja-era-muito-especial
"Ele já era muito especial", diz Frank Williams, sem hesitar. Dono da terceira equipe mais vitoriosa do Mundial de F1, o inglês admira a capacidade de Ayrton Senna desde o dia em que deu ao brasileiro a primeira chance para guiar um carro de F1. Isso foi há exatamente 30 anos, em 19 de julho de 1983, em uma terça-feira nublada no circuito inglês de Donington Park.
Campeão da F-Ford e destaque da F3 Inglesa, Senna estava somente procurando uma vaga para estrear na F1 na temporada 1984, mas já impressionava, por suas atitudes e sua postura dentro e fora da pista. A expectativa em torno dele era grande ao ponto de a TV Globo enviar uma equipe à Inglaterra somente para acompanhar essa atividade.
Em Donington, Ayrton completou 35 voltas, o suficiente para deixar Williams “bastante inclinado a assinar com ele”. “Ele foi muito bem no teste em Donington”, elogia Frank, falando com exclusividade ao GRANDE PRÊMIO.
Os detalhes daqueles primeiros contatos com o brasileiro continuam bem vivos na memória do britânico de 71 anos. “Ele não pilotou o carro muito. Deu apenas 35 voltas. Eu achei que ele queria fazer 150.”
“[Mas] ele foi muito rápido. Marcou um tempo competitivo com o que, cinco voltas? Fez um tempo muito especial para aquele carro e, depois de mais 30 voltas, falou ‘OK, obrigado’. Achou que o carro tinha ido o mais rápido que podia, ou então queria levar a namorada para almoçar, não tenho certeza, e foi embora”, relata. Na mesa de negociações, apesar de ser só um novato de 23 anos chegando à elite do automobilismo, pedia alto e se portava como um piloto de primeira linha. Williams não poupa os adjetivos para falar bem da destreza de Senna nas negociações. Inteligente, decidido, persuasivo, duro, um homem que pensava de maneira muito lógica. “Era um homem de negócios”, resume. “Quando ele veio até mim, tinha atitude e um senso do valor dele no mercado. Esse era o preço dele. Eu tentei explicar que ele era novo e ainda tinha muito para provar, pilotos novos costumam bater carros, a velha história, e acho que chegamos muito perto de um acordo”, conta.O acordo com a Williams não deu certo. Nem com a Brabham, nem com a McLaren, outras escuderias que chegaram a conversar com ele há 30 anos. Senna foi mesmo para a modesta Toleman, pela qual subiu ao pódio três vezes em 1984. “Eles precisavam mais do Ayrton do que o Ayrton precisava deles. Mas ele achou o que ele precisava para o próximo passo da carreira dele”, avalia Williams.
O dirigente também admite que, se ele e Senna tivessem fechado um contrato naquele momento, a parceria não teria sido das melhores. Frank imagina inclusive o que teria acontecido no primeiro teste do brasileiro como piloto titular, em 1984. “Eu acredito que ele daria dez voltas no carro, se levantaria, olharia para mim daquela maneira que ele tinha de olhar e diria: ‘Esse é o pior carro que já pilotei na minha vida’”, brinca. “Foi um carro terrível, o de 1984. Não devia falar isso, mas era, marcou poucos pontos. Se ele tivesse assinado para 1984, teria sido um tanto infeliz. 1985, a história seria um pouco diferente, mas o carro de 1984 não era bom.”Em 1984, Keke Rosberg e Jacques Laffite marcaram apenas 25,5 pontos, deixando o time na sexta posição no Mundial de Construtores. No ano seguinte, com Rosberg e Nigel Mansell como pilotos, essa quantia cresceu consideravelmente, e a Williams fechou a temporada com 71 pontos e na terceira posição entre as equipes.Foi só dez anos mais tarde que Williams e Senna finalmente rubricaram os mesmos papéis. No fim de 1993, o brasileiro decidiu trocar a McLaren, time pelo qual conquistou seus três títulos mundiais e 35 de suas 41 vitórias, para se juntar àquela que era a mais forte da F1 no início da década de 1990.Segundo o dono do time de Grove, apesar do tricampeão ser, naquele momento, muito maior do que era em 1983, não mudou muito no que diz respeito à postura nas negociações: “A mesma aproximação inteligente, persuasiva, sempre consciente do valor dele. Tinha uma maneira de olhar para mim, levantando uma sobrancelha mais do que a outra, dizendo que ele sabia que eu sabia que ele não estava acreditando no que eu estava falando. Que era besteira. A amizade ajudou um pouco, mas ele era um homem de negócios mesmo. Um grande negociador.”A diferença é que, dessa vez, Senna necessitava e muito da Williams. “Ele precisava estar em um carro competitivo. O preço que ele estava disposto a pagar, ao menos para a primeira parte do contrato, era aceitar o que estava na mesa. Quando a primeira parte expirasse, ele certamente me pegaria pelo pescoço. Mas nunca chegamos lá”, afirma, demonstrando tristeza no tom da fala.O brasileiro morreu em decorrência de um acidente na terceira corrida que fazia com a Williams, o GP de San Marino de 1994. Falar da morte de Senna levou Williams a destacar o carisma e a popularidade do piloto, principalmente no Brasil. O inglês acredita que já havia sido criado um mito, uma aura em torno de Senna “antes mesmo de ele morrer”.“Foi um grande impacto para o Brasil, não foi? Fui àquele funeral. Você não pode acreditar o que foi aquilo. Ele teria sido presidente do Brasil pelo tempo que quisesse, provavelmente. Era muito especial”, exalta. “O carisma dele, a presença de espírito... Era um homem muito centrado e tinha um dom muito especial, inquestionavelmente, dentro e fora do carro”, completa o homem que colocou Senna em um cockpit de F1 pela primeira e pela última vez.




Senna fez seu primeiro teste com um carro de F1 justamente pela Williams (Foto: LAT Photographic)


  

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TESTES DE SENNA NA MC LAREN EM 1983
Em 25 de outubro de 1983, Ayrton Senna pilotou pela primeira vez um carro da McLaren, a mesma equipe pela qual conseguiria seus três títulos mundiais anos depois. Campeão da F-3 Inglesa dois dias antes, o piloto brasileiro recebeu a oportunidade da equipe britânica justamente pelo título da categoria, assim como o rival Martin Brundle, vice-campeão da mesma competição. Stefan Bellof, jovem talento alemão, foi o terceiro piloto convidado que também participou do dia de testes em Silverstone, na Inglaterra.
Logo que entrou na McLaren número 7 do titular John Watson, Senna impressionou Ron Dennis, chefe de equipe. O brasileiro em apenas seis voltas conseguiu cravar o tempo de 1min14s8, superando o melhor tempo de Watson no treino classificatório do GP da Inglaterra de 1983, que era de 1min15s609.
“Até agora ele tem se saído muito bem. O Ayrton foi consideravelmente o mais rápido com esses pneus que já havíamos usado em Silverstone. Esperamos mandar ele de volta à pista mais tarde e com certeza ele irá melhorar ainda mais”, disse Ron Dennis em entrevista para Reginaldo Leme nos boxes.
E Senna continuou acelerando firme e forte para baixar seu tempo. O piloto brasileiro entrou na McLaren de Niki Lauda, que tinha outra configuração de motor, e melhorou sua melhor marca para 1min13s9. No final do dia, Senna havia sido mais rápido que Brundle e Belloff.
“Eu me senti muito confiante no carro e ele era extremamente fácil de guiar. A velocidade aqui em Silverstone é muito grande, mas relativamente eu me senti muito à vontade no automóvel. Os resultados foram maravilhosos, melhor até do que eu esperava. Eu apenas começo a perceber como é que se ganha uma corrida de F-1. Está mais no carro do que no próprio piloto. Desde que o carro seja rápido e fácil de guiar, você se torna um ou dois segundos mais rápido, ou mais lento. Mas de uma forma geral eu estou muito contente e acho que foi maravilhoso esse teste”, disse Senna, também em entrevista para o jornalista da TV Globo.
Poucos dias depois de pilotar a McLaren, Senna acabou testando com a Toleman, equipe por onde iniciou sua trajetória de sucesso na F-1. Seu primeiro teste com um F-1 havia sido com a Williams ainda em julho.
E Senna continuou acelerando firme e forte para baixar seu tempo. O piloto brasileiro entrou na McLaren de Niki Lauda, que tinha outra configuração de motor, e melhorou sua melhor marca para 1min13s9. No final do dia, Senna havia sido mais rápido que Brundle e Belloff.
“Eu me senti muito confiante no carro e ele era extremamente fácil de guiar. A velocidade aqui em Silverstone é muito grande, mas relativamente eu me senti muito à vontade no automóvel. Os resultados foram maravilhosos, melhor até do que eu esperava. Eu apenas começo a perceber como é que se ganha uma corrida de F-1. Está mais no carro do que no próprio piloto. Desde que o carro seja rápido e fácil de guiar, você se torna um ou dois segundos mais rápido, ou mais lento. Mas de uma forma geral eu estou muito contente e acho que foi maravilhoso esse teste”, disse Senna, também em entrevista para o jornalista da TV Globo.
Fonte: http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/formula-1/1983-o-ano-dos-testes-na-f-1/senna-na-mclaren-em-1983-o-primeiro-e-impressionante-teste-da-historica-parceria-na-f-1/
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TESTES DE SENNA NA BRABHAM
Em 1983 Ayrton Senna fez uma série de testes na Fórmula 1, passando pela Williams, McLaren e Toleman. Depois de surpreender muita gente superando Keke Rosberg e quebrando o recorde de Donington Park nestes três primeiros testes, ele foi convidado por Bernie Ecclestone, então proprietário da Brabham, para testar pela equipe em Paul Ricard. Além de Senna, Bernie convidou Mauro Baldi, Pierluigi Martini e Roberto Guerrero (que aparece no carro na foto abaixo, cercado por Piquet, Murray e Senna).
Os treinos começam com o piloto principal da equipe acertando o BT-52 com motor BMW turbo. Nelson Piquet deu algumas voltas, fez alguns ajustes finos com Gordon Murray, cravou o tempo de 1:05.9 e entregou o carro aos novatos. Bernie provoca Piquet “apostando” que Senna será mais rápido que ele. A brincadeira soou como um desafio para Piquet, que aceitou a aposta e daria US$ 100.000 a Ecclestone se Ayrton Senna igualasse seu tempo.
Obviamente Nelson sabia o que estava fazendo, afinal ele acabara de ser campeão com aquele carro. De fato, Senna fez sua melhor volta em 1:07.9 — dois segundos mais lento que Piquet e o segundo melhor tempo entre os pilotos novatos. Bernie gostou do resultado de Senna, mas houve um problema que impediu a assinatura do contrato com a equipe. A italiana Parmalat não queria dois brasileiros no mesmo time, e teria vetado Ayrton Senna em favor de Teo Fabi.
Ecclestone diz que foi Nelson Piquet quem vetou Senna na Brabham, persuadindo a Parmalat a bancar um italiano na equipe, pois seria mais interessante comercialmente para a marca, embora Nelson negue a história. Há ainda quem diga que o veto de Senna por Piquet deveu-se ao fato de não haver estrutura na equipe para dois carros de ponta, algo que teria mais tarde inspirado Senna a vetar Derek Warwick na Lotus.
No fim das contas, com Williams sem vagas disponíveis, McLaren ainda não interessada no jovem talento, e vetado por “forças ocultas” na Brabham, restou apenas a nanica Toleman a Ayrton Senna. O que aconteceu dali em diante todos nós conhecemos muito bem.
                                         Ayrton Senna testando a Brabham de Nélson Piquet
PIQUET GANHA A APOSTA
No final de 1983, Senna ainda buscava uma vaga na F1. Ele já tinha andando com os carros da Williams e da McLaren, mas ainda não tinha garantido um volante na principal categoria do automobilismo. Um dos lugares que estava na mira era a Brabham, na qual poderia se tornar companheiro de Nelson Piquet, que tinha acabado de conquistar seu segundo título pela equipe. Bernie Ecclestone, então dono do time, organizou um teste e sugeriu uma aposta com Piquet: o novato brasileiro repetiria seus testes anteriores e seria mais rápido que o atual campeão. "Tudo bem. Eu aposto 100 mil dólares", respondeu o carioca. O valor fez o dirigente recuar. Melhor para Bernie.
A simples suposição de que um piloto que nem tinha estreado na F1 poderia ser mais rápido deixou Piquet furioso. Ele, então, foi para o teste em Paul Ricard, na França, em 14 de novembro, com "sangue nos olhos": foi 1 segundo e 6 décimos mais veloz que Senna, uma eternidade mesmo para os padrões da época. Aquele foi o primeiro duelo entre os dois brasileiros na pista. Senna e diversos dirigentes da Brabham da época, incluindo Ecclestone, alegaram anos depois que Piquet vetou o nome de Ayrton para a equipe em 84, apelando, inclusive para a patrocinadora do time, a Parmalat. Piquet nega essa versão.
http://www.jd1noticias.com/esportes/dez-curiosidades-sobre-senna-que-poucos-se-lembram/11247/

RIVALIDADE SENNA E PIQUET
Ecclestone: Piquet vetou Senna na Brabham
22 Abril 2004 | 19h15

Nesta sexta-feira, quando Bernie Ecclestone aparecer no circuito de Ímola, onde ocorre a 4ª etapa da Fórmula 1, certamente terá de dar muitas explicações sobre a entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal The Independent, da Inglaterra. ?Nelson Piquet telefonou para a Parmalat, nosso patrocinador na Brabham, e os convenceu a contratar piloto italiano e não outro brasileiro. Nelson chamava Ayrton Senna de motorista de táxi?, contou o chefão da F1. Senna já havia se lamentado da iniciativa de Piquet. Era o fim de 1983, ano em que Nelson havia sido campeão e Senna negociava sua estréia na Fórmula 1. O italiano Teo Fabi ficou com a vaga e Senna assinou com a Toleman.

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A mentira que se fala sobre Piquet em relação a Senna

Por Marcos Júnior - 01/04/2015 UOL Terceiro tempo
No embalo do 1º de abril, consagrado como "Dia da Mentira", retomamos uma história passada há 32 anos.
Após impressionar Frank Williams em um teste com o FW08C da equipe inglesa em Donnington Park, no dia 19 de julho de 1983, Ayrton Senna, então na Fórmula 3 Inglesa (categoria em que sagrou-se campeão, depois de grande disputa com o britânico Martin Brundle), também testou por McLaren, Brabham e Toleman, antes de assinar com a própria Toleman para a temporada de 1984.Bernie Ecclestone, à época dono da equipe Brabham, convidou Ayrton Senna (foto ao lado) para testar a Brabham-BMW turbo (modelo BT52) no circuito francês de Paul Ricard, junto de outros três pilotos: o colombiano Roberto Guerrero e os italianos Mauro Baldi e Pierluigi Martini. Nelson Piquet, primeiro piloto da equipe inglesa, também andou com o carro e foi o mais rápido dos quatro. Mauro Baldi foi o melhor entre os convidados e Senna veio a seguir, um décimo atrás de Baldi.
UMA MENTIRA:
Na ocasião especulou-se que Piquet teria vetado a contratação de Senna pela Brabham, uma vez que era o campeão mundial e primeiro piloto do time. A segunda vaga da equipe estava aberta, pois Ricardo Patrese estava de saída para a Alfa-Romeo.
Nelson Piquet desmente a história até hoje. Segundo o tricampeão, foi a patrocinadora da Brabham, a italiana Parmalat, que acabou influenciando na decisão de Ecclestone, que tinha interesses comerciais em um piloto italiano para divulgar seu nome no país. Prova disso é que o italiano Teo Fabi acabou sendo o escolhido.
Além disso, a proposta que Ecclestone tinha para o companheiro de Piquet não agradava Senna. O comandante do time oferecia muito pouco para o primeiro ano de contrato e ganhos de acordo com o rendimento a partir do segundo ano.
Confiante em sua capacidade, Senna optou pela Toleman onde acabou se destacando, fator que lhe abriu as portas para uma equipe competitiva, a Lotus, em 1985.
O outro lado...
Algum tempo depois, em entrevista aos jornalistas Marcos Zamponi e Márcio Fonseca, da revista AutoEsporte, Ayrton Senna disse que Bernie Ecclestone lhe mostrara um telex em que Nelson Piquet vetava a contratação de um brasileiro para ser seu companheiro de equipe em 1984.O colombiano Roberto Guerrero também participou de teste com a Brabham BT52 em Paul Ricard. Na foto, recebendo instruções de Nelson Piquet e do projetista Gordon Murray. Senna, de macacão vermelho, observa.
Senna testando a Brabham-BMW turbo em Paul Ricard. Ele foi 0s1 mais lento que o italiano Mauro Baldi. Foto: Divulgação
UMA VERDADE:
Se o veto de Piquet a Senna na Brabham não é verdadeiro, Senna, por sua vez, vetou o inglês Derek Warwick na Lotus em 1986.
Após um ano de estreia muito bom pela Toleman, em 1984, e outro de afirmação na Lotus, em 1985, com duas vitórias (Portugal e Bélgica), rivalizando com o italiano Elio de Angelis, Senna considerava Warwick um piloto muito bom e não queria dividir as atenções da equipe com ele, frustrando a intenção do então chefe de equipe, Peter Warr.
Com isso, o escocês Johnny Dumfries acabou sendo o escolhido e Senna teve total hegemonia e tranquilidade a bordo do carro preto e dourado impulsionado pelo V6 turbo da Renault.

Fonte:  http://terceirotempo.bol.uol.com.br/noticias/a-mentira-que-se-fala-sobre-piquet-em-relacao-a-senna

 
 Na Brabham, segundo a reportagem do Terceiro Tempo, Piquet não foi o responsável pelo veto de Ayrton Senna



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