O debut de
Ayrton Senna na Fórmula 1 aconteceu no Rio de Janeiro. Antes, o piloto havia
testado carros de diversas equipes e fechou contrato com a Toleman. Ainda que
fosse uma estreia em casa, ele nunca tinha competido em Jacarepaguá.“São seis
horas, o Intercontinental lhe deseja um bom dia. A temperatura é de 26 graus e
a previsão é de tempo bom” Em 25 de março de 1984, domingo de prova na F1,
Ayrton Senna já estava acordado desde as 5 horas. Mesmo assim, respondeu ao bom
dia gravado da telefonista e pulou da cama.A classificação, no dia anterior,
não havia sido muito promissora: Ayrton Senna esperava uma boa posição, mesmo
competindo com grandes nomes como Niki Lauda, Alain Prost (McLaren), Keke Rosberg
(Williams), Nelson Piquet (Brabham) e Nigel Mansell (Lotus), e contra a força
dos motores Porsche-TAG, Honda, Renault, BMW e Ferrari, superiores ao Hart, que
embalava o seu Toleman. Mas, com uma incômoda vibração na suspensão dianteira,
conseguiu apenas a 16a posição no grid, na oitava fila. A pole
position ficou com o italiano Elio de Angelis, a primeira dele na
carreira.Mesmo partindo apenas na oitava fila, Senna era o melhor colocado
entre os estreantes. Os outros pilotos que também viviam a expectativa de
realizar o primeiro GP eram: Martin Brundle, 18º, o Francois Hesnault largava
em 19º, Stefan Bellof em 22º e Phillipe Alliot partia da 25ª posição. O grid
estava composto por 27 carros.Desde o início da semana, Ayrton demonstrava
saber exatamente onde poderia chegar. Antes do início do treino
classificatório, Ayrton falou sobre a expectativa para aquele dia histórico em
sua carreira. “No que diz respeito ao carro, o Toleman é um carro forte,
resistente, mas atualmente, é um modelo de certa forma ultrapassado em termos
de velocidade. Isso vai refletir na classificação. Na tomada de tempo, as
possibilidades de a gente partir em uma posição de melhor destaque são muito
difíceis”, disse Senna antes da prova em entrevista concedida aos microfones da
rádio Jovem Pan.“Durante a corrida, devido ao baixo consumo do meu motor Hart e
da resistência do meu carro, as possibilidades de a gente ir ganhando posições
volta a volta são muito grandes. Eventualmente, ao final de uma hora e meia ou
duas horas (de corrida), conseguir uma colocação até surpreendente”, disse, na
mesma entrevista à rádio Jovem Pan. “O importante é manter a calma e dar o
máximo de si dentro daquela uma hora e meia ou duas horas, e encarar o
resultado, seja ele qual for – bom, muito bom ou negativo – como uma nova fase
na minha carreira, onde eu vou ter que adquirir muita experiência”,
completou.Mesmo sendo um estreante, Ayrton Senna largou bem. Longe dos
holofotes das transmissões internacionais, Senna fazia uma boa corrida de
recuperação em relação a sua largada, mais ou menos como ele mesmo havia
previsto. Na segunda volta, o brasileiro da Toleman já brigava com o alemão
Stefan Bellof (Tyrrell) pela 13ª posição, após ganhar três posições logo na
primeira volta.Ayrton chegou a ser o nono colocado. Só foi parado pelo turbo do
motor Hart, que quebrou na oitava volta.“O turbo compressor quebrou, parece.
Alguma coisa aconteceu, porque o carro começou a vibrar bastante. Foi de uma
hora para a outra”, comentou Ayrton Senna nos boxes à Rede Globo.Como consolo,
o dia foi realmente lindo e ensolarado no Rio de Janeiro. A prova foi vencida
por Alain Prost. Keke Rosberg e Elio de Angelis completaram o pódio. Não foi a
estreia que ele esperava, mas em poucos GPs o mundo da F-1 conheceria melhor o
potencial daquele jovem piloto de nome Ayrton Senna da Silva – e justamente em
um dia de tempo bastante chuvoso nas estreitas ruas de Mônaco…
Fonte: História de Ayrton Senna http://www.ayrtonsenna.com.br/piloto/
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